Francisco de Oliveira Chamiço
Francisco de Oliveira Chamiço ComNSC (Porto, São Nicolau, 24 de fevereiro de 1819 - Lisboa, Mártires, 21 de março de 1888) foi um capitalista, proprietário e director de diversos bancos e companhias.[1]
Francisco de Oliveira Chamiço | |
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Francisco de Oliveira Chamiço | |
Nascimento | 24 de fevereiro de 1819 Porto |
Morte | 21 de março de 1888 Lisboa |
Cidadania | Portugal |
Ocupação | banqueiro |
Distinções |
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Biografia
editarEra filho de Fortunato de Oliveira Chamiço, abastado Negociante da Praça do Porto, e de sua mulher Cândida Margarida Cândida Martins Pacheco, neto paterno de Brás de Oliveira Chamiço, Capitão-de-Mar-e-Guerra, de origem Alemã,[1] e de sua mulher Ana Luísa, neto materno de António José Soares e de sua mulher Custódia Claudina Pacheco e irmão de Fortunato de Oliveira Chamiço, Jr..
Aos nove anos, foi para a Grã-Bretanha e Irlanda, e ali foi educado e instruído com destino à vida comercial. Aos dezassete anos de idade, regressou ao Porto e associou-se com seu pai, tanto no Porto, como em Londres, onde a Firma Chamiço & C.ª era respeitada. Dotado duma inteligência clara e duma grande actividade, ainda não contava vinte anos lhe foi confiada a gerência da Casa.[1]
Foi Secretário da Associação Comercial Portuense, a cuja Direcção esteve ligado por espaço de 23 anos, durante os quais foi encarregado pela mesma Associação e pelo Estado de numerosas Comissões em proveito do serviço público.[1]
Francisco de Oliveira Chamiço concorreu com todas as suas forças para muitos dos melhoramentos do País. Foi um dos Fundadores da Companhia Utilidade Pública e um dos que mais se empenharam na solução do problema de viação em Portugal, conseguindo que as Províncias do Minho e Douro Litoral fossem dotadas com as primeiras estradas.[1]
Em 1854 foi, pela primeira vez, Deputado eleito pela cidade do Porto, ocupando, sucessivamente, o seu lugar na Câmara Electiva, até 1864, data em que renunciou à candidatura por divergências com o Ministério presidido pelo 1.° Duque de Loulé. Foram muitos e importantes os serviços que prestou às Províncias do Norte durante o tempo em que foi Deputado. Foi ele que propôs e fez votar a estrada marginal do Rio Douro, a continuação das estradas ao Norte do mesmo rio, as de Caminha, Viana do Castelo e ramal de Coura.[1]
Juntamente com o 1.° Visconde de Vilar de Allen, fundou o Palácio de Cristal do Porto. Fundou, também, o Banco Nacional Ultramarino, etc.[1]
Pelos seus importantes trabalhos, pela sua actividade em questões administrativas, chegou a ser indigitado pela Opinião Pública para Ministro da Fazenda, e, se não ocupou esse lugar, foi mais por uma razão de modéstia.[1]
Recusou o título de Visconde que lhe foi oferecido por D. Pedro V de Portugal e, ainda, outras honrarias com que queriam distingui-lo.[1]
Era Membro da Real Sociedade de Geografia de Lisboa, aparecendo sempre o seu nome em todas as iniciativas que partiam dessa Sociedade, e foi, também, um dos Administradores da Companhia Real dos Caminhos-de-Ferro.[1]
Foi quem mais concorreu para auxiliar o Governo Português a participar na Exposição de Antuérpia, e dão-lhe ainda maior glória a dedicação com que pôs à disposição do Governo todos os recursos do Banco e o modo como contribuiu para que tudo caminhasse de melhor forma possível. Foi Francisco de Oliveira Chamiço que, auxiliado por António de Castilho, redigiu o Catálogo da Exposição e que representou, com despesa e sacrifício, o País em Antuérpia, e foi também ele que elaborou o Relatório apresentado à Real Sociedade de Geografia de Lisboa, e que é um documento de muito valor para a História dessa Exposição. Por esses serviços, foi recompensado como 674.° Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa a 15 de Dezembro de 1864.[1]
Francisco de Oliveira Chamiço foi, também, um dos homens do seu tempo que melhor compreenderam a importância das Colónias Portuguesas e que mais completamente se lhes dedicaram.[1]
Foi impressa uma série de notas de 1$00, 2$50, 5$00, 10$00, 20$00 e 50$00 para as Colónias Portuguesas em África: Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.