Europa: a última batalha
Europa: A Última Batalha (inglês, Europa: The Last Battle) é um documentário antissemita sueco, escrito e produzido por Tobias Bratt, membro do Movimento de Resistência Nórdica, grupo neonazista europeu banido em alguns países,[1][2] e lançado em 2017.[3][10] Dividido em 10 partes,[11] contém cerca de 13 horas de duração e uma parte bônus de DVD.[12]
Narrativa
editarO documentário promove várias teorias da conspiração antissemitas. Entre os diversos pontos apresentados no filme, estão a negação do Holocausto,[7] o controle econômico mundial,[7] a promoção de "ataques" a pessoas de cor branca[13] e a justificativa de extermínio judeu. O filme ficou conhecido devido a compartilhamentos de cenas em plataformas de mídia sociais, normalmente com finalidade de promoção neonazista.[1][8] O filme comenta que Karl Marx fazia parte de uma seita para espalhar o comunismo e dominar o mundo,[14][15] utilizando trechos fora de contexto do livro Roma e Jerusalém, de Moses Hess, para promover a ideia de que o povo judeu estaria por trás dos males do mundo, e afirma que Stalin, supostamente tendo esposas judias, "provaria" que os judeus o estavam controlando e, com ele, o mundo.[14]
O longa utiliza muito do revisionismo histórico, ao afirmar que os judeus foram os responsáveis por iniciarem as grandes guerras mundiais (tanto a primeira, quanto a segunda) e ainda teriam causado a derrota da Alemanha da primeira guerra,[16] supostamente com finalidade de estabelecer o estado de Israel, fazendo com que os nazistas agissem em legítima defesa[3][16][17] e que Adolf Hitler estava lutando contra uma dominação mundial judaica.[16]
Gregory Davis, pesquisador do grupo anti-racista sediado no Reino Unido Hope not Hate, disse que o filme "nega a realidade comprovada do Holocausto, ao mesmo tempo que fornece justificativas para o antissemitismo violento que o alimentou", acrescentando: "Sua mistura de falsidades e a representação tendenciosa de acontecimentos reais não lhe confere qualquer legitimidade histórica e serve apenas para demonizar o povo judeu e encobrir os crimes do regime nazista".[7]
Propagação
editarO filme foi amplamente promovido por diversos grupos radicais, incluindo grupos de supremacia branca,[11][18][19] teóricos da conspiração antissemitas,[11][20] o jornal de noticias falsas The Light[21] e adeptos ao QAnon no Telegram.[25]
Além desses grupos, o filme foi compartilhado em redes sociais como Instagram,[1] BitChute, TikTok[7][14], X[8][9] e chats de desinformação do Telegram. Algumas redes sociais como o YouTube e o Facebook bloquearam o upload do filme, mas possuindo links disponíveis em outros sites.[1]
Em junho de 2023, X exibia anúncios de grandes marcas como Disney, Microsoft e ESPN ao lado de tweets de usuários verificados compartilhando longos clipes do filme, acusando tais empresas de "contribuírem com o plano de dominação judeu".[8][9]
Ver também
editarReferências
editar- ↑ a b c d «Antisemitism in the Digital Age: Online Antisemitic Hate, Holocaust Denial, Conspiracy Ideologies and Terrorism in Europe» (PDF). Hope not Hate. 13 de outubro de 2021. p. 34. Consultado em 23 de setembro de 2023. Arquivado do original (PDF) em 16 de novembro de 2023 Erro de citação: Código
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. For example, the antisemitic and neo-Nazi film Europa – the Last Battle (2017), a 10-h film which is banned from YouTube, is found across several Bitchute channels.
- ↑ «QAnon's Antisemitism and What Comes Next». Anti-Defamation League (em inglês). 17 de setembro de 2021. Consultado em 26 de março de 2023. Cópia arquivada em 26 de março de 2023.
By May 20, he was posting links to neo-Nazi propaganda film "Europa: the Last Battle" and to the Wikipedia page for "crypto-Judaism."
- ↑ Thomas, W. F. (12 de janeiro de 2022). «Disclose.tv: Conspiracy Forum Turned Disinformation Factory». Logically (em inglês). Consultado em 26 de março de 2023. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2022.
Some share outright neo-Nazi propaganda, encouraging others in the Telegram chat to watch Europa - The Last Battle.
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- ↑ [17][3][22][23][24]
