Frente Popular para a Justiça no Congo
Frente Popular pela Justiça no Congo (em francês: Front populaire pour la justice au Congo, FPJC) é um grupo armado que opera no sul de Ituri, uma província da República Democrática do Congo, sendo um dos participantes do Conflito de Ituri. Foi formado em setembro de 2008 a partir da fragmentação da Força de Resistência Patriótica de Ituri (FRPI) e da união de outros grupos armados, incluindo combatentes da Frente Nacionalista e Integracionista, que haviam resistido às campanhas nacionais de desarmamento.[1][2][3] O grupo manifestou oposição a uma tentativa de 2006 para resolver o conflito de Ituri, que concedeu anistia aos ex-participantes do conflito.[4] Em 2011, o grupo foi estimado por possuir menos de 100 membros.[5] Enquanto a FRPI estava intimamente ligada ao grupo etnolinguístico Ngiti, a FPJC incorporou membros de origens étnicas mais variadas.[3]
Em outubro de 2008, a FPJC entrou em conflito com as forças armadas do governo congolês perto de Bunia, em Ituri, deslocando milhares de moradores locais[4] antes de serem repelidos pelas tropas do governo e pela MONUSCO, a missão de paz da ONU na República Democrática do Congo. Em março de 2009, a FPJC lançou ataques contra aldeias a sudeste de Bunia, que foram seguidos por contra-ataques da FRPI.[6] O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados responsabilizou os combates entre os grupos rebeldes pelo deslocamento de mais de 30 mil congoleses em Ituri.[7] As forças do governo lançaram uma operação em 2010 para repelir a FPJC e outros grupos rebeldes que operam em Ituri e para realocar populações em risco.[5] Um dos primeiros líderes do grupo, Sharif Mandu, foi preso em 2 de setembro de 2010 em Arua, uma cidade no oeste de Uganda. Outro líder da FPJC, Jean-Claude Baraka, foi preso na mesma época.[1] A prisão de Mandu foi seguida por uma luta pelo poder entre seus tenentes. David Mbadu assumiu o controle depois que seu rival Cobra Matata, um ex-comandante da FPRI e brevemente o líder da FPJC, desapareceu por um tempo.[8] Matata se rendeu às forças militares em novembro de 2014 e foi preso em janeiro de 2015.[9]
Em 2011, os combatentes da FPJC roubaram materiais dos centros de registro eleitorais em Ituri, embora não tenham impedido o registro dos eleitores.[8] A ONU informou que o grupo se envolveu em sequestros e recrutamento forçado de adultos e crianças.[10] Uma resolução do Parlamento Europeu em 2010 acusou a FPJC, juntamente com outros grupos armados ativos no leste do Congo, de "causar, direta ou indiretamente, milhares de mortes, sofrimento insuportável, pobreza e deslocados internos todos os meses".[11]
Referências
- ↑ a b «Who's who among armed groups in the east». IRIN. 15 de junho de 2010
- ↑ «DR Congo: Hoping for peace in Ituri». IRIN. 10 de fevereiro de 2009
- ↑ a b Country Reports on Human Rights Practices for 2008, Volume I. [S.l.]: United States Department of State. Dezembro de 2010. ISBN 9780160875151
- ↑ a b «New rebels attack DR Congo town». BBC News. 11 de outubro de 2008
- ↑ a b «Militias and the displaced». IRIN. 20 de junho de 2011
- ↑ «DR Congo: more than 30,000 flee new attacks by splintered rebel factions». United Nations News Centre. 7 de abril de 2009
- ↑ David Nthengwe (7 de abril de 2009). Leo Dobbs, ed. «30,000 Congolese flee to escape fresh conflict in Ituri district». United Nations High Commissioner for Refugees
- ↑ a b Congo: The Electoral Process Seen from the East (PDF) (Relatório). International Crisis Group. 5 de setembro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 20 de maio de 2016
- ↑ «RDC : Cobra Matata bientôt face au juge». BBC News. 4 de janeiro de 2015
- ↑ «2013 Trafficking in Persons Report». United States Department of State. 2013
- ↑ "European Parliament resolution of 7 October 2010 on failures in protection of human rights and justice in the Democratic Republic of Congo". Resolution No. P7_TA(2010)0350 of October 7, 2010.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Popular Front for Justice in the Congo».