Celulite (infecção)
A celulite é uma infecção bacteriana que envolve as camadas interiores da pele e afeta especificamente a derme e gordura subcutânea. Sinais e sintomas incluem uma área de vermelhidão, que aumenta de tamanho ao longo de alguns dias. Os limites da área de vermelhidão geralmente não são nítidos e a pele pode ficar inchada. Enquanto em uma vermelhidão muitas vezes fica branca quando a pressão é aplicada, este não é sempre o caso. A área de infecção é geralmente dolorosa.[2] Os vasos linfáticos podem, ocasionalmente, ser envolvidos[3] e a pessoa pode apresentar febre e sensação de cansaço.[1]
Celulite | |
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Especialidade | Infectologia |
Duração | 7 a 10 dias[1] |
Causas | Bacteria[2] |
Fatores de risco | Ruptura da pele, obesidade, inchaço da perna, idade avançada[2] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas[2] |
Condições semelhantes | Trombose venosa profunda, dermatite de estase, erisipelas, fasciíte necrosante[2][3] |
Tratamento | Elevação da área afetada[3] |
Medicação | Antibióticos tais como a cefalexina[2][4] |
Frequência | 21.2 milhões (2015)[5] |
Mortes | 16,900 (2015)[6] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | L03 |
CID-9 | 682.9 |
CID-11 | 49558793 |
DiseasesDB | 29806 |
MedlinePlus | 000855 |
eMedicine | med/310 emerg/88 derm/464 |
MeSH | D002481 |
Leia o aviso médico |
As pernas e o rosto são os locais mais comuns envolvidos, embora a celulite pode ocorrer em qualquer parte do corpo. A perna normalmente é afetado depois de uma ruptura da pele. Outros fatores de risco incluem obesidade, inchaço nas pernas, e a velhice. Para infecções faciais, uma ruptura anterior na pele geralmente não é o caso. As bactérias mais comumente envolvidas são os Streptococcus e Staphylococcus aureus. Em contraste com a celulite, a erisipela é uma infecção bacteriana que envolve camadas mais superficiais da pele, e apresentam uma área de vermelhidão com bordas definidas, e mais frequentemente é associada a uma febre. O diagnóstico é geralmente baseado na apresentação de sinais e sintomas, enquanto que a cultura de células é raramente possível.[2] Antes de fazer um diagnóstico, infecções mais graves tais uma infecção óssea na base ou a fasciíte necrosante devem ser descartadas.[3]
O tratamento geralmente é com antibióticos tomados por via oral, tais como a cefalexina, amoxicilina, ou cloxacillina.[2][4] Para aqueles que apresentam alergia grave à penicilina, eritromicina ou clindamicina podem ser usadas.[4] Quando S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) é uma preocupação, doxiciclina ou trimetoprim/sulfametoxazol podem ser recomendados. A preocupação está relacionada com a presença de pus ou infecções anteriores por MRSA.[2][1] Elevar a área infectada pode ser útil, assim como analgésicos.[3][4]
Complicações possíveis incluem a formação de abscesso.[2] Cerca de 95% das pessoas ficam melhores depois de sete a dez dias de tratamento.[1] A celulite afetou cerca de 21,2 milhões de pessoas em 2015.[5] Nos Estados Unidos, cerca de dois em cada 1000 pessoas por ano têm um caso afetou a parte inferior da perna.[2] Em 2015, a infecção resultou em cerca de 16,900 mortes em todo o mundo.[6] No Reino Unido, foi o motivo para 1,6% das admissões para um hospital.[4]
Sinais e sintomas
editarA celulite é caracterizada por uma mancha vermelha (eritema), com bordes mal definidos, inflamada (inchada, sensível, dolorosa e quente) e que cresce difusamente. Pode formar pus, abcessos e inflamar linfonodos. A infecção sistêmica, quando as bactérias entram na corrente sanguínea, pode causar febre, mal estar, cansaço e infectar outros órgãos. Em raros casos, penetra para as fáscias e causa necrose.[7]
Causas
editarA celulite é infecção do bactérias principalmente por estafilococo. Também pode ser causado por: Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Helicobacter e mycobacterium.
A celulite submaxilar (nas bochechas), também conhecida como Angina de Ludwig, são geralmente causadas por infecções dentárias. As infecções mistas, tanto por aerobios quanto por anaeróbios, são comuns neste tipo de celulite. Normalmente, por estreptococos alfa-hemolíticos, estafilococos e bacteroides.[8]
Diagnóstico
editarA celulite é, na maioria das vezes, um diagnóstico clínico, prontamente identificado pela história e exame físico como manchas vermelhas com bordes difusos que crescem rapidamente com inchaço e calor (inflamação subcutânea difusa), ocasionalmente associadas à inflamação de linfonodos locais. A celulite associada com furúnculos, carbúnculo ou abscessos é geralmente causada por S. aureus, que pode afetar as decisões de tratamento, especialmente a seleção de antibióticos. A aspiração cutânea da celulite não purulenta, geralmente causada por organismos estreptocócicos, raramente é útil ou necessária para o diagnóstico ou tratamento e as culturas de sangue são positivas em menos de 5% de todos os casos.[9]
Dx diferenciais
editarDiagnósticos diferenciais incluem a erisipela (infecção da pele superficial), acne, impetigo, dermatite de contato, seborreia, fasciíte necrosante e trombose venosa profunda.
Tratamento
editarO tratamento é normalmente com antibióticos tomados por via oral, como cefalexina, amoxicilina ou ciprofloxacino. Naqueles que são seriamente alérgicos à penicilina, pode-se usar eritromicina ou clindamicina. Quando o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é uma preocupação, recomenda-se a adição de doxiciclina ou trimetoprim/sulfametoxazol. Elevar a área infectada pode ser útil, assim como os analgésicos AINEs.[9]
Ver também
editar- Erisipela (infecção superficial da pele)
- Impetigo (infecção de pele papulosa altamente contagiosa)
- Foliculite (infecção dos folículos dos pelos)
- Acne vulgar (inflamação crônica dos poros)
Referências
- ↑ a b c d Mistry, RD (Outubro de 2013). «Skin and soft tissue infections». Pediatric Clinics of North America. 60 (5): 1063–82. PMID 24093896. doi:10.1016/j.pcl.2013.06.011
- ↑ a b c d e f g h i j k Vary, JC; O'Connor, KM (Maio de 2014). «Common Dermatologic Conditions». Medical Clinics of North America. 98 (3): 445–85. PMID 24758956. doi:10.1016/j.mcna.2014.01.005
- ↑ a b c d e Tintinalli, Judith E. (2010). Emergency Medicine: A Comprehensive Study Guide (Emergency Medicine (Tintinalli)) 7th ed. New York: McGraw-Hill Companies. 1016 páginas. ISBN 0-07-148480-9
- ↑ a b c d e Phoenix, G; Das, S; Joshi, M (7 de agosto de 2012). «Diagnosis and management of cellulitis». BMJ. Clinical Research. 345: e4955. PMID 22872711. doi:10.1136/bmj.e4955
- ↑ a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577 . PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6
- ↑ a b GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903 . PMID 27733281. doi:10.1016/S0140-6736(16)31012-1
- ↑ Mistry, RD (Oct 2013). "Skin and soft tissue infections". Pediatric Clinics of North America. 60 (5): 1063–82. doi:10.1016/j.pcl.2013.06.011. PMID 24093896
- ↑ Dhingra, PL; Dhingra, Shruti (2010) [1992]. Nasim, Shabina, ed. Diseases of Ear, Nose and Throat. Dhingra, Deeksha (5th ed.). New Delhi: Elsevier. pp. 277–78. ISBN 978-81-312-2364-2.
- ↑ a b Stevens, Dennis L.; Bisno, Alan L.; Chambers, Henry F.; Dellinger, E. Patchen; Goldstein, Ellie J. C.; Gorbach, Sherwood L.; Hirschmann, Jan V.; Kaplan, Sheldon L.; Montoya, Jose G. (2014-06-18). "Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Skin and Soft Tissue Infections: 2014 Update by the Infectious Diseases Society of America". Clinical Infectious Diseases. 59 (2): 147–59. doi:10.1093/cid/ciu296. ISSN 1058-4838. PMID 24947530. Archived from the original on 2015-01-31.