Flavio Colin
Flavio Colin, de nome completo Flávio Barbosa Mavignier Colin,[1] (Rio de Janeiro, 22 de junho de 1930 — 13 de agosto de 2002)[2][3] foi um ilustrador e autor de histórias em quadrinhos brasileiro.
Flavio Colin | |
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Nascimento | Flávio Barbosa Mavignier Colin 22 de junho de 1930 Rio de Janeiro |
Morte | 13 de agosto de 2002 (72 anos) Rio de Janeiro |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | desenhista de banda desenhada, desenhista de storyboard |
Distinções |
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Obras destacadas | Fawcett |
Biografia
editarVida pessoal
editarNascido no Rio de Janeiro, Colin foi ainda jovem com seu pai e irmão para o interior de Santa Catarina, onde teve contato mais próximo com a natureza e animais.[4] Essa viagem ocorreu pois seu pai conseguiu um emprego em uma madeireira. O pai de Flavio faleceu aos 70 anos.[5] Por conta desse episódio, eles ficaram quase uma década sem rever a mãe.[6]
Aos 14 anos, estudava em um colégio interno, em Porto Alegre (RS), onde já apresentava habilidade e interesse pelas histórias em quadrinho.[4]
Flavio teve dois filhos com sua esposa Norma.[7] Colin faleceu no dia 13 de agosto de 2002, devido a problemas pulmonares.[8]
Vida profissional
editarDurante seu período no colégio de Frades Franciscanos, por volta de 1945-46, Flavio já desenhava histórias em quadrinhos para seus amigos de classe e cobrava em média mil réis por história.[9]
Profissionalmente, Flávio Colin começou a desenhar histórias em quadrinhos aos 26 anos, na Rio Gráfica Editora (RGE), no Rio de Janeiro, entre o período de 1956 a 1959. Seus primeiros trabalhos foram para as histórias de terror para a revista X-9.[10] Nesse período, seu estilo era bastante influenciado pelo de Milton Caniff,[2] Colaborou com as revistas Enciclopédia em Quadrinhos e O Cruzeiro, na editora Garimar, ilustrou histórias de guerra na revista Coleção de Aventuras – Força Expedicionária Brasileira, novamente para a RGE, ilustrou As aventuras do Anjo, quadrinização de uma série de rádio que fazia muito sucesso na época, produzindo 43 edições da mesma[3][11] e Cavaleiro Negro, personagem da Atlas, atual Marvel Comics.[9]
No início dos anos 60, começou a colaborar com a editora paulista Outubro, produzindo histórias de terror e adaptação da pioneira série de televisão O Vigilante Rodoviário[3] e uma adaptação do filme de faroeste Os Brutos Também Amam (1953).[2] Ao lado de Júlio Shimamoto, Getulio Delphim, Renato Canini, João Mottini,[12] Bendatti, Flávio Teixeira e Luiz Saidenberg, torna-se desenhista da CETPA (Cooperativa Editora e de Trabalho de Porto Alegre), onde adapta a história de Sepé Tiaraju.[1]
A pedido de Maurício de Sousa criou a tira de jornal Vizunga, após o cancelamento da mesma, passou a trabalhar na TV Rio e logo depois, nas agências de publicidade McCann Erickson e Denison, onde produzia storyboards, na publicidade chegou até a fazer um anúncio em forma de quadrinhos com Robin Hood para o refrigerante Fanta, que chegou a circular em diversas revistas em quadrinhos.[2]
Após 12 anos na publicidade, voltou a trabalhar com quadrinhos, publicando nas editoras Grafipar e Vecchi (revista Spektro).[1] Para a Ipiranga Produtos de Petróleo, produziu uma quadrinização de A Guerra dos Farrapos em formatinho, mais tarde republicada em formato de luxo pela L&PM.[3] Flavio doou os direitos autorais de "A Guerra dos Farrapos" para a Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, que distribuiu a revista nos colégios do Estado.[4]
Além das publicações tradicionais, colaborou com fanzines e publicações independentes.[13]
Chegou a publicar material em vários países como Itália, Bélgica, Uruguai (Histórias Gerais como Tierra de Historias) e Portugal pela Meribérica.
Estilo
editarOs artistas que mais influenciaram Colin estão Milton Caniff (Terry e os piratas), Chester Gould (Dick Tracy), Alex Raymond (Flash Gordon), Burne Hogarth (Tarzan) e Harold Foster (Tarzan e Príncipe Valente).[9][11] Ao contrário do que muitos pensavam, Colin não se inspirava na xilogravura presente em folhetos de cordel.
Não conheço as técnicas da xilogravura e também não tenho o cordel como referência. Eu apenas uso muita estilização no meu traço, que é concebido como acadêmico e depois é modificado.— Flavio Colin
Obras
editar- revista O Anjo (RGE)
- revista Vigilante Rodoviário (Continental/Outubro)
- Vizunga
- em 1994 desenhou para a Otacomix a revista Hotel do Terror. Que junto com a então nova Spektro, ambas as revistas não passaram do número 1.[15]
- Fawcett (Editora Nona Arte, depois republicada pela Devir Livraria)
- Estórias Gerais (com roteiro de Wellington Srbek)
- A guerra dos farrapos
- Fantasmagoriana
- Mapinguari e Outras Histórias
- Filho do urso e outras histórias
- Mulher-Diaba no Rastro de Lampião (Nova Sampa), em parceria com o roteirista Ataíde Braz
- O Boi das Aspas de Ouro
- O Curupira
- O Continente do Rio Grande, da obra de Barbosa Lessa (Quadrinhos L&PM)
Revistas
editar- O Grande Livro do Terror (anos 1970)
- Neuros
- Prótons
- Sertão e Pampas
- Calafrio
- Mestres do Terror
- Mundo do Terror
- Inter Quadrinhos (Editora Ondas)
Revista Spektro
editar- Os Bonecos Africanos (com roteiro de Hélio do Soveral)
- O Matador de Lobisomens
- Hotel Nicanor
Prêmios e Homenagens
editarAno | Obra | Categoria | Prêmio |
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2003[16] | Filho do Urso e Outras Histórias | Edição Especial | 15.º Troféu HQ Mix |
2003[16] | Fantasmagoriana | Graphic Novel Nacional | 15.º Troféu HQ Mix |
2002[17] | - | Melhor Desenhista | 18.º Prêmio Angelo Agostini |
2001[18] | - | Homenagem Especial | 14.º Troféu HQ Mix |
2001 | Estórias Gerais | Graphic Novel Nacional | 14.º Troféu HQ Mix |
2001 | Fawcett | Melhor Desenhista | 17.º Prêmio Angelo Agostini |
1998 | - | Homenagem Especial | 10.º Troféu HQ Mix |
1995 | Hotel do Terror | Revista de Terror | 7.º Troféu HQ Mix |
1995 | Mulher-Diaba no Rastro de Lampião | Graphic Novel Nacional | 7.º Troféu HQ Mix |
1995[19] | - | Desenhista Nacional | 7.º Troféu HQ Mix |
1991 | - | Grande Mestre | 3.º Troféu HQ Mix |
1987 | - | Mestre do Quadrinho Nacional | 3.º Prêmio Angelo Agostini |
Outras Homenagens
editarEm 2009, ganhou uma biografia escrita pelo jornalista Gonçalo Junior, em 2012, Sergio Chaves, editor da revista Café Espacial, lançou uma fonte tipográfica inspirada no traço de Flavio Colin.[2]
Bibliografia
editar- JÚNIOR, Gonçalo (2009). Vida Traçada: um perfil de Flavio Colin. Brasil: Marca de Fantasia. ISBN 9788587018892
- PESSOA, Alberto Ricardo (julho de 2012). «A linguagem dos quadrinhos de Flavio Colin» (PDF). Imaginário! nº2. Marca de Fantasia. ISSN 2237-6933
Referências
- ↑ a b c Naliato, Samir (31 de março de 2001). «Flavio Colin: Uma lenda viva dos quadrinhos; e brasileiro, com orgulho!». Universo HQ
- ↑ a b c d e Gusman, Sidney (22 de junho de 2020). «A falta que faz Flavio Colin». Universo HQ. Consultado em 22 de junho de 2020. Arquivado do original em 21 de outubro de 2020
- ↑ a b c d Ucha, Francisco (22 de junho de 2020). «Por que precisamos celebrar os quadrinhos 100% brasileiros de Flavio Colin». Omelete. Consultado em 22 de junho de 2020
- ↑ a b c Maron, Alexandre (26 de janeiro de 2000). «Flavio Colin é homenageado no Rio». Folha de S. Paulo. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ «"HQ no Brasil é um sacerdócio, uma missão"». Folha de S. Paulo. 26 de janeiro de 2000. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ Naranjo, Marcelo (11 de maio de 2019). «Gonçalo Junior comenta biografia e obra de Flavio Colin». Universo HQ. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ «Flavio Colin: "Deixou de lado o orgulho"». New FrontiersNerd. 22 de junho de 2016. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ «Morre o quadrinista Flavio Colin». Estadão. 13 de agosto de 2002. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ a b c Santana, Leonardo (22 de maio de 2006). «Mestres do Quadrinho Nacional: Flávio Colin». Bigorna.net. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ Buhrer de Almeida, João Antonio (17 de janeiro de 2011). «Arquivos Incríveis: Assombrações nacionais na revista "X-9"». Bigorna.net
- ↑ a b Júnior, Gonçalo (2022). Magalhães, Henrique, ed. Vida traçada - um perfil de Flavio Colin (PDF) 2ª ed. [S.l.]: Marca de Fantasia. ISBN 978-65-86031-70-6. Consultado em 11 de julho de 2022
- ↑ Gusman, Sidney (14 de setembro de 2007). «Um site para homenagear o talento de João Mottini». Universo HQ
- ↑ Gusman, Sidney (10 de junho de 2005). «Edição Quadrinhos estréia com HQ inédita de Julio Shimamoto». Universo HQ
- ↑ Morre o quadrinista Flavio Colin Estadão
- ↑ «O terrível Hotel Nicanor». NerdStart. 25 de maio de 2013
- ↑ a b Gusman, Sidney (10 de junho de 2003). «Equipe do Universo HQ conquista tricampeonato do HQ Mix em duas categorias». Universo HQ. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ MArtins, Jotapê (20 de fevereiro de 2002). «Troféu Angelo Agostini». Omelete. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ Naliato, Samir (14 de agosto de 2001). «Entrega do 14º HQ Mix festeja os quadrinhos nacionais». Universo HQ. Consultado em 17 de agosto de 2021
- ↑ «Principais Prêmios». Folhateen. 10 de abril de 1995. Consultado em 17 de agosto de 2021
Ligações externas
editar- Flavio Colin no Instagram
- Flavio Colin no Facebook
- Flavio Colin no Grand Comics Database (GCD)
- Flavio Colin na BDGest
- Podcast "Confins do Universo #136 - Viva Flavio Colin!" do Universo HQ
- (Ligazine) QD's na Educação por Alberto Pessoa - Flávio Colin: Percepção Visual de Vida e Obra