Escândalo Olympique de Marseille-Valenciennes FC

O Escândalo Olympique de Marseille-Valenciennes FC ocorreu no dia 20 de maio de 1993, quando Valenciennes e Olympique de Marseille se enfrentaram pela Division 1 de 1992–93.

Escândalo Olympique de Marseille-Valenciennes FC
Evento Division 1 de 1992–93
Data 20 de maio de 1993
Local Stade Nungesser, Valenciennes, França
Árbitro Jean-Marie Véniel

Antecedentes

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Desde 1986, quando Bernard Tapie assumiu a presidência do Olympique de Marseille, o clube evoluiu a ponto de vencer 4 vezes consecutivas o Campeonato Francês[1] e a Liga dos Campeões da UEFA de 1992–93, até hoje o único título continental obtido por uma equipe francesa. Às vésperas da decisão contra o Milan, surgiram suspeitas de que jogadores do OM subornavam atletas do Valenciennes antes do jogo entre os times.[2]

A denúncia de Glassmann

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No intervalo da partida, Jacques Glassmann, zagueiro do Valenciennes, contou ao técnico Boro Primorac que Jean-Jacques Eydelie (meia do Olympique) e Jean-Pierre Bernès (diretor) subornaram Christophe Robert (capitão do Valenciennes), Jorge Burruchaga (campeão mundial em 1986 pela Argentina)[1][3] e ele próprio. O OM venceu por 1 a 0 (gol de Alen Bokšić, que terminou como artilheiro da competição) e chegou à decisão da Liga dos Campeões descansado.

Uma investigação foi iniciada e a polícia encontrou 250 mil francos enterrados na casa de uma tia de Robert,[4] chamando os envolvidos no caso para depor e ficarem horas na sede do Olympique na tentativa de encontrar novas evidências sobre o suborno. Acusado de ser o pivô do escândalo, Eydelie ligou para Robert, Burruchaga e Glassmann para acertarem o combinado entre eles (não lesionar nenhum jogador do time de Marselha). O meio-campista e o diretor Jean-Pierre Bernès foram presos por corrupção ativa, e após negar várias vezes o envolvimento, Eydelie assumiu sua participação no caso. Robert e Burruchaga aceitaram, mas o argentino mudou de ideia e recusou o dinheiro, enquanto Glassmann rejeitou a proposta.

Consequências

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Jean-Jacques Eydelie, meio-campista do Olympique e pivô do escândalo

Em setembro, a UEFA excluiu o Olympique da Liga dos Campeões da UEFA de 1993–94 e também cassou o título do Campeonato Francês de 1992–93 por ter sido conquistado de forma ilícita e não teve um campeão declarado, pois o vice-campeão Paris Saint-Germain não aceitou receber o título.

O clube também foi punido com a queda para a segunda divisão de 1994–95 e foi substituído pelo Milan na disputa da Copa Intercontinental, vencida pelo São Paulo. O título da Liga na temporada anterior, no entanto, foi mantido. Tapie e Bernès foram condenados a 2 anos de prisão por suborno e corrupção, enquanto Eydelie ficou apenas 17 dias preso (ele fora condenado a um ano de prisão) e suspenso do futebol por 18 meses, e Burruchaga e Robert foram punidos com 6 meses de suspensão. Em 1995, Jacques Glassmann recebeu o Prêmio Fair Play da FIFA por sua recusa em participar do escândalo.[5][6]

Referências

  1. a b Adams, Tom (10 de março de 2011). «The shame of Marseille». ESPN FC. Consultado em 9 de julho de 2016 
  2. [1] Olympique de Marseille já pagou caro por subornar adversário. E no caso da Portuguesa?
  3. Scott-Elliott, Robin (23 de fevereiro de 2011). «The story of Marseilles' tainted 1993 Cup triumph». The Independent. Consultado em 9 de julho de 2016 
  4. Bidwell, Nick (12 de julho de 1993). «Football: Scandal leaves a stain on the white shirt of Marseille: Allegations of match-fixing, of franc-filled envelopes buried in gardens are threatening to dethrone the kings of French football». The Independent. Consultado em 9 de julho de 2016 
  5. Murray, Scott; Walker, Ronan (2008). Day of the Match: A History of Football in 365 Days. [S.l.]: Macmillan Publishers. p. 148. ISBN 9780752226781. Consultado em 9 de julho de 2016 
  6. «FIFA Fair Play Award - all-time records» (PDF) (pdf). FIFA. p. 3. Consultado em 21 de dezembro de 2018