Fraates II Camsaracano
Fraates II (em latim: Phraātēs; em grego: Φραάτης; romaniz.: Phraátēs; em armênio: Հրահատ; romaniz.: Hrahat) foi um nobre armênio (nacarar) do século V, membro da família Camsaracano. Esteve ativo na revolta de Vaanes I contra a autoridade do Império Sassânida na Armênia. Torna-se cativo dos persas, mas foi libertado por seu irmão Narses II.
Afraates II Camsaracano | |
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Etnia | Armênio |
Progenitores | Pai: Arsabero II |
Religião | Catolicismo |
Nome
editarFraates (Φραάτης, Phraátēs; Phraātēs), Afraates (Aφραάτης, Aphraátēs; Aphraātēs) ou Fraoates (Φραõάτης, Phraoátēs) são as formas grega e latinas do parta Fraate (𐭐𐭓𐭇𐭕, Frahāt), que derivou do iraniano antigo Fraata (*Frahāta-), "adquirido".[1] Foi registrado em siríaco como Afraate (em siríaco: ܐܦܪܗܛ, Ap̄rahaṭ), armênio como Raate (Հրահատ, Hrahat) e em persa novo como Afraate (فرهاد, Afrahāt) e Farade (فرهاد, Farhād).[2][3]
Contexto
editarApós 387, o Reino da Armênia foi dividido em duas zonas de influência, a bizantina e a persa. Além disso, em 428, o último rei arsácida, Artaxias IV (r. 423-428), foi deposto pelo xainxá Vararanes V (r. 420–438) a pedido dos nacarares, inaugurando o Marzobanato da Armênia.[4] Muito rapidamente, os armênios desiludiram: em 449, Isdigerdes II (r. 438–457) ordenou que eles apostatassem e se convertessem ao zoroastrismo.[5] Sob a liderança de Vardanes II, se revoltaram, mas foram derrotados em junho (ou 26 de maio) de 451 na Batalha de Avarair; a maioria dos nacarares que participaram da revolta foram então deportados à capital persa de Ctesifonte.[6] Após Avarair, os armênios foram constantemente chamados pelos persas para expedições militares distantes e foram obrigados a aceitar o crescente poder dos apóstatas. No contexto, receberam bem o apelo da revolta de Vactangue I (r. 447–522), que sublevou contra os persas.[7]
Vida
editarFraates era filho de Arsabero II e irmão de Narses II e Isaque I.[8] Aparece em 481, quando participou com seus irmãos na revolta contra o Império Sassânida liderada por Vaanes I na Armênia. Nesse ano, participou na Batalha de Acori, que opôs um contingente de 400 revoltosos contra um exército de sete mil soldados liderados pelo marzobã Adar Gusnaspe (465–481), onde desferiu o golpe de lança que matou o primeiro iraniano a avançar contra eles.[9] Em 482, participou da Batalha de Aquesga que opôs o pequeno contingente de liderado por Vaanes e seus aliados contra um grande exército liderado pelo general Sapor Mirranes.[10]
Quando os armênios foram derrotados, tentou fugir a cavalo, mas caiu e foi capturado. Apesar do tratamento hostil que recebeu, permaneceu firme a respeito de sua posição junto aos rebeldes.[11] Quando Mirranes foi reconvocado à corte imperial de Ctesifonte, foi levado como cativo, mas foi libertado por seu irmão Narses, que estava desolado por seu cativeiro.[12] Depois, Zarmir, o Azarapates capturou as esposas de Narses e Afraates e levou-as para seu campo como cativas.[13] Sapor Mirranes enviou-lhes mensagem solicitando que desistissem da rebelião, mas se recusaram em reafirmação do propósito de sua revolta.[14]
Referências
- ↑ Schmitt 2005.
- ↑ Kia 2016, p. 160.
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 106.
- ↑ Mutafian 2005, p. 38.
- ↑ Dédéyan 2007, p. 187.
- ↑ Dédéyan 2007, p. 190.
- ↑ Dédéyan 2007, p. 192.
- ↑ Settipani 2006, p. 370.
- ↑ Lázaro de Farpe 1985, p. 241 (II.69).
- ↑ Lázaro de Farpe 1985, p. 262-265.
- ↑ Lázaro de Farpe 1985, p. 264 (III.74).
- ↑ Lázaro de Farpe 1985, p. 273-274 (III.76).
- ↑ Lázaro de Farpe 1985, p. 286-287 (III.79).
- ↑ Lázaro de Farpe 1985, p. 290-291 (III.80).
Bibliografia
editar- Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Հրահատ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
- Dédéyan, Gérard (2007). Histoire du peuple arménien. Tolosa: Privat. ISBN 978-2-7089-6874-5
- Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot
- Kia, Mehrdad (2016). The Persian Empire: A Historical Encyclopedia [2 volumes]. Santa Bárbara: ABC-CLIO. ISBN 978-1610693912
- Lázaro de Farpe (1985). Bedrosian, Robert, ed. Ghazar P'arpec'i's History of the Armenians. Nova Iorque: Sources of the Armenian Tradition
- Schmitt, Rüdiger (2005). «Personal names, Iranian iv. Parthian Period». Enciclopédia Irânica. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia
- Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs. Les princes caucasiens et l'Empire du vie au ixe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8