Exército de Libertação de Portugal

O Exército de Libertação de Portugal (ELP) foi uma organização terrorista de extrema-direita[1][2] criada por Agostinho Barbieri Cardoso (ex-subdiretor-geral da PIDE/Direção-Geral de Segurança)[3] em 6 de janeiro de 1975. Fundada e dirigida através de Madrid, Espanha.[4]

Exército de Libertação de Portugal
Datas das operações 6 de janeiro de 19752 de abril de 1976
Líder(es) Agostinho Barbieri Cardoso
Motivos Derrubar o MFA e os Movimentos Comunistas
Área de atividade Portugal Portugal
Ideologia Anticomunismo
Salazarismo
Nacionalismo
Principais ações Ataques bombistas e destruição de sedes de partidos de Esquerda;

Assassinato do Padre Max e Maria de Lurdes; Ataque contra a Embaixada de Cuba;

Ataques célebres Ataques a sedes do Partido Comunista Português, durante o Verão Quente de 1975;

Ataque contra a Embaixada de Cuba;

Status As acções terminaram em 1976;

O principal objectivo do ELP era lutar contra os movimentos de esquerda[5] do pós-25 de Abril de 1974, nomeadamente o COPCON (Comando Operacional do Continente) e a LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária). Da mesma forma, combatia o MFA por defender que este não representava o exercito. A primeira acção foi o assalto, destruição e posterior incêndio da sede do MDP/CDE em Bragança, no dia 26 de Maio, o Centro de Trabalho do PCP, de Fafe, em 12 de junho. A 16 de junho seria a sede da UDP em AVer-o-Mar, na Povoa do Varzim.[6] A partir dai foram incendiadas mais de 100 sedes partidárias, a maioria do Partido Comunista Português e de outros partidos de esquerda. De facto, entre os 453 atentados que o PCP reclama ter sido alvo, mais de 70%, aconteceram na região Norte.[7]Destas, cerca de 30 foram atribuídas ao ELP, mas em muitas outras, a autoria foi muitas vezes confundida com outros movimento como o MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal) e do Movimento Maria da Fonte cujos objetivos no combate ao comunismo eram convergentes.[8][9] O MDLP era um movimento militar que tinha surgido no rescaldo do 11 de Março de 1975, data da tentativa de golpe do general António de Spínola e alguns quadros dos partidos de direita desmantelados em 1974. Já o Movimento Maria da Fonte, era uma rede alimentada pela Igreja Católica no norte de Portugal, em colaboração com elementos da sociedade civil.[10][11]

A Igreja a Norte, a partir de Braga e através do Conego Melo, foi um elemento catalizador da revolta, alimentada num sentimento anti comunista que se foi-se alastrando a outros sectores da sociedade mas cujas acções vieram a reduzir-se substancialmente, a partir do 25 de Novembro de 1975.[9]

Por esses receios, a 23 de março de 1975, esta organização seria denunciada pelo brigadeiro Eurico Corvacho (comandante da Região Militar Norte e que representava o referido COPCON no Norte de Portugal) numa conferência de imprensa difundida em directo pela emissora nacional de televisão RTP.[12][13]

Perante a referida acusação, em 29 de março, o ELP, em notícia divulgada pela imprensa, nega qualquer intervenção no Golpe de 11 de Março mas afirma-se pronto a actuar em todo o território português.[14]

Tinha-se instalado o chamado Verão Quente de 1975, durante o qual [carece de fontes?] assim como, participado a vários atentados bombistas a sedes de partidos políticos de esquerda.[2]

Referências

  1. «Centro de Documentação 25 de Abril | Universidade de Coimbra». www1.ci.uc.pt. Consultado em 20 de maio de 2022 
  2. a b Ministério da Justiça[ligação inativa]
  3. «Diário de Notícias-27 de agosto de 2005». Consultado em 15 de fevereiro de 2009. Arquivado do original em 6 de outubro de 2008 
  4. Exército de Libertação de Portugal (1975), Politipédia
  5. Página do Centro de Investigação para Tecnologias Interactivas
  6. «O Norte a ferro e fogo». Correio da Manhã. 20 de maio de 2005 
  7. Diego Palacios Cerezales, ‘Civil Resistance and Democracy in the Portuguese Revolution,’1127–1157;
  8. Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano Saraiva, História de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume X, Ed. QN-Edição e Conteúdos,S.A., 2004
  9. a b «A Contra-Revolução | Memórias da Revolução». RTP. Consultado em 20 de maio de 2022 
  10. Marchi, Riccardo; Silva, Raquel da (13 de maio de 2022). «Extreme-Right Violence in the Portuguese Transition to Democracy: Portugal's Liberation Army (1974–1976)». Fascism (1): 87–108. ISSN 2211-6257. doi:10.1163/22116257-bja10037. Consultado em 20 de maio de 2022 
  11. Silva, Pedro Luís (12 de agosto de 2020). «Há 45 anos a sede do PCP era atacada porque o Arcebispo de Braga baixou as calças». O Minho. Consultado em 20 de maio de 2022 
  12. «Sobre o MDLP». a24news.blogs.sapo.pt. Consultado em 19 de maio de 2022 
  13. «Conferência de Imprensa Eurico Corvacho». Centro de Documentação 25 de Abril | Universidade de Coimbra. Consultado em 19 de maio de 2022 
  14. Março de 1975, Cronologia Pulsar da revolução, Centro de Documentação 25 de Abril, Universidade de Coimbra, 2012

Ligações externas

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