Forte das Caravelas
O Forte das Caravelas, também referido como Reduto de São José sobre o Porto, localiza-se na freguesia das Velas, concelho do mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte de Santa Cruz e com o Forte da Queimada.
História
editarFoi erguido no contexto da Dinastia Filipina, como reduto integrante da fortificação do cais principal das Velas.[1] A sua traça dever-se-á ao capitão Marcos Fernandes de Teive oficial que, por ordem régia, visitou todas as ilhas do arquipélago na Primavera e Verão de 1618 para projetar e ativar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias.[2]
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) terá sido insuficiente defesa quando do assalto do corsário francês René Duguay-Trouin em 20 de setembro de 1708. Na ocasião, uma força de 200 homens desembarcou e invadiu a vila das Velas onde, diante da deserção dos moradores, reabasteceu-se dos víveres de que necessitava.[3]
Encontra-se referido como "O Reduto de Sam Joseph sobre o Porto." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[4]
Encontra-se inventariado nas Relações Militares.[5]
Atualmente subsistem apenas restos das muralhas da primitiva estrutura.
Características
editarFortificação do tipo abaluartado, contava com três canhoneiras.
Referências
- ↑ PEREIRA, 1987:131.
- ↑ Op. cit., p. 129.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. "Manuscritos da Livraria", nº 2641, fls. 11-12, relação das "ilhas debaixo", elaborada pelo emissário-régio António do Couto de Castelo Branco, Horta, 1710. in in [[Avelino de Freitas de Meneses|MENESES, Avelino de Freitas de. Estudos de História dos Açores (vol. II). Ponta Delgada (Açores): Jornal de Cultura, 1995. p. 38.
- ↑ "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 180. Consultado em 8 dez 2011.
- ↑ REZENDES, 2010(a).[ligação inativa] Consultado em 20 dez 2011.
Bibliografia
editar- CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
- PEREIRA, António dos Santos. A Ilha de São Jorge (séculos XV-XVIII): contribuição para o seu estudo. Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1987. 628p. mapas, tabelas, gráficos.
Ver também
editarLigações externas
editar- «Fortificação/Ilha de São Jorge». in Instituto Histórico da Ilha Terceira
- «BRASIL, Goreth. "Os fortes fazem parte da história belicista da ilha"» (PDF). in Açoriano Oriental, 1 abr 2003, p. 19.
- «REZENDES, Sérgio. "A Fortificação da Idade Moderna nos Açores". 2009» (PDF). in Ecomuseu da Ilha de S. Jorge
- «REZENDES, Sérgio. "As pedras de Velas: construções que nos falam da História Militar".» (PDF). in Fortes de S. Jorge. Ecomuseu da Ilha de S. Jorge, março de 2010(a).
- «REZENDES, Sérgio. "A fortificação da Idade Moderna nos Açores: o caso específico das Ilhas de São Miguel, Terceira e São Jorge".» (PDF). in VI Seminário Regional de Cidades Fortificadas e I Encontro Técnico de Gestores de Fortificações, 31 de março a 2 de abril de 2010(b).