Estilística

estilistico
(Redirecionado de Estilístico)
Gramática
Classificação
Comunicação
Fonética
Fonologia
Morfologia
Sintaxe
Semântica
Etimologia
Estilística
Literatura
Tipos
Descritiva
Gerativa
Formal
Funcional
Normativa
Transformacional
Universal
Implícita
Contrastiva
Reflexiva
Histórica
Artigos Relacionados
Gramática
Linguística
Lexicologia
Retórica
Língua

Estilística (do alemão Stilistik, pelo francês stylistique) é o ramo da linguística que estuda as variações da língua e sua utilização, incluindo o uso estético da linguagem e as suas diferentes aplicações dependendo do contexto ou situação. O objeto preferencial de estudos estilísticos é a literatura - não exclusivamente a "alta literatura" mas também outras formas de textos escritos, na publicidade, política ou religião.

Por exemplo, a linguagem de publicidade, política, religião, autores individuais, ou a linguagem de um certo período, todos pertencem a uma situação particular, um "lugar". Na estilística, analisa-se a capacidade de provocar sugestões e emoções usando certas fórmulas e efeitos de estilo.

Também tenta-se estabelecer os princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais em seu uso da língua, tal como a socialização, a produção e a recepção do sentido, a análise crítica do discurso e a crítica literária.

Outras características da estilística incluem o uso do diálogo, incluindo acentos regionais e os dialetos de determinado povo ou grupo social, a língua descritiva, o uso da gramática etc.

Muitos linguistas não gostam do termo "estilística". A própria palavra "estilo" possui diversas conotações que dificultam a definição do termo. Entretanto, no criticismo linguístico, Roger Fowler diz que, no uso não teórico, a palavra estilística faz sentido e é útil, referindo-se a uma série de contextos literários, tais como o "grande estilo" de John Milton, "o estilo da prosa" de Henry James, o "épico" e "estilo da canção popular" da literatura clássica grega, etc..[1] Além disso, a estilística é um termo distintivo que pode ser usado para determinar conexões entre forma e efeitos, dentro de uma variedade particular da língua. Consequentemente, a estilística visa ao que "acontece" dentro da língua e o que as associações linguísticas revelam do estilo da linguagem.

A situação em que um tipo de linguagem é encontrado pode ser considerada apropriada ou imprópria ao estilo da linguagem usado. Uma carta pessoal de amor provavelmente não possuiria a linguagem apropriada para este tipo de artigo. Entretanto, dentro da língua de uma correspondência romântica o estilo da carta e seu contexto podem estar relacionados. Pode ser intenção do autor incluir uma palavra, frase ou sentença que não apenas transmita os sentimentos de afeição, mas também reflita o ambiente original de sua composição romântica.

Mesmo assim, usando uma linguagem convencional e aparentemente apropriada a um contexto específico, existe a possibilidade de que, nessa linguagem, deixe-se de transmitir fielmente a mensagem ao leitor, precisamente devido à sua convencionalidade.

Registro

editar

Na análise linguística, diferentes estilos de linguagem são tecnicamente registrados. O registro consulta as propriedades dentro de uma variedade da língua que associe essa língua com uma situação dada. Isso é diferente de, digamos, uma terminologia profissional que só poderia ser encontrada, por exemplo, em um documento legal ou jornal médico. O linguista Michael Halliday define o registro enfatizando seus padrões e contexto semânticos. Para Halliday, registro é determinado por aquilo que está ocorrendo, quem é que participa e que parte da linguagem está participando.[2] Em "Context and Language", Helen Leckie-Tarry sugere que teoria de Halliday sobre registros visa a propor relações entre função da linguagem, determinada por fatores situacionais ou sociais, e forma da língua.[3]

O linguista William Downes diz que a principal característica do registro, não importando quão peculiar ou diverso este possa ser, é a de que seja evidente e imediatamente reconhecível.[4]

Halliday dá grande ênfase ao contexto social e de registro, e distingue do registro do dialeto, que é uma variedade, de acordo com usuário, no sentido de que cada orador utiliza uma variedade e a usa tempo todo, e não, como é no registro, uma variedade de acordo com o uso, no sentido de que cada orador tem um leque de variedades e escolhe entre elas em momentos diferentes.[5]

Campo, conteúdo e modo

editar

Halliday classifica a estrutura da semiótica como "campo", "conteúdo" e "modo", que, ele sugere, tende a determinar a seleção de opções correspondentes em um componente da semântica.[6] O linguista David Crystal salienta que o "conteúdo" de Halliday está como um equivalente para a expressão 'estilo', que é uma alternativa mais específica utilizada por linguistas para evitar ambiguidade.

Divisões

editar

A divisão proposta pelo francês Pierre Giraud abarca duas condições de origem: aquelas figuras usadas pelo próprio idioma (estilística da língua), e aquelas criadas pelo autor (estilística genética)[7]

Para aqueles que a entendem como uma divisão da gramática, a Estilística divide-se em:

Segundo ainda essa divisão, a ela cabem, também, o estudo dos chamados vícios de linguagem, tais como a ambiguidade (anfibologia), barbarismo, cacofonia, estrangeirismo, colisão, eco, hiato, preciosismo, queismo, solecismo e obscuridade.

Referências

  1. Fowler, Roger (1996). Linguistic Criticism. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 262 p. 185 
  2. Halliday, M. A. K. (1978). Language as Social Semiotic: The Social Interpretation of Language and Meaning. Londres: Edward Arnold. pp. 256 p. 23 
  3. Leckie-Tarry, Hellen (1995). Language and Context. [S.l.]: A&C Black. pp. 192 p. 6 
  4. Downes, William (24 de setembro de 1998). Language and Society (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 503 p. 309. ISBN 9780521456630. Consultado em 2 de julho de 2019 
  5. Webster, Jonathan J. (26 de fevereiro de 2015). The Bloomsbury Companion to M. A. K. Halliday (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing. pp. 464 p. 77. ISBN 9781441102546. Consultado em 2 de julho de 2019 
  6. Webster, Jonathan J. (26 de fevereiro de 2015). The Bloomsbury Companion to M. A. K. Halliday (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing. pp. 464 p. 56. ISBN 9781441102546. Consultado em 2 de julho de 2019 
  7. Castelar de Carvalho, in: A Estilística e o Ensino de Português, artigo no sítio www.filologia.org.br, pesquisado em 26 de fevereiro de 2007, às 8:30h.