Estação Ferroviária de Codeçoso

A Estação Ferroviária de Codeçoso, igualmente conhecida como Codeçôso ou Codessoso, é uma gare encerrada da Linha do Tâmega, que servia a localidade de Codeçoso, no Município de Celorico de Basto, em Portugal. Foi inaugurada em 20 de Março de 1932[1] e encerrada em 2 de Janeiro de 1990.[2] Foi reabilitada em 11 de Junho 2022 para servir de apoio aos turistas e utilizadores da Ecopista do Tâmega.[3]
Codeçoso | |
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Linha(s): | Linha do Tâmega (PK 25,833) |
Coordenadas: | 41° 20′ 04,02″ N, 8° 01′ 12,53″ O |
Município: | Celorico de Basto |
Inauguração: | 20 de Março de 1932 |
Encerramento: | 1 de Janeiro de 1990 |

História
editarConstrução e inauguração
editarEsta estação situava-se no troço entre Chapa e Celorico de Basto, que começou a ser construído em Outubro de 1929,[1] e foi inaugurado em 20 de Março de 1932, pela Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal,[4] à qual a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses tinha alugado a Linha do Vale do Tâmega.[5] Para a cerimónia, foi organizado um comboio especial de Livração a Celorico de Basto, que foi recebido pela multidão quando passou por Codeçoso.[1] Após a sua inauguração, esta interface passou a prestar serviços completos, internos e combinados, nos regimes de pequena e grande velocidades.[6]
Em 1947, a Companhia do Norte foi integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, pelo que a Linha do Tâmega voltou a ser gerida directamente pela CP.[5]
Encerramento
editarEm 2 de Janeiro de 1990, a empresa Caminhos de Ferro Portugueses encerrou o lanço entre Arco de Baúlhe e Amarante,[2] devido à reduzido procura,[7]
Em 11 de Junho de 2022 foram inauguradas as obras de recuperação da antiga gare de Codeçoso, no âmbito do programa de conversão parcial da Linha do Tâmega numa Ecopista do Tâmega. Segundo a autarquia de Celorico de Basto, esta intervenção teve como finalidade «recuperar a memória pública e manter a imagem tradicional da antiga estação de caminhos de ferro», passando o edifício e o cais a servir de apoio aos turistas e outros utentes da ecopista, além da comunidade local. O presidente da Câmara Municipal, José Peixoto Lima, referiu que «com a reabilitação desta estação, a par da reabilitação da Casa da Taipa em Canedo, da estação de Mondim e da estação de Lourido, estamos a dar passos seguros para transformar esta ecopista numa das melhores ecopistas do país», explicando que a antiga interface passou a ser «um espaço de apoio aos utentes da ecopista, mas também um espaço de serviços para todas as pessoas desta freguesia, bem demonstrativo com esta Festa do Mel», e «um espaço que foi criado para dar resposta aos nossos jovens, às coletividades, aos nossos empresários que aqui queiram realizar iniciativas diversas. Será também um espaço de promoção cultural e de divulgação da nossa história, dos nossos valores, das nossas potencialidades». No seu discurso, evocou a importância da estação durante o seu funcionamento, e recordou as avançadas condições de degradação a que chegou após ter sido encerrada: «O som dos comboios era o relógio deste lugar, e fez parte do meu crescimento. Era um bem muito precioso, era o principal transporte de muitas das pessoas deste lugar com vários horários de passagem. Nos anos 80 a linha encerrou e com o passar dos anos este edifício foi-se deteriorando, causando grande tristeza a quem tão boas recordações tinha. Por isso, hoje, todos nós temos motivos para celebrar com muita alegria. Voltamos a ver o edifício da estação e do cais tal como eram, e acredito que esta estação vai voltar a ser um local de convívio como em tempos passados. Com a linha transformada em ecopista, a estação reabilitada, temos todas as condições para que este espaço volta a ser um cartão de visita quer para codesso [sic] quer para o concelho». Durante a cerimónia foi descerrada uma placa comemorativa das obras de restauro da estação.[8]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c ORNELLAS, Carlos de (1 de Abril de 1932). «Um Novo Melhoramento Ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 45 (1063). p. 161-165. Consultado em 23 de Novembro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b «CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 1 de Janeiro de 2021 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ gab.imprensa (11 de junho de 2022). «Celorico de Basto com estação de Codessoso reabilitada». Câmara Municipal de Celorico de Basto. Consultado em 21 de dezembro de 2022
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1684). p. 91-95. Consultado em 23 de Novembro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b REIS et al, 2006:62
- ↑ «Viagens e transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 45 (1065). 1 de Maio de 1932. p. 218. Consultado em 23 de Novembro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Linha do Tâmega: Crónica de uma ferrovia de "vida estreita"». O Basto. 3 de Março de 2014. Consultado em 21 de Novembro de 2014. Arquivado do original em 28 de Fevereiro de 2017
- ↑ «Celorico de Basto: Estação de Codessoso foi reabilitada». A Verdade. 13 de Junho de 2022. Consultado em 10 de Fevereiro de 2025
Bibliografia
editar- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
Ligações externas
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