Fernando Altenfelder Silva
Fernando Franco Altenfelder Silva (São Paulo, 28 de dezembro de 1916 — Rio Claro, 1993) foi um antropólogo, arqueólogo, pesquisador e professor universitário brasileiro.
Fernando Altenfelder Silva | |
---|---|
Nascimento | 28 de dezembro de 1916 São Paulo, SP, Brasil |
Morte | 1993 (77 anos) Rio Claro, SP, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Lydia Del Pichia |
Alma mater |
|
Instituições | Universidade Federal do Paraná |
Campo(s) | Antropologia e arqueologia |
É considerado um dos pioneiros na pesquisa arqueológica e etnográfica no Brasil.
Biografia
editarFernando nasceu na capital paulista, em 1916. Era filho de Manoel Ermírio Altenfelder Silva e de Francisca Franco de Oliveira e o terceiro entre os cinco filhos do casal. Ingressou no curso de graduação em Ciências Políticas e Sociais da Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP) de São Paulo, em junho de 1943, concluindo o bacharelado em 1946. Pouco depois, casou-se com Lydia Del Pichia.[1]
Em maio de 1947, foi aceito no mestrado em Ciências Sociais, sob a orientação do antropólogo canadense Kalervo Oberg, onde estudou o povo Terena. Participou de várias pesquisas de campo com Oberg sobre os indígenas no estado de Mato Grosso entre dezembro de 1946 e fevereiro de 1947. Ainda em 1947 foi admitido pela ELSP como professor assistente da cadeira de Antropologia e lecionou também Estatística.[1]
Em agosto de 1949 foi contemplado com uma bolsa de estudos, pelo período de um ano, do Viking Fund e da Columbia University, nos Estados Unidos, para fazer seu doutorado no Departamento de Antropologia daquela universidade. A convite de Donald Pierson participou de projeto de pesquisa sobre comunidades do Médio São Francisco, no estado da Bahia, onde chegou em janeiro de 1952.[1]
Carreira
editarEm 1953, Altenfelder foi convidado pela Universidade Federal do Paraná para reger a cátedra de Antropologia Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, inicialmente pelo prazo de dois anos. Em Curitiba, Altenfelder continuou a redação da monografia sobre o Vale, concluindo o trabalho em abril de 1955. Neste mesmo ano Altenfelder apresentou Análise comparativa de alguns aspectos da estrutura social de duas Comunidades do Vale do São Francisco à Universidade do Paraná, como tese de admissão para Livre-docência naquela universidade. O trabalho foi publicado em 1960, como Xique-Xique e Marrecas: duas comunidades do Médio São Francisco.[1]
Fernando foi também professor titular de Antropologia da extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro de 1959 a 1980. Entre suas várias pesquisas está o mapeamento de sítios arqueológicos na região de Rio Claro. Atualmente existe na cidade uma praça que leva o seu nome. A praça localiza-se próxima à Floresta Estadual, local onde concentrava sua pesquisa. Desse trabalho resultou o resgate de inúmeros objetos de barro e fragmentos cerâmicos tupi-guaranis.[2]
Morte
editarFernando morreu em 1993, em Rio Claro, aos 77 anos.[1]
Bibliografia parcial
editar- Mudança cultural dos Terena. Rev. do Museu Paulista, São Paulo : Museu Paulista, v. 3, n.s., p. 271-380, separata, 1949.
- O estado de wanki entre os Bakairi. In: SCHADEN, Egon. (ed.), Leituras de etnologia brasileira: 225-235. São Paulo: Companhia Editôra Nacional, 1976.
- O mundo mágico dos Bacairis. In: COELHO, Vera Penteado (ed.), Karl von den Steinen: um século de antropologia no Xingu: 347-373. São Paulo: EDUSP/ FAPESP, 1993.
- Religião Terena. In: SCHADEN, Egon. Leituras de etnologia brasileira. São Paulo : Companhia Editora Nacional, 1976. p. 268-76.
- Xique–Xique e Marrecas, duas comunidades do médio São Francisco. SUVALE, 300 p. Rio, 1961.
- A Educação em duas comunidades no São Francisco. Sociologia, vol. XX n.º 1 pp. 3 – 17,1958.
- Análise cooperativa de alguns aspectos da estrutura social de duas comunidades do Vale do São Francisco. Universidade do Paraná. Arquivos do Museu Paranaense. Antropologia 1, 219 p. il. Curitiba, 1955.
- Funcionalismo e análise estruturalista. Universitas, Vol. 0, No 6 (1970). UFBA.
- Desenvolvimento Cultural no Brasil (com Betty J. Meggers). In: SCHADEN, Egon. Homem, Cultura e Sociedade no Brasil, p. 11-25. Petrópolis: Vozes, 1972
- Culturas pré-históricas do Brasil. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2. São Paulo, p. 1 7-30 (1967).
Referências
- ↑ a b c d e OLIVEIRA, Nemuel S. (2010). Estudos de Comunidade, Ciências Sociais e Saúde: O Ciclo de pesquisas do Vale do São Francisco na década de 1950 (PDF) (Tese). Rio de Janeiro: Fiocruz. Consultado em 2 de dezembro de 2022
- ↑ «VERDE VIDA: praça no bairro Jardim Vila Bela homenageia pesquisador da área arqueológica». Jornal da cidade. Consultado em 2 de dezembro de 2022