Ficção especulativa
Ficção especulativa é um termo que tem sido usado nos mais variados contextos.
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Em alguns contextos, foi usado como um termo que abrange um gênero de ficção que especula sobre mundos que diferem do mundo real de várias e importantes maneiras. Neste gênero, são geralmente incluídas a ficção científica, a fantasia e o horror.[1] Apesar da abrangência da expressão, alguns apontam que ela não comportaria as lendas ou mitos folclóricos. Outros acrescentam o gênero História Alternativa como integrante deste termo. Porém, como esta última pode ser entendida como "ficção científica", tal inclusão mostra-se uma redundância.
O termo é usado com uma conotação pejorativa nos meios acadêmicos, mas é também usado por escritores, leitores e editores deste gênero sem qualquer conotação.
No meio literário, esse jargão veio a ser bem aceite pelo fato de que "ficção científica" (aportuguesamento de "science fiction", abreviado como "sci-fi" ou "sf") ainda ser visto como pejorativo, pois associa como um só todo, obras muito conceituadas (por exemplo o filme/livro "2001 - Uma Odisséia no Espaço", de Arthur C. Clarke) e outras de qualidade discutível.
Noutros contextos o termo foi usado para expressar insatisfação com o que algumas pessoas consideram as limitações da ficção científica per se. Por exemplo, na escrita de Harlan Ellison, o termo pode mostrar que o autor não deseja ser conotado como escritor de ficção científica, e deseja quebrar as convenções do género, seguindo uma nova direção. Alguns leitores e escritores de Ficção científica, no entanto, consideram este termo insultuoso para a Ficção científica.
O termo é também frequentemente atribuído a Robert A. Heinlein. A primeira vez que se tem conhecimento que usou o termo foi no seu ensaio de 1947, “On Writing of Speculative Fiction”. Heinlein pode ter criado o termo sozinho, mas há uma citação anterior: um artigo na revista Lippincott's Monthly Magazine, publicada em 1889, referindo-se à obra de Edward Bellamy “Looking Backward”.[2]
O uso do termo “Ficção especulativa”, no sentido de expressar insatisfação com o termo ficção científica, deu-se nos anos 60 e inícios de 70, sendo usado por Judith Merril e por outros escritores e editores, em consonância com o movimento “New Wave” na ficção científica. Caiu em desuso no meio dos anos 70.
O termo voltou a ser largamente utilizado, e ganhou uma conotação neutra, como convém a um termo que define vários géneros. O seu significado moderno depende do emissor e do contexto.
Uma variação deste termo é “Literatura Especulativa”. Por vezes “Ficção especulativa” é abreviado, em inglês, para “spec-fi”
Ver também
editarReferências
- ↑ "About Speculative Fiction", em The Handmaid's Tale Study Guide, Gradesaver, Gradesaver LLC, 1999–2009, 22 de Maio 2009.
- ↑ «speculative fiction». Science Fiction citations
Ligações externas
editar- Citações para o termo "Ficção especulativa" (em inglês)
- Enciclopédia de Ficção Especulativa (em inglês)
- Internet Speculative Fiction Database (em inglês)