Fantasmas e espíritos na cultura Māori
O tópico de fantasmas e espíritos (kehua) na cultura Māori é frequentemente considerado um assunto tapu, porém muitas lendas Māori contêm menções de aparições e ocorrências paranormais. É alegado que parentes à muito mortos podem aparecer para avisar sobre perigo próximo, como com a famosa canoa fantasma em 1886 que muitos alegadamente viram no Lago Tarawera, que acredita-se ter sido um ómen para a erupção vulcânica que ocorreu onze dias depois.[1][2]
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Kikokiko são conhecidos na crença Māori como fantasmas malévolos que tomam posse de pessoas vivas, fazendo-as perder a sanidade. Taniwha são monstros guardiões que residem nos corpos de água como rios ou lagos e podem aparecer como tubarões, baleias, dragões ou até troncos flutuantes.[1]
Morte
editarDepois de uma morte, o costume Māori requer que o corpo do morto seja devolvido à sua whānau (família) o mais breve possível. A whānau é então chamada para um marae para um tangihanga (funeral) para remover tristeza e limpar os espíritos. Os fantasmas e espíritos são chamados para se juntarem aos que já estão a viver no pós-vida. Acredita-se que se certos rituais não forem concluídos, a whānau do morto pode vir a sofrer de stress e tristeza e se os espíritos não estão satisfeitos, eles podem escolher levar outra pessoa.[3]
Por vezes, quando uma pessoa está perto da morte, sem esperança de viver, um procedimento conhecido como tuku wairua era tradicionalmente realizado por um sacerdote tohunga, que ajudava o espírito a deixar o corpo para que não se tornasse inquieto e vagueasse. Nos tempos modernos, um parente familiar com o procedimento pode realizar o tuku wairua; no entanto sacerdotes ou ministros, normalmente cristãos, podem ainda ser chamados para dar à pessoa uma bênção. Muitas pessoas Māori acreditam que os espíritos dos mortos olham pelos vivos. Por esta razão, famílias Māori realizam serviços de realização e bênçãos de lápides dos que já se foram por um ano ou mais como uma maneira de lembrar e prestar homenagem aos que já morreram.[4]
Local de partida dos espíritos
editarAcredita-se que a Baía dos Espíritos é um dos locais mais assombrados na Nova Zelândia e um local famoso para seres sobrenaturais,[5] é considerada um local sagrado na cultura Māori porque segundo a lenda, os espíritos dos mortos partem para a sua casa ancestral (Hawaiki)[6] de uma árvore pohutukawa na ponta do Cabo Reinga. Quando chegam à árvore, os espíritos viajam até uma raiz no mar abaixo antes de se unirem com os seus antepassados.[1]
Espíritos do morro e da floresta
editarNo folclore tradicional Māori, existiam fadas e espíritos da floresta. Por exemplo, Maero é uma fada má que vive nas florestas da Ilha Sul da Nova Zelândia.[1] Patupaiarehe são seres espirituais ou de outro mondo que vivem num morro e se parecem com humanos. Turehu são pessoas fantasmagóricas pálidas que vivem em áreas de bosque.[1]
Referências
- ↑ a b c d e Julie Miller; Grant Osborn (outubro de 2005). Ghost Hunt: True New Zealand Ghost Stories. [S.l.]: Penguin Group New Zealand, Limited. ISBN 978-0-7900-1012-0. Consultado em 27 de abril de 2024
- ↑ Mark Wallbank (2017). Haunted New Zealand Road Trip. [S.l.]: New Holland Publishers. p. 190. ISBN 9781869664640
- ↑ «Auckland Ghosts». NZGhosts.co.nz. Consultado em 27 de abril de 2024. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2012
- ↑ «View topic-The Process of Maori mourning and grief at the time of death.........». newzealandghosts.com. Consultado em 27 de abril de 2024. Arquivado do original em 23 de junho de 2013
- ↑ New Zealand's spookiest stories - life-style | stuff.co.nz Consultado em 27 de abril de 2024
- ↑ Spirits Bay (Kapowairua) Arquivado em 2016-07-28 no Wayback Machine Consultado em 27 de abril de 2024