Garcia I do Congo
Garcia I (1600 - 1626) foi o manicongo do Reino do Congo entre 13 de abril de 1624 até 26 de junho de 1626. [1] Foi o segundo e último rei da curta dinastia Kikanga.
Garcia I | |
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Manicongo | |
Rei do Congo | |
Reinado | 13 de abril de 1624 a 7 de março de 1626 |
Rainha | Cristina Afonso |
Antecessor(a) | Pedro II |
Sucessor(a) | Ambrósio |
Nascimento | c.1600 |
Morte | 26 de junho de 1626 (26 anos) |
Nome completo | Garcia Amvemba Ancanga |
Dinastia | Quincanga |
Pai | Pedro II |
Religião | Catolicismo |
Biografia
editarGarcia Anvemba Ancanga nasceu aproximadamente em 1600, sendo filho de D. Pedro, Duque de Sundi e D. Luísa.
Seu pai se tornou rei em 1622, logo após a morte de D. Álvaro III, que não deixou herdeiros aptos. D. Pedro de Sundi, seu pai, foi eleito pelo conselho real do Reino do Congo como novo rei (manicongo) e D. Garcia foi nomeado herdeiro. No curto reinado de seu pai, o mesmo introduziu uma violenta política contra os portugueses e uma nova aliança com os holandeses. O motivo da política de seu pai foi o assassinato de seu irmão e aliado D. Paulo Afonso, que havia sido empossado como Duque de Umbamba contra a vontade do governador de Luanda, D. João Correia de Sousa. Após este ocorrido o rei declarou guerra contra os portugueses e com a ajuda da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, conseguiu conter os lusitanos por um tempo. O grande plano de Pedro e dos holandeses era fazer um ataque conjunto de terra e mar para tomar Luanda, a convertendo em uma colônia holandesa.
Garcia, até então como herdeiro, teve de conspirar contra seu irmão D. Álvaro Afonso para assumir o trono após a morte de seu pai, que ocorreu em 13 de abril de 1624. Após sua subida ao trono, o jovem rei procurou restaurar a paz com os portugueses.[2] A decisão de não prosseguir com a guerra foi vista com desagrado pela alta nobreza do Congo e o exército. Os nobres passaram a ter o desejo de aclamar D. Ambrósio de Coulo como novo rei. Este havia sido impedido de tomar o reinado por ser muito jovem e na época que se encontrava mais velho se tornou um grande pretendente a coroa.
Com o pedido e apoio das damas reais da corte, o general D. Manuel Jordão, duque de Sundi invade São Salvador em 7 de março de 1626 com seu exercito e depõe Garcia I, que foge para Soyo na companhia de sua esposa D. Cristina Afonso e sua avó D. Cristina, ambas pertencentes a Casa de Soyo.[3] Garcia viria a falecer em 26 de junho daquele ano e o trono seria ocupado por Ambrósio de Coulo, interrompendo a Casa de Quincanga por alguns anos.
Referências
- ↑ «Anne Hilton. <italic>The Kingdom of Kongo</italic>. (Oxford Studies in African Affairs.) New York: Clarendon Press of Oxford University Press. 1985. Pp. xiii, 319. $45.00». The American Historical Review. Fevereiro de 1987. ISSN 1937-5239. doi:10.1086/ahr/92.1.186
- ↑ Desrochers, R. E. (1 de março de 2009). «Central Africans, Atlantic Creoles, and the Foundation of the Americas, 1585-1660. By Linda M. Heywood and John K. Thornton. (New York: Cambridge University Press, 2007. xiv, 370 pp. Cloth, $75.00, ISBN 978-0-521-77065-1. Paper, $22.99, ISBN 978-0-521-77922-7.)». Journal of American History (4): 1128–1129. ISSN 0021-8723. doi:10.2307/27694572. Consultado em 6 de junho de 2021
- ↑ Crescêncio, Cintia Lima; Ferreira, Gleidiane de Sousa (26 de abril de 2021). «Da história das mulheres às perspectivas contracoloniais». Estudos Ibero-Americanos (1): e37850. ISSN 1980-864X. doi:10.15448/1980-864x.2021.1.37850. Consultado em 6 de junho de 2021