Festa do Sairé
Festa do sairé ou Festa do çairé[1] é uma festividade de caráter religioso introduzido nas missões religiosas da Amazônia pelos jesuítas, no século XVII.
Festa do Sairé | |
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Características | |
Classificação | evento |
Data/Ano | 17. século |
Localização | |
Localidade | Brasil Alter do Chão |
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O primeiro sairé que se tem notícia foi organizado pelo Padre João Maria Gorzoni na aldeia dos Tapajós. Posteriormente foi levado para outras missões. Houve a realização do sairé nas Missões de Santo Inácio, São José, Nossa Senhora dos Remédios (ou da Saúde) e Nossa Senhora da Assunção, ambas no rio Tapajós, bem como em Gurupatuba, no rio Amazonas.
Sobrevive hoje a festa do sairé em Alter do Chão, atual distrito do município de Santarém, fundada Missão de Nossa Senhora dos Remédios, na aldeia dos indígenas Boraris, em 1738.
Em 1943, a festa do sairé foi suprimida por ordem dos religiosos franciscanos. Voltou a acontecer na década de 1970, já desprovida de seu caráter religioso original.
De acordo com a Lei Federal nº 14.997, de 15 de Outubro de 2024, fica reconhecida como manifestação da cultura nacional a Festa do Sairé, realizada no distrito de Alter do Chão, no Município de Santarém, no Estado do Pará.
Sairé em Alter do Chão
editarA festa do sairé em Alter do Chão é uma manifestação que mistura elementos religiosos e profanos, começando com o hasteamento de dois mastros enfeitados com frutas regionais, no qual homens e mulheres o disputam separadamente, seguido de ritual religioso e danças folclóricas desempenhadas pelos moradores do balneário. No último dia, na segunda-feira, ocorrem a “varrição da festa”, a derrubada dos mastros e a “cecuiara” (almoço de confraternização), entre outros eventos. A programação termina à noite, com a festa dos “barraqueiros”[2].
Atualmente a festa conserva muito pouco da sua originalidade. Ganhou destaque a disputa existente entre o Boto tucuxi e seu rival, o Boto-cor-de-rosa, cetáceos típicos da América do Sul.
E o atual campeão do festival dos botos é o Boto tucuxi de 2023.
Ritual dos botos
editarO Ritual dos botos envolve toda a trama e coreografia do folclore dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa gira em torno da sedução, morte e ressurreição destes personagens, entre lendas regionais, tribos indígenas, a Cunhantã-iborari, a Principaleza do Lago Verde, a Rainha do Çairé, o Tuxaua, o Pajé e os pescadores. O enredo tem ideologia ecológica, pois ressalta a natureza, em especial o Lago Verde, palco da trama. E quando o boto é morto por ordem do Tuxaua, pai da Cunhantã-iborari, que foi engravidada pelo golfinho amazônico, recai sobre ele a fúria dos maus espíritos da região. Por isso, a pedido do próprio Tuxaua, vem o Pajé e ressuscita o boto. É a apoteose do folclore durante o festival.