Fazenda Monte Alegre (Ribeirão Preto)
Fazenda Monte Alegre é uma fazenda localizada no município de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, que sua fundação data ao ano de 1874.[1][2]
Fazenda Monte Alegre | |
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Tipo | património histórico, edifício, fazenda |
Inauguração | 1874 |
Administração | |
Proprietário(a) | Governo do estado de São Paulo |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localidade | Av. Bandeirantes, 3900 - Vila Monte Alegre, Ribeirão Preto - SP, 14049-900 |
Localização | Ribeirão Preto - Brasil |
Patrimônio | bem tombado pelo CONDEPHAAT |
História
editarPrimeiro anos e desapropriação
editarA Fazenda Monte Alegre, foi fundada no ano de 1874, emulada por João Franco - dono de escravos e importante cafeicultor e agropecuarista - que comprou grandes porções de terra na cidade de Ribeirão Preto que tinha o intuito de cultivar café no município.[3][4][5] A fazenda foi o primeiro lugar a ter acesso a energia elétrica na cidade.[6]
No ano de 1890, João Franco vende suas terras para Francisco Schmidt, imigrante alemão.[7] Em 1920, a fazenda chegou ao seu auge produtivo contando com catorze milhões de pés de café, com 14 mil colonos gerando uma produção anual de setecentos mil sacas de café - fazendo que demandasse uma ferrovia particular nas terras de Schimidt.[6][8][9]
Schimidt morreu no ano de 1924, entregando sua propriedade para o filho Jacob.[6][10] A gestão de Jacob não foi tão frutífera quanto a de seu pai, não conseguindo segurar a lucratividade nas décadas anteriores, muito devido a crise do café no Brasil como um dos desdobramentos da Grande Depressão ocorrida no ano de 1929, nos Estados Unidos.[11][12][13] Com a decadência, Jacob vende as terras para o fazendeiro João Marquese.[14]
Apesar da compra de João Marquese, a propriedade é desapropriada pelo governo estadual com instituto educacional, fundando no ano de 1942 a Escola de Agricultura Getúlio Vargas que operou até o ano de 1948.[1][15][16]
Universidade de São Paulo
editarComo aconteceu em Pirassununga, com a intervenção do político Fernando de Sousa Costa, foi feita uma intervenção para que a cidade recebesse um campus Universidade de São Paulo (USP), erguendo o prédio central da Faculdade de Medicina.[6][17]
A construções da estrutura da USP de Ribeirão Preto, a arquitetura Neocolonial foi um dos padrões utilizados na estilística de construção do campus universitário.[1] Com a construção do campus, foi feito um esforço pelo professor para que houvesse um reflorestamento dos entornos da universidade já na década de 1980, que foi bem sucedida em seu interesse.[18][19]
Atualmente, a Universidade oferece cursos como os de Biblioteconomia, Administração, Enfermagem, Medicina, Música e Pedagogia.[20]
Museu Histórico Municipal
editarMuseu Histórico e de Ordem Geral "Plínio Travassos dos Santos" | |
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Informações gerais | |
Inauguração | 1938 |
Proprietário atual | Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Ribeirão Preto |
Localidade | Av. do Café, Campus da USP de Ribeirão, Ribeirão Preto, SP |
Coordenadas | 21° 09′ 52″ S, 47° 51′ 22″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Atualmente, o campus abriga a sede construída por João Franco de maneira íntegra e opera no imóvel o Museu Histórico e de Ordem Geral "Plínio Travassos dos Santos" de Ribeirão Preto, mantida pela Prefeitura da cidade.[1][6][21] A iniciativa foi feita no ano de 1932, por Plínio Travassos de Santos, que teve a iniciativa de criar um museu com as memórias do município em 1938, sendo montada na Prefeitura da cidade.[22]
Dentre os elemento coletados por Plínio, estavam pinturas, esculturas, desenhos e cerâmicas.[22] No dia de 28 de março de 1951, o acervo é todo transferido para o Solar Schimdt.[22] Entre as seções da inauguração do museu estavam, artes, etnologia indígena, zoologia, geologia e numismática.[22]
Em homenagem a Plínio, no ano de 1963, através da Lei Municipal n.º 1.750, o museu ganhou o nome de Museu Histórico e de Ordem Geral "Plínio Travassos dos Santos" de Ribeirão Preto.[22][23]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d «Ribeirão Preto - Antiga Fazenda Monte Alegre -ipatrimônio». iPatrimônio. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ «Gigantes do Interior». FecomercioSP. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ «Filhos do Café» (PDF). Museu do Café Francisco Schmidit. 2010. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Tornatore, Nicola (29 de maio de 2006). «História do Café: O zelador da História». Revista Cafeicultura. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Monge, Gabriel. «O "Chefão" e o Rei do Café». Inconfidência Ribeirão. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c d e «Da fazenda de café a centro de excelência em ensino e pesquisa». Jornal da USP. 24 de outubro de 2016. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ «Familia Coronel Francisco Schmidt, de Ribeirão Preto : Dr. Francisco Ferreira Ramos, Lente da Escola Polytechnica de S. Paulo». Biblioteca Digital Luso-Brasileira. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Forner, Larissa (2017). «Francisco Schmidt: o colono que se tornou o \'Rei do Café\' (1890-1924)» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Giesbrecht., Ralph (21 de abril de 2019). «Francisco Schmidt -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». Estações Ferroviárias. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ «Museu do açúcar e do álcool reúne acervo raro no interior de SP». Ribeirão e Franca. G1. 15 de dezembro de 2013. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Maia, Andréa Casa Nova (abril de 2013). «Representações da crise de 1929 na imprensa brasileira: relações entre história, mídia e cultura». Varia Historia (49): 217–245. ISSN 0104-8775. doi:10.1590/S0104-87752013000100011. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Reichman, Daniel R. (4 de janeiro de 2018). «Big Coffee in Brazil: Historical Origins and Implications for Anthropological Political Economy». The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology (2): 241–261. ISSN 1935-4932. doi:10.1111/jlca.12293. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ JAMES, Harold; James, Harold (30 de junho de 2009). The End of Globalization: lessons from the Great Depression (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press
- ↑ «Inaugurado solenemente pelo sr.dr. Fernando Costa o Estádio Municipal de Ribeirão» (PDF). Correio Paulistano. 14 de outubro de 1941. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Assal, Marianna (2008). «ARQUITETURA COMO MEIO PARA A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA: O ESTILO NEOCOLONIAL NAS ESCOLAS PRÁTICAS DE AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Mascaro, Luciana. «ESCOLAS PRÁTICAS DE AGRICULTURA: ARQUITETURA NEOCOLONIAL NO INTERIOR PAULISTA» (PDF). Instituto de Arquitetura e Urbanismo. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Yamamoto, Erika (13 de novembro de 2019). «Campus da USP em Pirassununga completa três décadas». Jornal da USP. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Almeida, Lucas (8 de junho de 2017). «Em Ribeirão Preto, USP transformou fazenda de café em área verde». Jornal da USP. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ «Homenagem, da Prefeitura do campus de Ribeirão Preto, ao prof. José Eduardo Dutra de Oliveira, 2013 » USP Imagens - Banco de imagens da USP». Bancos de Imagens da USP. 2013. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Toledo, Simone (24 de fevereiro de 2017). «USP: saiba quais são os cursos oferecidos pela Fuvest e quantas estrelas eles têm! | Melhores faculdades». Guia do Estudante. Editora Abril. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Culturais, Mapas (14 de dezembro de 2015). «Museu Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos». Mapas Culturais. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c d e «Museu Histórico - Histórico». Ribeirão Preto. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Santo, Silvia (2 de março de 2009). «O colecionador público documentalista: museu histórico e de ordem geral Plínio Travassos dos Santos de Ribeirão Preto» (PDF). Universidade Estadual Paulista. Consultado em 29 de março de 2021