Espodossolo é uma ordem caracterizada por solos distróficos com um horizonte claro com altíssima porcentagem de areia na textura sobre outro horizonte escuro extremamente endurecido. O desenvolvimento do Espodossolo decorre através do transporte iluvial de material coloidal na forma de complexos organometálicos dos horizontes superficiais para o horizonte B, sendo estes complexos constituídos de matéria orgânica + alumínio, podendo ou não conter ferro.[1]

Critérios

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Para a categorização de um solo na ordem Espodossolo é requisito a existência de um Horizonte B espódico, sendo esse definido pelos seguintes critérios:[1]

1.1. Ocorrer abaixo de horizonte A, ou horizonte E (álbico ou não); ou
1.2. Ocorrer dentro de 200 cm de profundidade se abaixo de horizonte Hístico com menos de 40 cm; ou
1.3. Ocorrer dentro de 400 cm se a soma das espessuras dos horizonte A+E, ou a soma dos horizontes hísticos, ultrapassar 200 cm de profundidade.

Além disso, o horizonte B espódico deve:

2. Conter espessura mínima de 2,5 cm.
3. Exibir acumulação iluvial de matéria orgânica+alumínio, podendo ou não conter ferro.

Gênese

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Materiais orgânicos são ácidos e tem potencial de dissolver compostos de ferro e de alumínio; sob certas condições, esses compostos deslocam-se para a profundidade, causando o descolorimento do horizonte do qual foram removidos (no caso, horizonte E) e, posteriormente, precipitam-se no horizonte B, tornando-o escuro e enrijecido.[2][3]

Em razão desses materiais iluviados, na base do horizonte B espódico é comum a formação de uma camada muito endurecida denominada "ortstein"; esta condição favorece a formação de lençol freático suspenso e prejudica a drenagem em regiões côncavas, além disso é um impedimento físico ao crescimento de raízes quando ocorre próximo à superfície.[4]

Estrutura

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A estrutura do Espodossolo não é desenvolvida, sendo assim definida como grãos simples ou maciça, todavia podem ocorrer outros tipos de estrutura com fraco grau de desenvolvimento. No horizonte B espódico podem ocorrer partículas de areia e silte, ambos revestidos por matéria orgânica; matéria orgânica; alofana; e sesquióxidos livres. [5]

Distribuição

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No Brasil, Espodossolos são situados em ambientes costeiros, tanto nas Formações Barreiras (Terciário) quando nas Restingas (Quaternário).[6] As rochas matrizes que formam esse solo usualmente são quartzitos, arenitos ou sedimentos quartzosos, explicando sua textura fortemente arenosa, o baixo teor de argila que raramente ultrapassa 10%, minerais de baixa atividade, e a baixíssima fertilidade na qual a soma de cátions trocáveis raramente atinge níveis superiores a 1 cmolc/dm3.[7] Na paisagem, ocorrem em locais de relevo plano a suave ondulado, tanto nos Tabuleiros Costeiros como nas Baixadas Litorâneas.

Em climas úmidos e frios (região temperada ou subtropical de altitude), o fenômeno de migração do ferro e húmus é condicionado pela vegetação de coníferas. No Brasil, Espodossolos são encontrados especialmente sob vegetação de restingas que se desenvolveram sobre material bem arenoso e em condição de forte umidade.

Subordens

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1. Espodossolo Humilúvico
Contém alto acúmulo de carbono e de alumínio.
2. Espodossolo Ferrilúvico
Contém alto acúmulo de compostos de ferro.
3. Espodossolo FerriHumilúvico
Contém alto acúmulo de ferro e de carbono.

Galeria

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Referências

  1. a b Santos, Humberto Gonçalves dos, et al. (2018)
    SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS.
    5. ed. rev. e ampl. Brasília, DF : Embrapa. Acessar
  2. Resende, M.; Curi, N.; Rezende, S.B. & Corrêa, G.F. (1995)
    PEDOLOGIA: BASE PARA DISTINÇÃO DE AMBIENTES.
    Edição rev. amp. Viçosa, MG. Núcleo de Estudos de Planejamento e Uso da Terra (NEPUT).
  3. Lepsch, Igo Fernado. (2010)
    FORMAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS SOLOS.
    2ª edição, p. 107-108. Oficina de Textos. Acessar
  4. Araújo, Maria do Socorro Bezerra de; et al. (2009)
    O PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS ESPODOSSOLOS E O TRANSPORTE DE FÓSFORO ASSOCIADO.
    Revista de Geografia (Recife), v. 23, n. 3, p. 54-65. Acessar
  5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007)
    MANUAL TÉCNICO DE PEDOLOGIA.
    Manuais Técnicos em Geociência, 2ª edição, n° 4. Acessar
  6. Oliveira, Aline Pacobahyba de; et al. (2010)
    SPODOSOLS PEDOGENESIS UNDER BARREIRAS FORMATION AND SANDBANK ENVIRONMENTS IN THE SOUTH OF BAHIA.
    Revista Brasileira Ciências do Solo, vol. 34, nº 3. Acessar
  7. Oliveira, J.B.; Klinger, T.J. & Camargo, M.N. (1992)
    CLASSES GERAIS DE SOLOS DO BRASIL - GUIA AUXILIAR PARA SEU RECONHECIMENTO.
    2a edição, UNESP/Funep.

Ver também

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