Florence E. Turner (6 de janeiro de 188528 de agosto de 1946 [1]) foi uma atriz estadunidense que se tornou conhecida, na era do cinema mudo, como a Vitagraph Girl. Considera-se que ela foi, ao lado de Florence Lawrence, uma das primeiras atrizes do mundo.[2] Eventualmente ela produziu e dirigiu filmes em sua própria produtora cinematográfica, a “Florence Turner Productions”, e escreveu alguns roteiros.

Florence E. Turner
Florence Turner
Florence Turner, c. 1920
Outros nomes Eugenie Florence
Little “Flotie”
“The Vitagraph Girl”
Nascimento 6 de janeiro de 1885
Nova Iorque, EUA
Nacionalidade Estados Unidos Norte-americana
Morte 28 de agosto de 1946 (61 anos)
Woodland Hills, Los Angeles, Califórnia, EUA
Ocupação Atriz
Atividade 1907–1943

Biografia

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Nascida em Nova Iorque, filha de William e Frances Turner, iniciou a carreira no teatro aos três anos de idade, por influência de sua ambiciosa mãe, que posteriormente também atuou em filmes. Florence começou a trabalhar regularmente em várias produções, ficou conhecida como “Pequena Flotie” e na época usava o nome "Eugenie Florence".

Em 1906, ela entrou na indústria cinematográfica assinando contrato com o pioneiro Vitagraph Studios, e fez seu primeiro filme em 1907, Cast Up by the Sea < (1907). Na época, não havia “estrelas”de cinema, a menos que uma estrela já famosa no teatro fizesse um filme. Os artistas ainda não eram creditados, assim como não havia ainda se pensado em creditar outros participantes do filme, apenas era mostrado o filme e a empresa cinematográfica. Como o conteúdo dos filmes havia evoluído de simples incidentes ou situações para histórias definitivas, alguns dos heróis e heroínas foram apresentando uma vaga identidade, tais como "Edison Girl", "Vitagraph Girl", entre outras.

 

Embora ela tenha se tornado conhecida apenas como "Vitagraph Girl" no início dos filmes de curta-metragem, Turner se tornou a mais popular atriz a aparecer na tela (na época ainda dominada pelo cinema francês, especialmente pelas empresas Pathé e Gaumont). Seu valor para o estúdio, através de sua grande bilheteria, reconheceu-se em 1907, quando seu salário foi aumentado para $22 por semana. Era um pouco menos do que os principais atores do sexo masculino, especialmente aqueles com experiência em teatro, particularmente o super-popular Maurice Costello. Em março de 1910, ela e Florence Lawrence tornaram-se os primeiros artistas da tela que não eram previamente famosos por outros meios, a terem seus nomes divulgados pelos estúdios para o público em geral.[3]

Mais tarde naquele ano, Turner atuou várias vezes ao lado do galã Wallace Reid, em seu caminho para o estrelato. A edição de 17 de dezembro de 1911 do New York Morning Telegraph, num concurso de popularidade para atrizes de cinema, creditava Florence Turner, da Vitagraph Studios, em primeiro lugar, com 135000 votos, seguida de Marguerite Snow com 97950, e em terceiro lugar Mary Pickford, do Majestic, com 64007. Outras finalistas incluídas foram: Octavia Handworth (Pathé) 44853; Mabel Normand (Vitagraph) 34049; Kathlyn Williams (Selig) 33224; Kitty Price (Vitagraph) 28656; e Julia M. Taylor (Thanhouser Film Corporation) 25114 votos.[4]

 
Cena do filme Grim Justice (1916)

Com o surgimento de novas estrelas, como Gene Gauntier e Marin Sais, da Kalem Studios, Marion Leonard e Mary Pickford da Biograph Studios, e Florence Lawrence (da Biograph, mudando-se para Independent Moving Pictures Company em 1910), Florence Turner não era mais tão especial. Por volta de 1913, ela foi à procura de novas oportunidades e deixou os Estados Unidos, acompanhada pelo amigo de longa data Laurence Trimble, que a dirigiu em vários filmes.[5] Eles foram para a Inglaterra, onde começaram a atuar juntos em music halls de Londres.

Algumas vezes Turner escreveu roteiros e dirigiu seus próprios filmes, inclusive algumas comédias, e também organizou sua própria companhia cinematográfica, a Florence Turner Prodductions, na Grã- Bretanha, on muitos deles sob a direção de Laurence Trimble.

Turner participou do entretenimento das tropas aliadas durante a Primeira Guerra Mundial, e voltou para os Estados Unidos após o armistício, mas não foi tão bem sucedida quanto antes. Em 1920, voltou para Inglaterra, onde permaneceu até se mudar para Hollywood, Califórnia, praticamente esquecida, em 1924.[6] Na época, tinha trinta e nove anos de idade e continuou atuando; mesmo nos anos 1930, continuou a atuar em papéis coadjuvantes. Em 1928, ela atuou em um papel menor na Broadway, na peça Sign of the Leopard, que durou trinta e nove performances.[7]

Turner foi colocada na folha de pagamento da Metro-Goldwyn-Mayer por Louis B. Mayer, na década de 1930, mas limitava-se às atribuições oferecidas. Na maior parte atuou pouco, em pequenos papéis ou como figurante. Seu último papel, não creditado, foi em Thousands Cheer (1943).

Posteriormente, ela se mudou para a Motion Picture & Television Country House and Hospital, uma comunidade de aposentados do cinema em Woodland Hills, Califórnia.

Após ter atuado em mais de 180 filmes, Florence Turner morreu aos 61 anos em Woodland Hills.[8] Foi cremada em uma casa mortuária em Hollywood e, a seu pedido, não houve nenhum serviço funerário.

Filmografia

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Ver também

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Referências

  1. Florence Turner no Find a Grave
  2. Florence Turner and Florence Lawrence were tied for being the first big movie stars. Eilseen Bowser, The Transformation of Cinema 1907–1915, University of California Press, 1990, p. 113–114. ISBN 0-520-08534-5.
  3. Eileen Bowser, The Transformation of Cinema, 1907–1915, University of California Press, 1994, p. 112–113. ISBN 978-0-520-08534-3.
  4. Marguerite Snow na Thanhouser
  5. Passenger list of S.S. Kaiser Wilhelm II, Port of Plymouth, England, 5 May 1913. Ancestry.com. UK Incoming Passenger Lists, 1878-1960 [database on-line]. Provo, UT, USA: Ancestry.com Operations Inc, 2008.
  6. "Would You Be Famous? Consider for a Moment the Fortunes of These Stars of Yesterday!", The Evening Herald, Rock Hill, South Carolina, July 21, 1924, p. 8.
  7. Internet Broadway Database.
  8. "Florence Turner" (obituary), Chicago Tribune, August 30, 1946, p. 16.
Web
* MATTOS, A. C. Gomes de. Histórias de Cinema, Primeiros Estúdios Americanos

Ligações externas

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