Ievguêni Oniéguin
Ievguêni Oniéguin[1] (em russo: Евгений Онегин) é uma ópera em três atos e seis cenas do célebre compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893), baseada em Eugene Onegin, romance em verso de Alexander Pushkin escrito ente 1823 e 1831 e publicado em 1831, e que é considerado por críticos e especialistas como o início da grandeza da língua russa. A ópera estreou em Moscovo em 29 de março de 1879, no Teatro Maly, com um elenco formado por estudantes do Conservatório Imperial.
Ievguêni Oniéguin | |
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Ievguêni Oniéguin | |
Idioma original | Russo |
Compositor | Piotr Ilitch Tchaikovski |
Libretista | Konstantin Shilovsky |
Tipo do enredo | Dramático |
Número de atos | 3 |
Número de cenas | 6 |
Ano de estreia | 1879 |
Local de estreia | Conservatório de Moscou |
Personagens
editarTatiana (está apaixonada por Eugénio Oneguin, porém o sedutor despreza a suas manifestações afetivas) | soprano |
Senhora Larina (mãe de Tatiana e Olga) | mezzo-soprano |
Olga (irmã de Tatiana e namorada de Lensky, brevemente cortejada por Eugénio Oneguin) | contralto |
Lenski (namorado de Olga e amigo de Eugénio Oneguin, mas quando vê a sua namorada sendo cortejada por ele, desafia-o para um duelo) | tenor |
Eugene Onegin (amigo de Lenski, é desafiado para um duelo por flertar sua namorada) | barítono |
Príncipe Gremin (marido de Tatiana no terceiro ato da ópera) | baixo |
Filípievna (velha serva que criou as filhas de Lárina) | mezzo-soprano |
Sinopse
editarUm amor desprezado, transformado em ardente paixão quando já é tarde. Eugene Onegin, um nobre habituado com a vida na cidade, herda de um tio distante uma propriedade rural. Diverte-se com a simplicidade da pequena aristocracia local. Ali conhece Tatiana, jovem sonhadora que nutre a alma sensível com leitura de romances e poesia. Na sua ingênua pureza, a moça não hesita em confessar seu amor por Onegin por meio de uma carta. Surpreso e invulnerável, ele lhe diz com rude franqueza que não pode corresponder a tal amor. Pouco depois, ao matar num duelo o jovem poeta Lenski, noivo de Olga, irmã de Tatiana, Onegin parte para uma longa viagem. Apenas tornado a São Petersburgo, chega a um baile num rico palácio. Ali o aguarda uma perturbadora surpresa: torna a encontrar o príncipe Gremin, amigo e parente seu, que lhe apresenta sua mulher: Tatiana. Fascinado, Onegin compreende o seu erro. Dominado pela paixão, ele escreve uma carta a Tatiana, e ousa até entrar nos seus aposentos, implorando uma resposta. Embora ela confesse a Onegin que o ama, ela lhe diz, com firme determinação, que se tornou uma mulher e sempre será fiel ao marido, enquanto como adúltera jamais encontraria ao seu lado respeito e felicidade. Ordena-lhe que a deixe para sempre.
Ato I
editarCena I - Jardim de Madame Lárina
editarMadame Lárina, uma dama da pequena nobreza russa, tem duas filhas: Olga e Tatiana. Elas têm personalidades muito diferentes uma da outra. Enquanto Olga é muito alegre, Tatiana é sonhadora e fácil a comover. Vivem em uma fazenda de propriedade da família.
Enquanto na casa as irmãs cantam um dueto, Lárina e a babá estão fazendo compota, conversando e sonhando sobre a vida, o passado e o marido falecido de Lárina. Chegam os servos contadinos para anunciar que terminaram a colheita. Lenski (um jovem poeta noivo de Olga) e Ievguêni Oniégiin, dois jovens, chegam até sua casa. Lenski apresenta o seu vizinho Oniégiin que, cansado da vida na cidade, veio procurar as distrações que o campo poderia lhe oferecer. Tatiana, cheia de fantasias românticas, apaixona-se pelo estranho homem elegante.
Cena II - Quarto de Tatiana
editarTatiana, com imaginação inflamada e sonhos impetuosos do primeiro amor por Ievguêni, decide escrever-lhe, naquela mesma noite, uma carta declarando-lhe sua paixão, e pede à babá que a entregue ao amado.
Cena III - Outro lugar do jardim
editarEnquanto as raparigas colhem bagas nos arbustos, Tatiana espera ansiosa a chegada de Ievguêni para receber a resposta à carta que lhe escreveu. Ievguêni lhe diz de manera cortês, mas fria que nada pode haver entre eles porque não foi feito para a vida conjugal, e aconselha a Tatiana que aprenda a dominar-se.
Ato II
editarCena I - Aniversário de Tatiana
editarDurante a festa onomástica de Tatiana, as famílias provincianas chegam para celebrar. Todos comentam o envolvimento de Ievguêni com Tatiana, imaginando o quão terrível que seria a vida de casada para ela e contando-se boatos sobre Ievguêni. Ele está irritado com as opiniões que ouviu sobre si. Para vingar-se de Lenski, que o convidou, decide provocar os seus ciúmes, cortejando Olga. Lenski, ofendido, desafia-o para um duelo. Madame Lárina e Olga tentam trazer Lenski à razão, mas seus grandes ideais românticos estão despedaçados pela traição de seu amigo e pela volúpia de sua amada.
Cena II - O Duelo
editarNa manhã do duelo, Lenski pergunta-se se morrerá e se Olga virá visitar seu túmulo. Uma vez chegado Ievguêni, os dois duelistas contemplam a possibilidade de se reconciliarem. Lenski é morto por Ievguêni.
Ato III
editarCena I - São Petersburgo
editarArrependido por ter matado seu único e melhor amigo de uma forma tão estúpida, Ievguêni desapareceu da fazenda e tentou refazer sua vida longe dali. Alguns anos depois, à idade de 26 anos, chega a São Petersburgo, e assiste a um baile, onde o príncipe Gremin, veterão das guerras napoleónicas e distante parente seu, lhe apresenta a sua esposa, que é Tatiana. Neste momento, Ievguêni se dá conta de que está apaixonado por Tatiana. A sua vida agora parece cobrar sentido.
Cena II - Boudoir de Tatiana
editarAgora, Ievguêni quer que Tatiana responda uma carta em que revela o seu amor por ela. Tatiana tristemente lhe diz que embora ainda sinta por ele o amor passional platônico de menina. Agora ela é mulher, e nunca poderia encontrar felicidade e respeito com ele e diz-lhe que é tarde demais. Ela ordena que ele a deixe para sempre e afasta-se. Ele fica desesperado.
Referências
- ↑ Perpetuo, Irineu Franco. «No Rio de Janeiro, um 'Oniéguin' de resistência». CONCERTO. Consultado em 22 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2020
Ligações externas
editar- «Libreto» (em espanhol)