Frente de Mobilização Popular

A Frente de Mobilização Popular (FMP) surgiu em 1962, com o objetivo primordial de pressionar o presidente da República - João Goulart - e o Congresso Nacional a adotar um programa que implantasse as Reformas de Base o mais rápido possível. Caracterizava-se por ser um grupo extraparlamentar de nível nacional, que reunia partidos políticos; sindicatos (CNTI, PUA, Comando Geral dos Trabalhadores, CONTEC) Ligas camponesas; União Nacional dos Estudantes (UNE) e organizações de subalternos das Forças Armadas. Atuavam por meio de manifestos, passeatas e comícios. Seus principais mentores foram Leonel Brizola, Sérgio Magalhães e Max da Costa. Em suma, como sintetiza Maria Celina D’Araújo (1996, p. 192): uma frente suprapartidária, de cunho nacionalista e reformista, que sucedeu à Frente de Libertação Nacional.

A FMP pode ser definida uma frente suprapartidária, de cunho nacionalista e reformista e que alçava ainda outros objetivos: a reforma eleitoral (direito de votos aos analfabetos e aos soldados; direitos de elegibilidade aos sargentos e praças de pré); a anistia aos sargentos e soldados e a todos os presos políticos; a suspensão do pagamento da dívida externa e a expulsão da empresa norte-americana Hanna Minning Company (ROLIM, 2009, p. 19)

Para Jorge Ferreira (2007, p. 548), a Frente possuía uma operacionalidade ágil e flexível, ou seja: reuniam-se os representantes dos diversos grupos políticos que a compunham, debatiam a questão e, conjuntamente, tomavam uma decisão. Leonel Brizola, como principal representante da organização, era o responsável pela divulgação das deliberações.

Sua principal fonte de divulgação era o jornal Panfleto criado em fevereiro de 1964 e que teve apenas sete números publicados, pois foi extinto após o golpe de 1964, assim como a própria Frente.

Leituras adicionais

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  • D’ARAÚJO, Maria Celina. Sindicatos, carisma e poder: o PTB de 1945-65. Rio de Janeiro: FGV, 1996.
  • FERREIRA, Jorge. A estratégia do confronto: a Frente de Mobilização Popular. In: Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 24, n° 47, 2004. 
  • FERREIRA, Jorge. Esquerdas no Panfleto. A crise política de 1964 no jornal da Frente de Mobilização Popular. In: Revista Anos 90, v. 16, n. 29, jul. 2009.
  • ROLIM, César Daniel. Leonel Brizola e as forças subalternas das Forças Armadas brasileiras (1961-1964). Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.