Exposição Pedagógica do Rio de Janeiro
A primeira Exposição Pedagógica do Rio de Janeiro, de 1883, ocorreu no contexto dos grandes congressos e exposições científicas do final do século XIX e início do século XX em diversos países, incluindo no Brasil.
História
editarA exposição nasceu da tentativa de realização de um Congresso de Instrução no Rio de Janeiro que tomava como referência o Congresso Internacional do Ensino, realizado na Bélgica em 1880, assim como grandes exposições realizadas em Londres e Viena. A proposta do evento era divulgar estrategicamente as realizações do Estado no campo da instrução pública. O evento reuniu representantes do poder público, expositores estrangeiros ligados à temática da educação e educadores e industriais brasileiros que desenvolviam materiais de ensino. A exposição ocorreu no prédio da Tipografia Nacional, no centro do Rio de Janeiro. Sua inauguração estava prevista para o dia 1º de junho de 1883, mas só foi aberta em 28 de julho do mesmo ano, ficando aberta ao público até 30 de setembro. O Imperador Dom Pedro II esteve presente na Exposição Pedagógica.[1][2][3]
Embora menor do que o congresso planejado inicialmente por conta da falta de financiamento para sua realização, a Exposição Pedagógica reuniu materiais educacionais de diferentes países que serviram de base para a criação do Museu Escolar Nacional, inaugurado também em 1883 na capital carioca. Por conta da redução do congresso, a exposição abordou somente temas de jardim de infância e ensino primário, abandonando a proposta inicial de também se dedicar ao ensino profissional e superior, e fomentou discussões sobre a implementação do método intuitivo para professores aplicarem, seguindo normativas do ministro de instrução Leôncio de Carvalho.[1][3][4]
A organização do evento conseguiu, ainda, publicar um livro com os artigos de especialistas que foram encaminhados para a proposta inicial do congresso mais ampla, chamado Atas e Pareceres do Congresso da Instrução. A publicação conta com pareceres de políticos, professores, proprietários de colégios e inspetores de ensino, incluindo Benjamin Constant, Antônio Cândido da Cunha Leitão, André Rebouças, Álvaro Barbalho Uchôa Cavalcanti, Joaquim Monteiro Caminhoá e Paulo de Frontin. É considerada uma importante referência para análise do panorama da educação no Brasil no período imperial.[4][3]
Referências
- ↑ a b Collichio, Therezinha A. Ferreira (1 de dezembro de 1987). «Dois eventos importantes para a história da educação brasileira: a exposição pedagógica de 1883 e as conferências populares da Freguesia da Glória». Revista da Faculdade de Educação. 13 (2): 05–14. ISSN 1806-9274. doi:10.1590/S0102-25551987000200001
- ↑ Jr, Moysés Kuhlmann (2005). «Notas sobre o Congresso Internacional do Ensino, Bruxelas, 1801». Revista História da Educação. 9 (18): 59–69. ISSN 2236-3459
- ↑ a b c «Exposição pedagógica de 1883». Recanto das Letras. Consultado em 24 de fevereiro de 2020
- ↑ a b Heizer, Alda; Passos Videira, Antonio Augusto (2010). «Congressos Profissionais no final do século XIX e início do século XX: ciência e política». Ciência, civilização e república nos trópicos. Rio de Janeiro: MAUAD Editora. Consultado em 23 de fevereiro de 2020