DescriçãoPonte do Cabeço do Vouga - Lamas do Vouga - Portugal (3635419219).jpg |
Fica situada a 100m da antiga Estrada Nacional n.º 1, permitindo a travessia do vale de Cabeço do Vouga. Encontra-se no traçado da extensa via romana que de Bracara Augusta se dirigia a Olisipo.
Esta ponte apresenta uma solução arquitectónica adaptada à amplitude e planura do largo vale. Possui três planos, os dois dos extremos em rampa, orientados sensivelmente no sentido Norte Sul, sugerindo a sua planta um "s" alongado. Este extenso traçado, com cerca de 120m, poderá resultar da procura dos pontos de fixação mais firmes, fundando-se no grés que constitui a rocha base.
O tabuleiro, limitado por guardas de alvenaria, possui 5m de largura sendo suportado por cinco arcos desiguais. Os dois primeiros, situados em ambas as extremidades, são mais pequenos e de volta perfeita, tendo cerca de 4,80m de amplitude. Os três centrais são rebaixados e têm cerca de 8,10m de corda. As aduelas dos arcos apresentam pedras com siglas de finais da Idade Média. Os respectivos quatro pegões tem os talhamares situados somente a montante.
No lado Norte da ponte encontra-se um nicho-oratório, anteriormente transladado, sendo a edícula, de calcário, trabalho renascentista datado do século XVI. A imagem que aí se encontrava era uma escultura de barro setecentista de nossa Senhora do Rosário. O gradeamento que a encerra tem um letreiro com a data de 8 de Julho de 1717.
A cronologia da implantação desta ponte levanta algumas questões, fazendo-se remontar a sua fundação ao período romano, pois seria neste o local onde a via romana, no troço que de Emínio (Coimbra) ia a Cale (Gaia/Porto), fazia travessia.
O antigo selo da Terra do Vouga, de 1310, apresenta como figura central uma ponte de cinco arcos, com pilares altos ao centro, devendo ser então o leito estreito e fundo. Em 1327 surge ainda referência à Ponte nova do Marnel.
Já no reinado de D. João III realizaram-se importantes obras nessa ponte (1552), altura em que ou foi reconstruída ou construída de raiz. No século XVIII encontrar-se-ia muito assoreada, e em tempo de cheias só se passaria de barco. Presume-se que o intenso assoreamento, calculado em cerca de 6m, terá retirado a imponência à ponte tal como era retratada no século XIV.
Terá assim, eventualmente, existido uma ponte romana que foi substituída por uma medieval durante o século XIV, da qual nas obras do século XVI terá sido reaproveitado, como as pedras sigladas dos arcos. (JAM) <a href="http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=74131" rel="nofollow">www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=74131</a>
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