Daigaku wa Deta keredo
Daigaku wa Deta keredo (大学は出たけれど, Daigaku wa Deta keredo, lit. "Embora eu tenha me formado na universidade") (bra: Eu Passei de Ano, Mas...)[1] é um filme mudo japonês de 1929 dirigido por Yasujirō Ozu. Grande parte desse filme se encontra perdido, exceto por um trecho de aproximadamente 10 minutos.[2]
大学は出たけれど Daigaku wa Deta keredo | |
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Eu Passei de Ano, Mas... (bra) | |
Minoru Takada (esquerda) e Kinuyo Tanaka em cena do filme | |
Japão} 1929 • preto-e-branco • | |
Direção | Yasujirō Ozu |
Roteiro | Hiroshi Shimizu Yoshirô Aramaki |
Elenco | Minoru Takada Kinuyo Tanaka Utako Suzuki |
Cinematografia | Hideo Shigehara |
Distribuição | Shochiku |
Lançamento |
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Idioma | legendas em japonês |
O amigo e colega de trabalho de Ozu na produção, Hiroshi Shimizu, que coescreveu o roteiro, foi originalmente escalado para dirigir o filme.[3] A esposa de Shimizu, Kinuyo Tanaka, também participou no filme.[3]
Sinopse
editarA trama envolve um jovem (Minoru Takada) que recusa um emprego de recepcionista após se formar na faculdade porque sente que não é bom o suficiente para ele, mas precisa enganar sua mãe (Utako Suzuki) e sua noiva (Tanaka) fazendo-as pensar que ele tem um trabalho.[2][4] Depois de se casar com sua mulher, ele admite a ela que está desempregado, e pouco tempo depois ela consegue um emprego em um bar. Depois de uma discussão do casal, ele pede desculpas por ser irresponsável. Ele volta para a empresa que recusou trabalhar para aceitar a proposta de emprego como recepcionista, mas em vez disso lhe dão um cargo como assalariado.[2]
Análise
editarConteúdo
editarUm pôster do filme de comédia muda de Harold Lloyd, Speedy, é usado como item decorativo de fundo no filme.[2][5] Uma piada visual que ocorre no filme é quando um homem pede desculpas à esposa e, de repente, dá um tapa na cabeça dela, mas é então revelado que ele estava matando um mosquito.[2]
Comparações com outros filmes de Ozu do mesmo período
editarDe acordo com Donald Richie, o filme de Ozu de 1930, Rakudai wa shitakeredo foi parcialmente baseado neste filme.[6] Para David Bordwell Rakudai wa shitakeredo apresenta uma situação oposta a este filme, na medida em que o protagonista não se forma, ele, consequentemente, não precisará enfrentar o momento de arrumar o seu primeiro emprego e conseguirá se manter desempregado.[2] Ambos os filmes refletem um tema que permeia vários filmes de Ozu da época, o do desemprego juvenil no Japão.[2]
Akira Iwasaki descreveu os filmes de Ozu nessa faixa de tempo, onde se inicia com este filme e estende-se até Umarete wa mita keredo, tendo "retratado mais diretamente a depressão psicológica do "período negro" do que qualquer outro filme".[7] Um crítico da Kinema Jumpo reclamou que as brincadeiras do filme eram "chocantes" e que o final feliz prejudicava a mensagem social.[2]
Estrutura do filme
editarBordwell comentou a respeito da simetria na qual o filme foi moldado, inclusive como ele começa e termina com cenas no escritório da empresa com resultados opostos, e como, a princípio, o homem finge ter um emprego quando não tem, mas depois sua a noiva finge não ter um quando ela na verdade tem.[2]
Referências
editar- ↑ «Eu Passei de Ano, Mas..., diretor Yasujiro Ozu * Melhores Filmes». www.melhoresfilmes.com.br. Consultado em 30 de setembro de 2023
- ↑ a b c d e f g h i Ozu and the Poetics of Cinema. [S.l.]: Princeton University Press. 1988. pp. 10, 34–35, 64, 152, 193–194, 202. ISBN 0851701582
- ↑ a b Sharp, Jasper (2011). Historical Dictionary of Japanese Cinema. [S.l.]: Scarecrow Press. pp. 196, 214, 240. ISBN 9780810875418
- ↑ «I Graduated But…, 1929». Strictly Film School. Consultado em 1 de fevereiro de 2023. Cópia arquivada em 1 de fevereiro de 2023
- ↑ Cousins, Mark (2012). The Story of Film. [S.l.]: Pavilion Books. ISBN 9781909108141
- ↑ Richie, Donald (1977). Ozu. [S.l.]: University of California Press. ISBN 9780520032774
- ↑ Miyao, Daisuke (2013). The Aesthetics of Shadow: Lighting and Japanese Cinema. [S.l.]: Duke University Press. ISBN 9780822399667