Falcão-de-peito-laranja
O falcão-de-peito-laranja (nome científico: Falco deiroleucus) é uma ave de rapina da família Falconidae encontrada do sul do México até o norte da Argentina.[1]
Falcão-de-peito-laranja | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Quase ameaçada | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Falco deiroleucus Temminck, 1825 | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Descrição
editarConhecido como falcão-de-peito-vermelho ou falcão-de-peito-laranja, é um poderoso e notável predador de aves, com voos rápidos e eficientes, faz perseguições aéreas para caçar suas presas. É também um dos falcões mais raros do Brasil e das Américas. Possui comportamento discreto, geralmente vive em florestas densas e áreas próximas a rios ou paredões rochosos (Jenny & Cade, 1986)[2]. Apresenta populações pequenas e esparsas. É comumente confundido com o falcão-peregrino, que por sua vez também é uma ave rara e ameaçada.
Distribuição Geográfica
editarApesar de ter uma ampla distribuição geográfica, é uma ave relativamente rara, ocupando florestas tropicais do sul do México até o norte da Argentina (Hoyo et al. 1994)[1]. No Brasil se encontra em vários biomas diferentes, como Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Pantanal, Caatinga Amazônica e Cerrado. Neste, ela se distribui nas fitofisionomias florestais como mata de galeria, mata ciliar, mata de transição, tepuis e palmeirais (da Silva, 1995)[3].
Certos autores indicam que a partir dos dados de avistamento obtidos ao longo dos anos apontando uma alta quantidade de indivíduos jovens plumados (com penas capazes de voo) em florestas rodeadas parcialmente por habitats com alteração antrópica poderiam indicar uma preferência por ecótonos. No entanto, segundo Baker et al (2000)[4], a não-necessidade de florestas intactas não necessariamente indica uma preferência por locais ligeiramente desmatados, dada a ausência de indivíduos sem penas. Além disso, no estudo realizado por eles os mosaicos de maior frequência de indivíduos se tratavam de áreas extensas de floresta.
Características
editarCom traços faciais típicos, peito vermelho alaranjado e físico aerodinâmico, este falcão faz parte do grupo mais elegante das aves. Robusto e com comprimento que varia de 33 a 39 cm, as fêmeas (390-654g) da espécie são maiores que os machos (330-360g) [5]. Possui garras muito pesadas e notáveis quando empoleiradas (dedo médio 4,5 cm), que são utilizadas predominantemente para a captura da vítima, e de forma rápida mata sua presa com um golpe de bico na espinha dorsal. Devora primeiro a cabeça e depois as outras partes, segurando-a com uma das garras. Quando adulto seu ventre é negro com estrias brancas, enquanto seu peito e laterais do pescoço possuem a cor que dá de a espécie é conhecida vulgarmente. Seu canto é: "aczick-aczick".
Taxonomia
editarEmbora possua certas similaridades com o grupo peregrino de falcões [6] sua relação com Falco rufigularis é mais provável[7]
Hábitos e Reprodução
editarPossui comportamento discreto, passando boa parte do dia empoleirado. Suas atividades de caça ocorrem geralmente no início da manhã e no final da tarde, podendo prolongar até o crepúsculo para capturar morcegos.
Na reprodução, o macho corteja a fêmea oferecendo-lhe alimentos, que se aceito pela fêmea, o sucesso reprodutivo provavelmente será alcançado. Este tipo de ave não constrói ninhos para procriar, seu hábito é ocupar espaços ocos dentro de árvores, palmeiras e paredões rochosos. A fêmea geralmente coloca 2 ou 3 avos por ninhada, ficando em média 30 dias incubados. Os filhotes são alimentados somente pela mãe, desenvolvem plumagem completa por volta de 45 dias e plumagem jovem aos 75 dias.[8]
Conservação
editarDesde 1982 a espécie é considerada a que mais tem dificuldade para se distribuir entre todas as espécies de falcão do mundo. O F. deiroleucus prefere regiões que estejam bastante florestadas e prefere locais próximos à grandes paredes rochosas e rios. Esse falcão é apelidado por alguns como “ave fantasma” porque é bastante trabalhoso encontrar essa ave em saídas de campo pelo mundo [9]
Referências
- ↑ a b HOYO, J., ELLIOT, A., SARGATAL, J. Handbook of the birds of the world. 2. New World vultures to guineafowl. Lynx edicions. 1994
- ↑ JENNY, J.P., CADE, T.J. Observations of the biology of the Orange-breasted Falcon (Falco deiroleucus). Birds of Prey Bull. 3: 119-124. 1986
- ↑ CARDOSO DA SILVA, J.M. Birds of the cerrado region, South America. Steensrupia 21:69-92. 1995
- ↑ BAKER, A.J., WHITACRE, D.F., AGUIRRE-BARRERA, O.A., WHITE, C.M. The Orange-breasted Falcon Falco deiroleucus in Mesoamerica: a vulnerable, disjunct population? Bird Conservation International. 10:29-40. BirdLife International. 2000
- ↑ Bierregaard, R.O., Jr & Kirwan, G.M. (2018). Orange-breasted Falcon (Falco deiroleucus). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/53233 on 21 January 2018).
- ↑ STRESEMAN, E., AMADON, D. Check-list of birds of the world. Vol. I, 2ª Edição. Museum of Comparative Zoology
- ↑ THIOLLAY, J.M., Falconiformes of tropical rainforests: a review. Conservation studies on raptors. International Council for Bird Preservation Technical Publication No 5. Cambridge, UK
- ↑ «Falco deiroleucus». Consultado em 21 de novembro de 2018
- ↑ «Espécies Fantasmas». Consultado em 7 de dezembro de 2018