Estação Ferroviária de Valado
A estação ferroviária de Valado,[3] originalmente denominada Vallado,[5] e também denominada Valado de Frades e Valado-Nazaré-Alcobaça (ou Valado - Nazaré - Alcobaça),[6] é uma interface da Linha do Oeste, que serve a localidade de Valado dos Frades, no município da Nazaré, em Portugal.
Valado | ||||||||||||||||||||
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edifício da estação de Valado | ||||||||||||||||||||
Identificação: | 63263 VAO (Valado)[1] | |||||||||||||||||||
Denominação: | Estação de Valado | |||||||||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | |||||||||||||||||||
Classificação: | E (estação)[1] | |||||||||||||||||||
Tipologia: | D [2] | |||||||||||||||||||
Linha(s): | Linha do Oeste (PK 130+617)[4] | |||||||||||||||||||
Altitude: | 14 m (a.n.m) | |||||||||||||||||||
Coordenadas: | 39°35′6.44″N × 9°1′0.11″W (=+39.58512;−9.0167) | |||||||||||||||||||
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Município: | Nazaré | |||||||||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||||||||
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Conexões: | ||||||||||||||||||||
Inauguração: | 1 de agosto de 1887 (há 137 anos) | |||||||||||||||||||
Website: |
Descrição
editarLocalização e acessos
editarEncontra-se na Rua Professor Arlindo Varela da localidade nominal primária (Valado),[7] situando-se aproximadamente à mesma distância, mais de seis quilómetros, das duas sedes de concelho mais próximas (suas localidades nominais secundárias): Nazaré, para oés-noroeste,[8] e Alcobaça, para és-sudeste.[9]
Infraestrutura
editarEm Janeiro de 2011, possuía três vias de circulação, com 490, 486 e 246 m de comprimento; as plataformas tinham 220 e 200 m de extensão, e 40 e 45 cm de altura,[10][3] numa configuração algo reduzida em comparação com a de décadas anteriores.[4]
Serviços
editarEm dados de 2023, esta estação é servida por comboios de passageiros regionais e inter-regionais (Linha do Oeste) da CP com destino às estações das Caldas da Rainha, Coimbra-B, Figueira da Foz, Leiria e Santa Apolónia, num total de seis circulações diárias em cada sentido.[6]
História
editarAbertura ao serviço
editarA estação insere-se no troço entre Torres Vedras e Leiria da Linha do Oeste, que abriu à exploração pública em 1 de Agosto de 1887, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[11]
Século XX
editarEm 1913, a estação de Valado estava ligada por uma carreira de diligências até Maiorga, Alcobaça, Pederneira, e Nazaré.[12]
Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de melhoramento na toma de água desta estação.[13] Nesse ano, já os jardins desta estação eram considerados como dignos de destaque, sendo então o chefe António dos Santos Franco.[14]
Em 5 de Junho de 1949, a Companhia organizou um comboio especial de Lisboa até Valado, para transportar os participantes da Reunião Internacional dos Caminhos de Ferro, que nesse ano se realizou na capital portuguesa.[15]
Esta estação ficou em segundo lugar no Concurso das Estações Floridas de 1952, organizado pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e pela Repartição de Turismo do Secretariado Nacional de Informação.[16] O chefe de estação, Álvaro da Silva Martins, recebeu um prémio de 2.000$00.[17] No XIII Concurso, em 1954, a estação de Valado ficou na terceira posição.[18]
Movimento de passageiros e mercadorias
editarEm 1958, os maiores aumentos no movimento de passageiros foram registados durante a época balnear, tendo-se verificado igualmente acréscimos consideráveis durante a Páscoa e o Natal; nesse ano, esta foi uma das estações com maior movimento de passageiros e mercadorias, na Região Oeste.[19] Entre 1 de Agosto e 30 de Setembro, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses colocou mais uma automotora entre as Caldas da Rainha e o Valado, de forma a reforçar a oferta.[20]
Em 1961, esta interface expedia, no regime de vagão completo em pequena velocidade, trigo, vinho de pasto, arroz em casca, milho, barrotes e toros para exportação, toros para a indústria mineira nacional, farinha de trigo, batata, madeira de eucalipto ou de pinho aplainada ou serrada, fios e tecidos, louças e vidros, e gado bovino.[21] Em termos de grande velocidade, em 1958, a maior parte das mercadorias expedidas eram frutas verdes, hortaliças, e legumes verdes.[21] Também recebia mercadorias, especialmente no regime de pequena velocidade, na tarifa de pequenos volumes.[21]
Em 1961, a estação era utilizada por serviços de passageiros e mercadorias da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, em combinação com a Sociedade Estoril.[22] Devido à inexistência de uma estação ferroviária em Alcobaça, esta foi a principal estação utilizada pelos seus habitantes, tendo existido serviços dedicados ao transporte de passageiros e mercadorias entre aquela localidade e a estação.[23]
Em Novembro de 2000, a Rede Ferroviária Nacional anunciou a sua intenção de reduzir o número de trabalhadores na estação de Valado, no âmbito de uma reestruturação interna dos serviços; desta forma, em vez de dois turnos com quatro trabalhadores, ficaria apenas um turno com dois trabalhadores.[24] Esta decisão causou protestos por parte dos passageiros, uma vez que desta forma as portas da estação ficariam fechadas a partir das 16:30 nos dias úteis, e todo o dia nos feriados e fins de semana, obrigando os utentes a esperarem pelos comboios no exterior do edifício, em piores condições de conforto.[24] No dia 29 de Novembro, a autarquia da Nazaré aprovou uma exposição do presidente da Junta de Freguesia de Valado de Frades, Amável Pereira, contra a decisão da Rede Ferroviária Nacional.[24]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ a b Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ a b c Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ a b “Sinalização da estação de Valado” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1972
- ↑ Aviso de 1926, onde a estação aparece ainda com a grafia original, Vallado.
- ↑ a b «Horário Comboios | Lisboa < > Caldas da Rainha/Coimbra» (PDF). CP - Comboios de Portugal. 17 de setembro de 2023. Consultado em 8 de outubro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Valado - Linha do Oeste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 31 de Agosto de 2015
- ↑ «Cálculo de distância rodoviária (39,584630; −9,017800 → 39,602721; −9,073323)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 10 de janeiro de 2025: 6370 m: desnível acumulado de +149−146 m
- ↑ «Cálculo de distância rodoviária (39,58463; −9,01780 → 39,54853; −8,98020)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 10 de janeiro de 2025: 6440 m: desnível acumulado de +89−60 m
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). Lisboa. p. 61-64. Consultado em 6 de Junho de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 10 de Fevereiro de 2018 – via Biblioteca Nacional de Portugal
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). Lisboa. 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 18 de Maio de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Ajardinamento das estações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1089). Lisboa. 1 de Maio de 1933. p. 266. Consultado em 2 de Fevereiro de 2016 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Comissão Permanente da Associação Internacional dos Congressos de Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1476). Lisboa. 16 de Junho de 1949. p. 407-417. Consultado em 6 de Junho de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Ao XI Concurso das Estações Floridas apresentaram-se 78 estações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1558). 16 de Novembro de 1952. p. 338. Consultado em 15 de Outubro de 2015
- ↑ «XI Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 66 (1570). 16 de Maio de 1953. p. 112. Consultado em 21 de Agosto de 2015
- ↑ «XIII Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 2 de Fevereiro de 2016
- ↑ SILVA et al, 1961:202
- ↑ SILVA et al, 1961:197
- ↑ a b c SILVA et al, 1961:205-206
- ↑ SILVA et al, 1961:189
- ↑ SAMPAIO, 2001:147-148
- ↑ a b c SEQUEIRA, Manuel (3 de Dezembro de 2000). «REFER mantém as portas fechadas». Público. Ano 11 (3913). Lisboa: Público, Comunicação Social, S. A. p. 53
Bibliografia
editar- SAMPAIO, Jorge; PEREIRA, Luís (2001). 100 Anos de Comércio em Alcobaça. Alcobaça: Câmara Municipal de Alcobaça. 189 páginas
- SILVA, Carlos; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António (1961). A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros: Estudo económico-agrícola dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 767 páginas