Feira Popular de Lisboa
A Feira Popular de Lisboa foi um parque de diversões situado em Entrecampos, na capital portuguesa encerrado em 2003.
História
editarA Feira Popular foi inaugurada em 10 de junho de 1943 para financiar férias de crianças carenciadas e, mais tarde, passou a financiar toda a ação social da Fundação "O Século". Antes de Entrecampos a feira funcionou em Palhavã.
Foi encerrado em Outubro de 2003, por motivos de degradação das instalações e para a instalação de um parque novo que não se veio a concretizar.
Em 2003, e com Santana Lopes à frente da câmara, a fundação "O Século" e a câmara assinaram um acordo em que a CML garantia à fundação, "durante o período de não funcionamento da feira e até à efetiva laboração do novo parque", uma receita mensal equivalente à média de receitas brutas da feira - valor que veio a ser calculado, por uma comissão arbitral, em 2,6 milhões. No documento a CML reconhece a "imprescindibilidade de garantir os meios económicos necessários à continuidade da relevante obra social da fundação".
O montante foi pago até 2010, ano em que a autarquia cessou os pagamentos. Em 2012, alegando não ter dinheiro, a autarquia põe em cima da mesa o protocolo em que se dispõe a pagar um milhão de euros. Após dois anos sem receber um cêntimo daquela que era a principal fonte de financiamento da fundação, O Século estava à beira de fechar portas. A fundação recebeu e assinou expressamente que a fundação abdica de "quaisquer outras quantias, vencidas ou por vencer", para além da indemnização acordada.
A posse dos terrenos onde estava instalada foi alvo de litígio entre a Bragaparques e a Câmara Municipal de Lisboa.
Em março de 2014, a Assembleia Municipal de Lisboa autorizou a câmara a pagar os cerca de 101 milhões de euros à Bragaparques para a aquisição dos terrenos da antiga Feira Popular e do Parque Mayer.
Em 2015, a Câmara de Lisboa tentou vender os terrenos da Feira Popular de Lisboa por um valor base de 135,7 milhões de euros mas não houve interessados.[1]
Em Dezembro de 2018, a Fidelidade Properties comprou à Câmara de Lisboa todos os terrenos que integravam a hasta pública da antiga Feira Popular e também uma parcela na Avenida Álvaro Pais, por um total de cerca de 274 milhões de euros. A Câmara de Lisboa esperava arrecadar 188,4 milhões com esta hasta pública, pelo que arrecadou mais 85,5 milhões do que o esperado.[2]
Futuro
editarEm novembro de 2015 a câmara mandou elaborar um estudo que define as linhas estratégicas do futuro parque de diversões da cidade pela empresa Jora Vision, especializada em parques de diversões. O estudo custou 57 mil euros. De acordo com este estudo, cada bilhete custará dois euros e espera-se que o número de visitantes suba consistentemente até 1,4 milhões, em 2022.[3]
O novo parque com atracções iria instalar-se em Carnide, na zona imediatamente contígua à estação de metro da Pontinha, a cinco minutos do Centro Comercial Colombo e teria 20 hectares, o que significa que seria quatro vezes maior que os terrenos de Entrecampos.
A comissão de acompanhamento reuniu apenas duas vezes (em 2015 e 2017), e o concurso para a exploração da Feira Popular nunca foi lançado.
Os gastos da autarquia com o projeto passaram os 5 milhões de euros, com despesas de dezenas de milhares de euros relativas diretamente à reativação da feira, que chegou mesmo a ter uma campanha de marketing associada, com o slogan “a feira vai voltar”.
Em 2022, Carlos Moedas anunciou que não vai haver Feira Popular em Carnide inicialmente proposto pelo Executivo de Fernando Medina, em 2015. O Executivo camarário tem planos para avançar com o parque verde nos terrenos previstos para a Feira Popular.[4]
Referências
- ↑ «Terrenos da Feira Popular sem compradores. Câmara abre novo prazo para entrega de propostas»
- ↑ Jornal de Notícias (12 de dezembro de 2018). «Fidelidade compra terrenos da Feira Popular por 238,5 milhões de euros»
- ↑ «CDS faz a denúncia: Estudo sobre a Feira Popular custou "mil euros por página"»
- ↑ «Moedas deixa cair projeto para feira popular. "Parque como a Disney não vai acontecer"»
- «Animação volta à Feira Popular com circo, artesanato e tasquinhas - Portugal - DN». DN. Consultado em 6 de maio de 2013[ligação inativa]
- «Maioria dos comerciantes da Feira Popular não refez a vida - Sociedade - Sol». Consultado em 6 de maio de 2013
- «Nostalgia da Feira Popular - JN». JN. Consultado em 6 de maio de 2013
- «Terreno da Feira Popular em Lisboa vale 100 milhões de euros mas está abandonado». PÚBLICO. Consultado em 6 de maio de 2013