Fidesz - União Cívica Húngara
O Fidesz - União Cívica Húngara (em húngaro: Fidesz - Magyar Polgári Szövetség) é um partido político nacional-conservador[2][3] e populista de direita[4] da Hungria. Atualmente, é o maior partido húngaro.[5]
Fidesz - União Cívica Húngara Fidesz - Magyar Polgári Szövetség | |
---|---|
Presidente | Viktor Orbán |
Fundação | 30 de março de 1988 (36 anos) |
Sede | Budapeste Hungria |
Ideologia | |
Espectro político | Direita à extrema-direita |
Ala de juventude | Fidelitas |
Afiliação internacional | União Democrata Internacional, Internacional Democrata Centrista |
Afiliação europeia | 2004-2021: Partido Popular Europeu |
Grupo no Parlamento Europeu | 2004-2021: Grupo do Partido Popular Europeu |
Assembleia Nacional | 116 / 199 |
Parlamento Europeu | 12 / 21 |
Cores | Laranja |
Página oficial | |
fidesz.hu | |
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O Fidesz foi fundado em 1988 com o nome de União dos Jovens Democratas (em húngaro: Fiatal Demokraták Szövetsége) por jovens estudantes, sendo nos seus primeiros anos de existência, um partido liberal que fazia oposição ao governo marxista-leninista da época. Foi registrado em 1990, tendo Viktor Orbán como seu líder. Em 1992, foi aceito na Internacional Liberal. Até 1993, só podiam filiar-se pessoas com menos de 35 anos. Apesar de ter conseguido entrar para Assembleia Nacional em 1990, o Fidesz perdeu dois assentos nas eleições legislativas de 1994. Depois das eleições, passou a adotar o conservadorismo liberal, levando seus membros liberais clássicos a o deixarem. Posteriormente, procurou criar uma conexão com outros partidos conservadores e, nas eleições de 1998, formou um governo de centro-direita. No início dos anos 2000, passou a adotar o nacionalismo mas sua popularidade caiu devido escândalos de corrupção. Entre 2002 e 2010 serviu como oposição, tendo, nesse período, formado uma coalizão com o Partido Popular Democrata-Cristão.
No pleito de 2010, com a impopularidade do então primeiro-ministro Ferenc Gyurcsány, o Fidesz foi reeleito depois de 8 anos. De volta como governo, adotou políticas de caráter nacional-conservador e crítico da União Europeia. Em 2011, com a reforma da Constituição Húngara feita pelo governo Orbán, se consolidou no poder e estabeleceu, segundo muitos analistas internacionais, um regime de "democracia controlada" no país.[6][7] Sua maioria na Assembleia permaneceu mesmo após as eleições de 2014 e, seguindo a crise migratória na Europa, o Fidesz passou a usar uma retórica anti-imigração.[8]
Internacionalmente, de 1992 a 2000, fez parte da Internacional Liberal. Desde 2000, é membro da Internacional Democrata Centrista e da União Democrata Internacional.
Ideologia e espectro político
editarHistoricamente, mais precisamente entre 1988 a 1994, o Fidesz atuou como um partido centrista liberal. Contudo, desde 1994, é nacional-conservador de direita à extrema-direita, mantendo uma postura anti-imigração, iliberal[9][10] e eurocética.[8][11]
Além de socialmente conservadora[3][12] e populista de direita,[13][14][15] a sigla é pragmaticamente democrata-cristã em termos de economia, angariando apoio com medidas como programas de empregos em obras públicas, aumento de pensões, cortes nos custos de serviços públicos, aumento do salário mínimo e dinheiro extra para aposentados.[16] Chega a ser descrita como "economicamente nacionalista",[17] ainda que alvo de críticas e protestos por permitir a abertura da Hungria para projetos de países como a China,[18][19][20] os quais são acusados de beneficiar os interesses estrangeiros em vez dos próprios húngaros.
Resultados Eleitorais
editarEleições legislativas
editarData | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1990 | 5.º | 439.481 | 8,9% | 22 / 386
|
Oposição | ||
1994 | 6.º | 379.295 | 7,0% | 1,93 | 20 / 386
|
2 | Oposição |
1998 | 1.º | 1.263.522 | 28,2% | 21,18 | 148 / 386
|
128 | Governo |
2002 | 2.º | 2.306.763 | 41,0% | 13,89 | 164 / 386
|
16 | Oposição |
2006 | 2.º | 2.272.979 | 42,0% | 0,96 | 141 / 386
|
23 | Oposição |
2010 | 1.º | 2.706.292 | 52,7% | 10,7 | 227 / 386
|
86 | Governo |
2014 | 1.º | 2.264.486 | 44,9% | 7,86 | 117 / 199
|
110 | Governo |
2018 | 1.º | 2.824.206 | 49,3% | 4,40 | 117 / 199
|
0 | Governo |
2022 | 1.° | 2.794.052 | 53,6% | 4,32 | 119 / 199
|
2 | Governo |
Eleições europeias
editarData | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
2004 | 1.º | 1.457.750 | 47,4% | 12 / 24
|
||
2009 | 1.º | 1.632.309 | 56,4% | 9 | 14 / 22
|
2 |
2014 | 1.º | 1.193.991 | 51,5% | 4,8 | 12 / 21
|
2 |
2019 | 1.º | 1.824.220 | 52,6% | 1,1 | 13 / 21
|
1 |
Notas
Referências
- ↑ *«Our Mission». fidesz.hu (em inglês). Consultado em 21 de janeiro de 2022
- Bakke, Elisabeth (18 de fevereiro de 2010). Central and Southeast European Politics since 1989 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press
- Vieira, Maria Clara (28 de novembro de 2021). «Hungria: conservadora nos costumes, estatista na economia e amiga da Russia: A Hungria de Orban». Gazeta do Povo. Consultado em 4 de agosto de 2022
- «Stars and soggy bottoms». Europe.view (em inglês). Consultado em 4 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 20 de setembro de 2020
- «Így kormányozták a magyar gazdaságot» (em húngaro). 12 de fevereiro de 2012. Consultado em 4 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 13 de fevereiro de 2012
- «Kétéves költségvetés készül a PM-ben». Origo (em húngaro). 31 de julho de 2001. Consultado em 4 de agosto de 2022
- ↑ Nordsieck, Wolfram (2018). «Hungary». Parties and Elections in Europe (em inglês)
- ↑ a b Hloušek, Vít; Kopeček, Lubomír (2010), Origin, Ideology and Transformation of Political Parties: East-Central and Western Europe Compared (em inglês), Ashgate
- ↑ Bakke, Elisabeth (2010), «Central and East European party systems since 1989», ISBN 9781139487504, Cambridge University Press, Central and Southeast European Politics Since 1989 (em inglês), p. 79
- ↑ Bayer, Lili (10 de abril de 2018). «Orbán poised to tighten grip on power». Politico (em inglês)
- ↑ Krugman, Paul. «Hungary's Constitutional Revolution». The New York Times (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2015
- ↑ «Documents by opinions and studies». venice.coe.int (em inglês). Comissão de Veneza. Consultado em 26 de agosto de 2015
- ↑ a b «Euroszkepticizmus Magyarországon» (PDF) (em húngaro). Policy Solutions. Consultado em 21 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 6 de setembro de 2015
- ↑ Barber, Tony (9 de outubro de 2018). «Trust in Europe's illiberal governments grows» (em inglês). Financial Times. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ Foster, Peter (29 de maio de 2019). «A 'climate of fear': Hungary, inside a dying democracy propped up by the EU» (em inglês). Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «Fidesz» (em húngaro). Vokskabin. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ Ramet, Sabrina P. (18 de fevereiro de 2010). Central and Southeast European Politics since 1989 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9781139487504
- ↑ «Orban leads Fidesz to third election win as far-right party makes gains». The Japan Times Online (em inglês). 7 de abril de 2014. ISSN 0447-5763
- ↑ Hockenos, Paul (1 de abril de 2022). «The Secrets to Viktor Orban's Success». Foreign Policy (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2022
- ↑ «Hungary: Populism or politics?». CIDOB (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2022
- ↑ Bayer, Lili (5 de abril de 2018). «The new communists». Politico (em inglês). Consultado em 16 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 5 de abril de 2018
- ↑ Bakke, Elisabeth (18 de fevereiro de 2010). Central and Southeast European Politics since 1989 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press
- ↑ «Milhares protestam na Hungria contra abertura de campus de universidade chinesa». CNN Brasil. 6 de junho de 2021. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «Milhares protestam na Hungria contra universidade chinesa». DW. 6 de junho de 2021. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «Hungria estreita ligações comerciais com a China». Euronews. 5 de maio de 2021. Consultado em 21 de janeiro de 2022