Galileo Solar Space Telescope


Galileo Solar Space Telescope – Plataforma Multimissão (GSST-PMM)[1] é uma missão proposta pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que visa medir, precisamente, a irradiância solar no topo da atmosfera terrestre, do campo magnético na fotosfera e nas camadas superiores da atmosfera solar.

Galileo Solar Space Telescope
Galileo Solar Space Telescope
Representação do GSST com a Plataforma Multimissão
Descrição
Nomes alternativos GSST
GSST-PMM
Galileo Solar Space Telescope - Plataforma Multimissão
Tipo Telescópio espacial
Missão Observação solar
Operador(es) INPE
Website www.gov.br/inpe/pt-br/area-conhecimento/engenharia-e-ciencias-espaciais/cgce/ciencia-espacial/gsst
Duração da missão 5 anos (proposto)
Propriedades
Plataforma Plataforma Multimissão
Missão
Decaimento 25 anos após a missão principal (proposto)
Especificações orbitais
Apoastro 601,599 km
Inclinação orbital 97.749˚
Instrumentos
Câmera UV/VIS de alta resolução
Câmera de baixa resolução para observar o disco solar
Radiômetro
Detector de elétrons e prótons
Magnetômetro
Portal Astronomia

Missão

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Desenvolvimento

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O projeto foi iniciado em novembro de 2013 após uma chamada de oportunidade do Comitê Assessor da Coordenação Geral de Ciências Espaciais e Atmosféricas. O primeiro projeto foi um protótipo de um instrumento baseado em espectropolarimetria que visou estimar o campo magnético do Sol. Entre o período de 2014-2018, o Comitê Assessor realizou diversas reuniões de avaliação.[2]

O planejamento da missão foi composto, inicialmente, de três fases:[2]

  1. Desenvolvimento de magnetógrafo e um instrumento imageador de luz visível;
  2. Instalação de protótipo do instrumento em observatório terrestre;
  3. Desenvolvimento do satélite espacial;

Também foi proposto o desenvolvimento de um protótipo para teste em balão, mas esta etapa foi, por fim, eliminada.[2]

O Centro de Projeto Integrado de Missões Espaciais do INPE aceitou a proposta após o contato inicial em dezembro de 2016. A análise da missão foi iniciada em junho de 2017, com o estudo sendo apresentado em dezembro do mesmo ano. O relatório do estudo de viabilidade foi divulgado em maio de 2018 e após isso, o Grupo de Trabalho passou a discutir o GSST tanto com a comunidade científica e os tomadores de decisão.[2]

O protótipo de fase de conceito, utilizando um telescópio de 150 mm, foi concluído em julho de 2018. O protótipo avançado teve um telescópio de 500 mm. Inicialmente seria realizado um workshop, em março de 2020, para discutir a missão com a comunidade internacional, mas foi cancelado devido à pandemia de COVID-19. No segundo semestre de 2020, após a reestruturação do INPE, a continuidade do projeto foi discutida, sendo proposta, e validada, o uso da Plataforma Multimissão, usado no satélite Amazônia 1.[2]

ProSAME

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No dia 8 de maio de 2023, o projeto foi apresentado para a AEB[3] e no dia 19 de maio, foram submetidos os documentos necessários para a Carteira de Admissão do Procedimento para Seleção e Adoção de Missões Espaciais (ProSAME) da Agência Espacial Brasileira (AEB).[4]

Após diversos encaminhamentos, no dia 21 de setembro, o Dr. Clezio Marcos de Nardin, diretor do INPE, enviou um ofício ao presidente da Agência Espacial Brasileira, condicionando a adoção do GSST com a instalação e operação de um telescópio de solo de 500 mm no Observatório do Pico dos Dias por 2 anos ininterruptos, o que, segundo o pesquisador e investigador principal do projeto, Luís Eduardo Antunes Vieira, interromperia a continuidade do projeto e não teria a menor base técnica, pois os instrumentos de solo e espacial são equipamentos distintos: o equipamento de solo utiliza a luz visível, enquanto o espacial operará no ultravioleta, além da rotação da Terra e condições climáticas impossibilitar o uso ininterrupto. A instalação do telescópio no Pico dos Dias nunca foi 100% necessário, só sendo considerado para o equipamento continuar tendo utilidade.[5][6] A reunião inicial entre o INPE e o Laboratório Nacional de Astrofísica para a instalação do equipamento no Pico dos Dias ocorreu no dia 28 de setembro de 2023.[7] Foi posteriormente descoberto que o Dr. Clezio Nardin não enviou a documentação completa para a AEB.[8]

O pesquisador Luis Vieira visou chamar a atenção da comunidade internacional com o seu Request for Support, também criando uma petição online.[9] Como resultado, em reunião no dia 7 de dezembro de 2023, a Missão GSST foi oficialmente homologada na Carteira de Qualificação da AEB.[10]

Objetivos

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GSST visa medir, precisamente, a irradiância solar no topo da atmosfera terrestre, do campo magnético na fotosfera e nas camadas superiores da atmosfera solar, além de abordar vários processos que atuam no Sol, com o entendimento da irradiância solar no topo da atmosfera terrestre sendo fundamental para entender as mudanças climáticas.[11][12]

Segundo o pesquisador Luís Eduardo Antunes Vieira, o GSST é uma missão pioneira no programa espacial brasileiro, pretendendo realizar observações de alta resolução, que buscará responder as seguintes questões: “Qual é a influência da atividade solar no clima terrestre? Quais são os processos físicos fundamentais que ocorrem no Sol? Como funciona o dínamo solar? Quais são as contribuições relativas dos diferentes processos físicos que levam ao aquecimento das camadas externas da atmosfera solar (cromosfera à coroa)? Que efeito tem a estrutura variável do campo magnético solar na evolução do sistema acoplado atmosfera-oceano da Terra? Quais são as respostas dos campos magnéticos e das partículas energéticas nas proximidades da Terra devido às diferentes estruturas do vento solar?”.[11][13][12]

Unindo os dados dessa missão com os dados de missões da NASA, ESA e JAXA, o GSST aprimorará o desenvolvimento de produtos e serviços do Clima Espacial do INPE.[11] É proposto que o telescópio fique em uma órbita de 601,599 km acima do equador, com uma inclinação de 97.749˚, sendo considerado um órbita terrestre baixa, geoestacionária ou heliossíncrona, tendo que ter visibilidade total do disco solar por 90% do tempo de uma missão prevista para durar cinco anos, com o satélite sendo deorbitado após 25 anos do fim da missão principal.[14][15]

Carga útil

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No relatório de estudo da missão, publicado em 2018, foram propostos os seguintes equipamentos:[16][12]

  1. Uma câmera UV/VIS de alta resolução e uma câmera de baixa resolução para observar o disco solar como forma de entender a evolução das estruturas magnéticas da camada externa do Sol;
  2. Um radiômetro para entender a influência do Sol no clima terrestre;
  3. Um detector de elétrons e prótons, além de um magnetômetro, para entender a influência do Sol no geoespaço.

Ver também

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Referências

  1. Brasileira 2023, p. 83.
  2. a b c d e Vieira 2023, Histórico.
  3. «INPE apresenta Missão Galileo Space Telescope para a Agência Espacial Brasileira». gov.br. 17 de maio de 2023. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  4. Vieira 2023, A submissão dos documentos ao ProSAME.
  5. Vieira 2023, A bomba deixada pelo Governo Bolsonaro.
  6. Ferrari, Leon (24 de janeiro de 2024). «O que são tempestades solares e por que elas causam instabilidade no GPS e na cor do céu?». Estadão. Consultado em 23 de outubro de 2024 
  7. «Reunião entre Grupos de Trabalho da Missão GSST/INPE e do LNA». gov.br. 28 de agosto de 2023. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  8. Vieira, Prof. Dr. Luís Eduardo Antunes (11 de outubro de 2023). «Petição Internacional de Suporte à Missão Galileo desafia a Burocracia do INPE -». Consultado em 22 de outubro de 2024 
  9. Vieira, Luis (30 de setembro de 2023). «Request for Support: Challenges Faced by the GSST Mission Proposal». SolarNews (em inglês). Consultado em 22 de outubro de 2024 
  10. Rezende, Vanessa Murta (7 de dezembro de 2023). «OFÍCIO Nº 7989/2023/ASSDPOA/DPOA/AEB» (PDF). 2 páginas. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  11. a b c Vieira 2023, O INPE e a Missão GSST.
  12. a b c Carlesso et al. Dal Lago, p. 1, 1. Introduction.
  13. Antunes Vieira, L. E.; Lago, A.; Rockenbach, M.; Guarnieri, F. L.; Da Silva, L. A.; Carlesso, F.; Alves, L. R.; Souza, V. M. C. E. S.; Jauer, P. R. (1 de dezembro de 2019). «Status of the Galileo Solar Space Telescope Mission (GSST) proposal»: SH13C–3447. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  14. Mission Study Report, 2018, p. 15.
  15. Carlesso et al. Dal Lago, pp. 1, 10, 1. Introduction e 5. Irradiance Measurements in the GSST Mission.
  16. Mission Study Report, 2018, p. 14.

Bibliografia

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Fontes primárias
Notícias
Artigos científicos

Leitura adicional

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