Exposição colonial
As exposições coloniais eram realizadas mundialmente durante o século XIX e na primeira metade do século XX nos países europeus. Destinavam-se a mostrar aos habitantes da metrópole, as diferentes facetas das colónias.[1] As exposições coloniais resultavam das reconstruções espetaculares dos ambientes naturais e monumentos de África, Ásia e Oceânia. A encenação dos habitantes das colónias, por vezes deslocados à força do seu local de origem, deu-lhes posteriormente conceptualmente a classificação de zoológicos humanos.[2]
Cronologia das exposições coloniais
editar- 1866: Exposição Intercolonial da Australásia, Melburne (Intercolonial Exhibition of Australasia)
- 1870: Exposição Intercolonial de Sydney (Sydney Intercolonial Exhibition)[3]
- 1875: Exposição Intercolonial Vitoriana, Melburne (Victorian Intercolonial Exhibition)[3]
- 1876: Exposição Intercolonial, Brisbane (Intercolonial Exhibition)
- 1883: Exposição Universal e Colonial de Exportação Geral, Amesterdão (Internationale Koloniale en Uitvoerhandel Tentoonstelling ou Exposition Universelle Coloniale et d'Exportation Générale)
- 1886: Exposição Colonial e Indiana de Londres (Colonial and Indian Exhibition)
- 1889: Exposição Universal de 1889, Paris[4]
- 1894: Exposição Universal, Internacional e Colonial, Lião (Exposition universelle, internationale et coloniale)
- 1894: Exposição Insular e Colonial Portuguesa, Porto[5]
- 1896: Exposição Nacional e Colonial de Ruão (Exposition nationale et coloniale de Rouen)
- 1896: Grande Exposição Industrial de Berlim (Große Berliner Gewerbeausstellung)
- 1897: Exposição Internacional de 1897, Bruxelas
- 1898: Exposição Internacional e Colonial de Rochefort (Exposition internationale et coloniale de Rochefort-sur-Mer)
- 1902: Exposição Indochina Francesa e Internacional de Hanói (Indo China Exposition Française et Internationale de Hanoï)
- 1902: Exposição Internacional e Colonial dos Estados Unidos, Nova Iorque (United States, Colonial and International Exposition), não realizada
- 1906: Exposição Colonial de Marselha (Exposition coloniale de Marseille)
- 1907: Exposição Colonial de Paris (Exposition coloniale de Paris)
- 1908: Exposição Franco-Britânica, Londres (Exposition Franco-Britannique ou Franco-British Exhibition)
- 1910: Exposição Universal de 1910, Bruxelas
- 1911: Festival do Império, Londres (Festival of Empire)
- 1914: Exposição Colonial, Semarang (Koloniale Tentoonstelling)[6]
- 1921: Exposição Internacional de Borracha e Outros Produtos Tropicais, Londres (International Exhibition of Rubber and Other Tropical Products)
- 1922: Exposição Nacional e Colonial de Marselha (Exposition nationale coloniale de Marseille)
- 1924–5: Exposição do Império Britânico, Wembley (British Empire Exhibition)[7]
- 1930: Exposição Internacional Colonial, Marítima e da Arte Flamenga de Antuérpia (Exposition Internationale Coloniale, Maritime et d'Art flamand d'Anvers)[3]
- 1931: Exposição Colonial Internacional, Paris (Exposition coloniale internationale)
- 1934: Exposição Colonial Portuguesa, Porto[8]
- 1936: Exposição do Império, Joanesburgo (Empire Exhibition)
- 1937: Exposição Universal de 1937, Paris[9]
- 1938: Exposição do Império, Glásgua (Empire Exhibition)
- 1939: Exposição Colonial Alemã, Dresda (Deutsche Kolonial Ausstellung)
- 1940: Exposição do Mundo Português, Lisboa[10][11]
- 1948: Feira Colonial, Bruxelas (Foire coloniale)
Exposições coloniais japonesas
editarDurante o início do século XX, o Império do Japão foi notável pelo facto de não organizar os mostruários coloniais em exposições nos arquipélagos, mas realizou várias exposições em grande escala dentro das suas colónias como a Coreia e Taiwan. Estas exposições tiveram objetivos comparáveis aos dos seus homólogos europeus, na medida em que destacaram as realizações económicas e o progresso social sob o domínio colonial japonês para os assuntos coloniais iguais aos do Japão.
As exposições realizadas nas colónias japonesas, foram:
Ver também
editarReferências
- ↑ Laure Blevis, Hélène Lafout-Couturieur (2008). 1931: Les Étrangers au temps de l'Exposition Coloniale (em francês). Paris: Gallimard
- ↑ Pascal Blanchard, Nicolas Bancel, Sandrine Lemaire. «From human zoos to colonial apotheoses: the era of exhibiting the Other». Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (em inglês). Universidade de Coimbra. Consultado em 22 de fevereiro de 2016
- ↑ a b c Findling Pelle, ed. (2008). «Appendix D:Fairs Not Included». Encyclopedia of World's Fairs and Expositions (em inglês). McFarland & Company. pp. 415–423. ISBN 978-0-7864-3416-9
- ↑ Abbal, Odon (2010). L'exposition coloniale de 1889: La Guyane présentée aux Français (em francês). Guiana Francesa: Ibis Rouge Éditions. 110 páginas. ISBN 978-2-84450-382-4
- ↑ Exposição insular e colonial portugueza em 1894 no Palacio de Crystal Portuense. Porto: Typographia Central. 1893. 17 páginas
- ↑ «Calendar». The Independent (em inglês). 13 de julho de 1914
- ↑ «Lexicon — Empire Exhibition» (em inglês). Artefacts. Consultado em 22 de fevereiro de 2016
- ↑ «Exposição Colonial Portuguesa, 1934». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de fevereiro de 2016
- ↑ Rivoirard, Philippe (1987). Bertrand Lemoine, ed. Paris 1937: Cinquantenaire de l'Exposition internationale des arts et des techniques dans la vie moderne (em francês). Paris: Instituto Francês de Arquitetura, Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris. ISBN 285346041X
- ↑ «Exposição do Mundo Português». Rádio e Televisão de Portugal. Consultado em 22 de fevereiro de 2016
- ↑ «Exposição do Mundo Português». Dicionários Porto Editora. Infopédia
Bibliografia
editar- Catherie Hodeir, Michel Pierre (1991). L’Exposition coloniale de 1931 (em francês). Bruxelas: Éditions Complexe
- Daeninckx, Didier (1998). Cannibale (em francês). Lagrasse: Éditions Verdier. ISBN 978-2-86432-297-9
- Nicolas Bancel, Pascal Blanchard e Sandrine Lemaire (Agosto de 2000). «Ces zoos humains de la République coloniale». Le Monde diplomatique (em francês). ISSN 0026-9395
- Razac, Olivier (2002). L'écran et le zoo: spectacle et domestication, des Expositions coloniales à Loft Story (em francês). Paris: Éditions Denoël. 211 páginas. ISBN 2-207-25170-5
- Nicolas Bancel, Pascal Blanchard, Gilles Boëtsch, Eric Deroo (2004). Zoos humains: Au temps des exhibitions humaines (em francês). Paris: La Découverte. ISBN 978-2707144010
- Lozère, Christelle (2013). Les Salons coloniaux en province (1850-1896) (em francês). Paris: Éditions Mare & Martin
- C.T. Geppert, Alexander (2010). Fleeting Cities: Imperial Expositions in Fin-de-Siècle Europe (em inglês). Basingstoke/Nova Iorque: Palgrave Macmillan