Francisca Senhorinha da Motta Diniz
Francisca Senhorinha da Motta Diniz (São João del-Rei, 1834 - Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1910[1]) foi uma escritora, educadora e jornalista brasileira[2] que defendia a educação da mulher, o conhecimento de seus direitos e participação na sociedade. Francisca fundou um dos primeiros periódicos brasileiros voltados para a emancipação feminina,[3] O Sexo Feminino direcionado para a educação, a instrução e a emancipação feminina.[4]
Francisca Senhorinha da Motta Diniz | |
---|---|
Nascimento | São João del-Rei, Minas Gerais |
Morte | 30 de outubro de 1910 Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileira |
Filho(a)(s) | Albertina Diniz Elisa Diniz Machado Coelho |
Ocupação | escritora educadora jornalista |
Principais trabalhos | O Sexo Feminino |
Vida
editarNascida em São João del-Rei, Minas Gerais, era filha de Gertrudes Alves de Melo Ramos e Eduardo Gonçalves da Mota Ramos. Era casada com o advogado José Joaquim da Silva com quem teve quatro filhas, Albertina Diniz, Amélia Augusta Diniz, Elisa Diniz Machado Coelho e Eulália Diniz Ferreira da Silva.[3]
Cursou o magistério para instrução de nível primário chegando a lecionar em Minas Gerais e depois em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde por fim fixou residência.
Já viúva, fundou e dirigiu a Escola Doméstica do Colégio Santa Izabell, na rua do Lavradio, juntamente com as filhas que se tornaram escritoras.[5]
Jornalismo
editarSeu primeiro trabalho no jornalismo iniciou-se colaborando com o semanário Estação, um jornal de modas porém sua contribuição mais importante foi o semanário O Sexo Feminino que começou a produzir em Campanha da Princesa, em 1873 e durou dois anos tendo sido transferido para o Rio de Janeiro de 1875 a 1890.
O Sexo Feminino continha informações sobre literatura e amenidades, além de temas polêmicos como críticas contra a prática do dote[6], abolição da escravatura e da pena de morte,[3] o sufrágio feminino e o movimento feminista em outros países.
Após a Proclamação da República, o nome do semanário passou a ser O Quinze de Novembro do Sexo Feminino,[7] cujo programa propunha a emancipação feminina através da educação física, moral e intelectual, Francisca destacava a importância da educação básica para a mulher, tanto para benefício próprio quanto para a melhoria do mundo.[8]
Durante o ano de 1880, redigiu o semanário A Primavera, que circulou no Rio de Janeiro e A Voz da Verdade. Com a ajuda da filha Albertina, escreveu o romance A judia Rachel, editado no Rio de Janeiro em 1886.
Obras
editarReferências
- ↑ «Missas». Hemeroteca Digital Brasileira. O Paiz. 30 de outubro de 1910. p. 5. Consultado em 19 de março de 2018
- ↑ Schuma Schumaher; Erico Vital Brazil (2000). Dicionário mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. J. Zahar. p. 246. ISBN 978-85-7110-573-7.
- ↑ a b c Constância Lima Duarte (org.) (2022). Memorial do Memoricídio – escritoras esquecidas pela história. Vol. 1.. Editora Luas. p. 71. ISBN 978-65-81177-04-1.
- ↑ Verity Smith (2014). Concise Encyclopedia of Latin American Literature. Routledge. p. 227. ISBN 978-1-135-96033-9.
- ↑ Olívia Maria G. da Cunha; Flávio dos Santos Gomes (2007). Quase-cidadão: histórias e antropologias da pós-emancipação no Brasil. FGV Editora. p. 391. ISBN 978-85-225-0590-6.
- ↑ Muriel Nazzari. Disappearance of the Dowry: Women, Families, and Social Change in São Paulo, Brazil, 1600-1900. Stanford University Press. p. 157. ISBN 978-0-8047-4362-4.
- ↑ Carlos Figari (2007). "Outras" Cariocas. Editora UFMG. p. 330. ISBN 978-85-7041-498-4.
- ↑ June Edith Hahner (1990). Emancipating the Female Sex: The Struggle for Women's Rights in Brazil, 1850-1940. Duke University Press. p. 31. ISBN 0-8223-1051-1.
- ↑ Diniz, Francisca Senhorinha da Motta; Diniz, A. A. (1886). A judia Rachel. romance original de costumes. Rio de Janeiro: José Assis Climaco do Reis. 254 páginas
- ↑ Diniz, Francisca Senhorinha da Motta; Diniz, A. A. (2020). A judia Raquel. romance original de costumes. Col: Coleção Escritoras do Brasil. 5. Brasília: Senado Federal. 186 páginas. ISBN 9786556760452