Eudóxia Epifânia
Eudóxia Epifânia (7 de julho de 611 - década de 630) foi a única filha do imperador bizantino Heráclio (r. 610–641) e sua primeira esposa Fábia Eudócia (r. 610–612). Nasceu na capital imperial em 611 e foi batizada no mesmo ano. Com a morte de sua mãe foi coroada augusta em meio a uma grande cerimônia.
Eudóxia Epifânia | |
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Augusta do Império Bizantino | |
Reinado | 612 - anos 630 |
Nascimento | 7 de julho de 611 |
Constantinopla | |
Morte | anos 630 |
Dinastia | Heracliana |
Pai | Heráclio |
Mãe | Fábia Eudócia |
Religião | Cristianismo |
Acompanhou seu pai durante suas campanhas contra o Império Sassânida e foi oferecida em casamento a Ziebel, comandante dos cazares, à época um aliado contra os persas. Com a morte de seu pretendente, Epifânia retornou para a capital. Em 636, Ciro de Alexandria (631–646) sugeriu que fosse oferecida em casamento para o comandante árabe Anre ibne Alas. Provavelmente morreu até o fim da década.
Biografia
editarEpifânia era filha de Heráclio (r. 610–641) com sua primeira esposa Fábia Eudócia (r. 610–612). Ela nasceu em Constantinopla, no palácio suburbano de Hieria, em 7 de julho de 611, nove meses após o casamento deles. Foi batizada no Palácio de Blaquerna em 15 de agosto, dia da Assunção de Maria, pelo patriarca constantinopolitano Sérgio I (610–638) e seu nome foi uma homenagem a sua avó paterna. Devido a morte de Fábia Eudócia em 13 de agosto de 612, foi coroada augusta sob nome de Eudóxia em 4 de outubro daquele ano. A cerimônia foi realizada na Igreja de São Estêvão no Grande Palácio por Sérgio.[1] Depois disso, segundo a Crônica Pascoal, Filareto e Sineto escoltaram-na numa carruagem para Santa Sofia para receber as aclamações do povo.[2]
Durante este período, o Império Bizantino estava em guerra com o Império Sassânida. Tal como seus meio-irmãos e sua madrasta Martina (r. 613–641), seguiu seu pai em campanha, ao menos em 624, quando partiram até Nicomédia antes de voltarem para a capital.[2] Em 626, quando Epifânia completou ca. 15 anos, Heráclio aliou-se aos cazares de Ziebel[nt 1] contra os sassânidas. Para assegurar sua ajuda, Heráclio prometeu Eudóxia em casamento,[4] porém, devido ao assassinato dele no final de 629,[5] ela voltou à capital.[6] Em 636, o patriarca Ciro de Alexandria (631–646) sugeriu a Heráclio que pagasse tributos aos árabes e oferecesse em casamento Epifânia ou outra de suas filhas para o general Anre ibne Alas para frear o avanço inimigo. Considerando a omissão à Epifânia no relato do Sobre as Cerimônias do imperador Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959) para a data 4 de janeiro de 639, é provável que já estivesse morta por esta época.[2]
Notas
- ↑ Por vezes especula-se que o acordo tenha sido firmado com os goturcos do Canato Túrquico Ocidental de Tong Jagbu.[3]
Referências
- ↑ Martindale 1992, p. 445.
- ↑ a b c Garland 1999.
- ↑ Kaegi 2003, p. 143.
- ↑ Dodgeon 2002, p. 208-209.
- ↑ Dodgeon 2002, p. 209.
- ↑ Martindale 1992, p. 445-446.
Bibliografia
editar- Dodgeon, Michael H.; Geoffrey Greatrex; Samuel N. C. Lieu (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363-630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3
- Garland, Lynda (2000). «Epiphania (daughter of Heraclius)» (em inglês). Universidade da Nova Inglaterra, Nova Gales do Sul
- Kaegi, Walter Emil (2003). Heraclius: Emperor of Byzantium. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-81459-6
- Martindale, John Robert; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8