François XII de La Rochefoucauld

político francês

François Alexandre Frédéric de La Rochefoucauld, Senhor de Liancourt e 7º Duque de La Rochefoucauld (La Roche-Guyon, 11 de janeiro de 1747 - Paris, 27 de março de 1827) foi um militar, político, cientista e filantropo francês.

François XII de La Rochefoucauld
François XII de La Rochefoucauld
Nascimento 11 de janeiro de 1747
La Roche-Guyon
Morte 27 de março de 1827 (80 anos)
Paris
Cidadania França
Progenitores
  • Louis François Armand de La Rochefoucauld de Roye, duc d'Estissac
  • Marie de La Rochefoucauld
Cônjuge Félicité-Sophie de Lannion
Filho(a)(s) François XIII de La Rochefoucauld, Alexandre-François de La Rochefoucauld, Frédéric Gaëtan de La Rochefoucauld-Liancourt
Ocupação político, sociólogo, empresário, militar
Distinções
  • Cavaleiro da Legião de Honra
  • Cavaleiro da Ordem Real e Militar de São Luís
  • cavaleiro da Ordem do Espírito Santo
  • cavaleiro da Ordem de São Miguel
Título duque, duque

Carreira

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Conhecido como Duque de Liancourt na juventude, tornou-se oficial de carabineiros e foi proprietário de uma grande fazenda de gado em Liancourt. Em 1788, fundou a Escola de Artes e Ofícios, instituição de ensino voltada para os filhos de trabalhadores e soldados da região. Foi também conselheiro de Luís XVI, cargo que herdou de seu pai, e membro da Sociedade dos Amigos dos Negros, sendo conhecido por seu abolicionismo.[1]

Revolução

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Quando os Estados Gerais foram convocados, Rochefoucauld foi eleito deputado pelo Segundo Estado (nobreza) em março de 1789. Defensor da monarquia constitucional, tentou conciliar as novas ideias com o Antigo Regime. Durante a Tomada da Bastilha, em 14 de julho daquele ano, o Duque foi o responsável por comunicar o rei a respeito dos acontecimentos em Paris. Segundo a historiografia, ao ser perguntado pelo monarca se estava havendo uma revolta, Rochefoucauld respondeu: "Não, senhor, é uma revolução!".[2]

Com o início da Revolução Francesa, Rochefoucauld foi indicado à presidência da Assembleia Nacional Constituinte. No cargo, se ocupou de temas como a mendicância, o estado dos hospitais da França e a formação de oficinas de ajuda aos pobres. Também defendeu a liberdade de consciência e a abolição da tortura.[3]

Exílio

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Após a tentativa de fuga de Luís XVI, Rochefoucauld foi deposto de seus cargos e perseguido, exilando-se na Inglaterra, de onde ainda tentou influenciar a Convenção Nacional contra a condenação à morte do rei. Em 1794, foi para os Estados Unidos, envolvendo-se nas questões abolicionistas locais.[4] No ano seguinte, percorreu grande parte dos estados do Norte e do Canadá, escrevendo sobre economia, ciências e política. Regressou à Europa no final de 1798, viajando depois para a Holanda, norte da Alemanha e Dinamarca. Em finais de 1799, com a ajuda do diplomata e amigo pessoal Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord, obteve autorização para retornar à França.[5]

Retorno

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Após o Golpe de 18 de Brumário, viveu em aposentadoria, recuperando algumas poucas propriedades que havia perdido durante a Revolução. Nesse período, foi nomeado inspetor-geral do Conservatório Nacional de Artes e Ofícios. Na década de 1800, importou para a França a vacinação contra a varíola, sendo condecorado com a Legião de Honra em 1810.[6]

Após a Restauração Francesa, Rochefoucauld tornou-se membro da Câmara dos Pares, em junho de 1814. Durante os Cem Dias, fiel às "liberdades constitucionais", aceitou sentar-se na Câmara dos Representantes de Napoleão Bonaparte. Com o regresso de Luís XVIII, porém, recuperou seu lugar entre os pares, cargo em que defendeu a Constituição de 1814 e a abolição do tráfico de africanos escravizados[7]. Em 1816, foi nomeado membro do Conselho Geral de Hospitais, envolvendo-se novamente com a questão da vacinação. Em 1818, fundou a primeira caixa econômica da França, a Caisse d'Épargne et de Prévoyance.

Rochefoucauld faleceu em março de 1827, sendo extremamente popular. Seu funeral foi marcado por incidentes, quando estudantes de sua Escola de Artes e Ofícios, tendo ido em multidão à igreja e querendo carregar o caixão nos ombros, entraram em confronto com guardas locais; o caixão caiu na lama e se quebrou, revelando o corpo do Duque. As insígnias militares e de nobreza que o decoravam foram pisoteadas no meio da confusão.[8]

Referências

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  1. Universalis, Encyclopædia. «SOCIÉTÉ DES AMIS DES NOIRS». Encyclopædia Universalis (em francês). Consultado em 17 de abril de 2024 
  2. Chaussinand-Nogaret, Guy (1988). La Bastille est prise: la Révolution française commence (em francês). [S.l.]: Editions Complexe. p. 102 
  3. Robert, Adolphe (1891). Dictionnaire des parlementaires français: comprenant tous les membres des assemblées françaises et tous les ministres français depuis le 1er mai 1789 jusqu'au 1er mai 1889..... Lav-Pla. Tome quatrième (em francês). [S.l.]: Bourloton. p. 601 
  4. La Rochefoucauld-Liancourt, François-Alexandre-Frédéric de (1747-1827) Auteur du texte (1798). Voyage dans les États-Unis d'Amérique, fait en 1795, 1796 et 1797. Tome 1 / . Par La Rochefoucauld-Liancourt (em francês). [S.l.: s.n.] 
  5. «UNE LETTRE DU DUC DE LIANCOURT A TALLEYRAND (1797) PAR JEAN MARCHAND - REVUE D'HISTOIRE DIPLOMATIQUE - 1929». archive.wikiwix.com. Consultado em 13 de abril de 2024 
  6. «L'Union des Elèves de l'ENSAM : Fondateur». archive.wikiwix.com. Consultado em 13 de abril de 2024 
  7. Robert, Adolphe (1891). Dictionnaire des parlementaires français: comprenant tous les membres des assemblées françaises et tous les ministres français depuis le 1er mai 1789 jusqu'au 1er mai 1889..... Lav-Pla. Tome quatrième (em francês). [S.l.]: Bourloton. p. 601 
  8. Robert, Adolphe (1891). Dictionnaire des parlementaires français: comprenant tous les membres des assemblées françaises et tous les ministres français depuis le 1er mai 1789 jusqu'au 1er mai 1889..... Lav-Pla. Tome quatrième (em francês). [S.l.]: Bourloton. p. 602