Giorgio Antonucci
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Giorgio Antonucci (Lucca, 24 de fevereiro de 1933 – Florença, 18 de novembro de 2017) foi um médico e psicanalista italiano, ponto de referência da "antipsiquiatria,[1] na Itália.
Giorgio Antonucci | |
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![]() Giorgio Antonucci em 1975
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Nascimento | 24 de fevereiro de 1933 Lucca |
Morte | 18 de novembro de 2017 (84 anos) Florença |
Residência | Florença |
Nacionalidade | Italiana |
Ocupação | Médico, psicanalista, escritor |
Principais trabalhos | Abordagem não psiquiátrica do sofrimento psíquico |
Prémios | Thomas Szasz Award |
Website | https://giorgioantonucci.org |
Biografia
editarEm 1963, ele se formou como psicanalista com Roberto Assagioli, fundador da psicossíntese, e começou a se dedicar à psiquiatria tentando resolver os problemas dos pacientes e das pacientes evitando internações e qualquer método coercitivo. Em 1968, ele trabalhou em Cividale del Friuli[2], em uma seçao aberta do hospital civil como alternativa aos manicômios. Em 1969, trabalhou no hospital psiquiátrico de Gorizia, que era dirigido por Franco Basaglia.[3][4] Do 1970 até 1972, Giorgio Antonucci dirigiu[5] o centro de higiene mental de Castelnovo ne' Monti, na província de Régio da Emília[6]. De 1973 até 1996, ele trabalhou em Ímola na operaçao de desmantelamento dos hospitais psiquiátricos Osservanza e Luigi Lolli.[7] Durante o terremoto de 1968, na Sicília ocidental, ele trabalhou como um médico junto com a defesa civil da província de Florença.[8] Viveu os últimos anos da sua vida em Florença, colaborando com o Centro de Relações Humanas [Centro di Relazioni Umane[9]], com os Radicais Italianos [Radicali Italiani [10]] e com o Comité dos Cidadãos pelos Direitos Humanos [Comitato dei Cittadini per i Diritti Umani]. Faleceu no dia 18 de novembro de 2017.[11]
Posicionamento sobre a psiquiatria
editarDacia Maraini: "Em que consiste esse novo método no que diz respeito aos assim chamados doentes psíquicos?"
Giorgio Antonucci: "Pra mim significa que não existem doentes mentais e a psiquiatria deve ser completamente eliminada”
Nas suas publicações, Giorgio Antonucci afirma que ele se aproxima teoricamente da corrente existencial-humanista de Carl Rogers e das correntes de crítica à psiquiatria (Erving Goffman, Laing, Cooper e Thomas Szasz[13]) bem como da crítica à instituição manicomial de Franco Basaglia.
Szasz diz que concorda com Antonucci em relação ao conceito de “pessoa” dos assim chamados pacientes psiquiátricos: eles e elas são, como nós, pessoas em todos os sentidos, passíveis de serem julgadas emotivamente e em sua “condição humana”; a “doença mental” não faz com que um ou uma paciente se torne “menos do que uma pessoa” e não é necessário um psiquiatra ou uma psiquiatra pra “restituir a humanidade” a ele ou ela.[14]
Giorgio Antonucci é o fundador da abordagem não psiquiátrica[15][16][17] do sofrimento psíquico, que se baseia no seguinte: [18]
1. O tratamento obrigatório não pode ser uma abordagem científica e médica do sofrimento, já que é baseado na força contra a vontade da pessoa paciente.
2. A ética do diálogo deve substituir a ética da coerção. O diálogo só pode acontecer entre indivíduos que se reconhecem como pessoas em uma relação de igualdade.
3. O diagnóstico deve ser negado, já que é um preconceito psiquiátrico que impede a realização do verdadeiro trabalho psicológico em relação ao sofrimento das pessoas, sofrimento que é derivado das contradições da natureza e da consciência e pelas contradições da sociedade e os conflitos de convivência.
4. Os psicofármacos ou drogas psiquiátricas servem para sedar, drogar a pessoa e melhorar as condições de vida de quem está cuidando das pessoas psiquiatrizadas. Devem ser negados todos os demais instrumentos que causam danos aos seres humanos, desde a lobotomia, a castração (proposta por alguns inclusive na Itália e no Brasil, em relação aos crimes sexuais) e todos os tipos de choque.
5. Para criticar as instituições é preciso colocar em discussão também o pensamento que as criou.
Participações
editar- Presidente de honra do comitê científico de “Não toquem nas crianças” [Giù le mani dai bambini][19]
- Membro de honra da Associação Europeia de Psicanálise[20]
- Co-fundador do “Telefone violeta” [Telefono viola] (junto com Alessio Coppola)
- Membro do comitê científico de “MusicArTerapia Globalidade das linguagens” [MusicArTerapia Globalità dei linguaggi][21]
Reconhecimentos
editar- Em 26 de fevereiro de 2005, recebeu em Los Angeles o Thomas Szasz Award[22] pela "luta contra o estado terapêutico"[23][24][25] e, ao mesmo tempo, recebeu o “Certificate of Recognition”, da assembleia legislativa da Califórnia, entregue a Antonucci pela sua defesa dos direitos humanos por meio do trabalho a favor de pacientes psiquiátricos. No certificado de reconhecimento está escrito: “Thank you for being a champion of human rights.”
Obras
editar• I pregiudizi e la conoscenza critica alla psichiatria (prefazione di Thomas S. Szasz), ed. Coop. Apache, 1986
• Psichiatria ieri ed oggi, Enciclopedia Atlantica (European Book, Milano), 1989
• Il pregiudizio psichiatrico, Elèuthera, 1989. ISBN 88-85861-10-5
• La nave del paradiso, Spirali, 1990. ISBN 88-7770-296-6
• Freud e la psichiatria, Enciclopedia Atlantica, European Book, Milano, 1990.
• Aggressività Composizione in tre tempi in Uomini e lupi, Elèuthera, 1990, ISSN 0392-5013 (WC · ACNP)
• Psichiatria e cultura, Enciclopedia Atlantica, European Book, Milano, 1991.
• Contrappunti, Sensibili alle Foglie, 1994. ISBN 88-86323-06-9
• Critica al giudizio psichiatrico, Sensibili alle Foglie, 1994. ISBN 88-89883-01-4
• Il giudice e lo psichiatra, rivista Volontà, Delitto e castigo, 1994. ISSN 0392-5013 (WC · ACNP)
• (con Alessio Coppola), Il telefono viola. Contro i metodi della psichiatria, Elèuthera, 1995. ISBN 88-85861-60-1
• Pensieri sul suicidio, Elèuthera, 1996. ISBN 88-85861-75-X
• Il pregiudizio psichiatrico, Elèuthera, 1998. ISBN 88-85861-99-7
• Le lezioni della mia vita. La medicina, la psichiatria, le istituzioni, Spirali, 1999. ISBN 88-7770-536-1
• Pensieri sul suicidio, Elèuthera, 2002. ISBN 88-85060-69-2
• Il cervello. Atti del congresso internazionale Milano, dal 29 novembre al 1º dicembre 2002 [contiene l'intervento di Antonucci al congresso) Spirali - 2004
• Diario dal manicomio. Ricordi e pensieri, Spirali, 2006. ISBN 88-7770-747-X
• Igiene mentale e libero pensiero. Giudizio e pregiudizio psichiatrici, pubblicazione a cura dell'associazione "Umanità nova", Reggio Emilia, 2007.
• Foucault e l'antipsichiatria. Intervista a Giorgio Antonucci in Diogene. Filosofare Oggi N. 10, Anno 2008, con «IL DOSSIER: 30 anni dalla legge Basaglia»
• Corpo - Intervista di Augusta Eniti a Giorgio Antonucci, Multiverso", Università degli studi di Udine, n.07 08, 2008. ISSN 1826-6010 (WC · ACNP)
• Conversazione con Giorgio Antonucci a cura di Erveda Sansi. Critical Book - I quaderni dei saperi critici - Milano 16.04.2010. S.p.A Leoncavallo.
• (con altri autori) La libertà sospesa, Fefè editore, Roma, 2012. ISBN 978-88-95988-31-3
• (contributo di Giorgio Antonucci e Ruggero Chinaglia) Della Mediazione di Elisa Ruggiero, Aracne, 2013. ISBN 978-88-548-5716-2
• [ES] El prejuicio psiquiátrico [Il pregiudizio psichiatrico], prólogos de Thomas Szasz y Massimo Paolini, traducción de Massimo Paolini, Katakrak, Pamplona, 2018 - ISBN 978-84-16946-23-5
Referências
- ↑ Radici culturali della diagnosi, 2005; Franco Fortini, 1996; agenziaradicale.com[ligação inativa]
- ↑ centro relazioni umane
- ↑ Daniela Francese, 2011; Franco Fortini, 1996
- ↑ Antonucci parla della sua esperienza con Basaglia anche nel film documentario Senza ragione, del 2007(cinemaitaliano.info)
- ↑ Eugenia Omodei Zorini
- ↑ Franca Romano, I folli, Edizioni Meltemi (Gli Argonauti), 2001, p.65
- ↑ Michele Capararo, 2005
- ↑ http://www.ecn.org/filiarmonici/antonucci-18.html Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ http://centro-relazioni-umane.antipsichiatria-bologna.net/chi-siamo/ Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ http://www.radioradicale.it/scheda/505107/assemblea-di-radicali-italiani-sulla-riforma-del-trattamento-sanitario-obbligatorio Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ http://www.lanazione.it/firenze/cronaca/professor-antonucci-1.3545452 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «Intervista in nopazzia.it». Consultado em 16 de abril de 2018. Arquivado do original em 13 de abril de 2013
- ↑ Prefazione di Thomas Szasz a “Il pregiudizio psichiatrico” di Giorgio Antonucci
- ↑ centro-relazioni-umane.antipsichiatria-bologna.net
- ↑ I pregiudizi e conoscenza critica alla psichiatria- Prefazione di T. Szasz
- ↑ Il pregiudizio psichiatrico
- ↑ «Thomas Szasz Award». Consultado em 16 de abril de 2018. Arquivado do original em 16 de outubro de 2014
- ↑ http://www.eleuthera.it/files/materiali/pregiudizio_psichiatrico_Giorgio-Antonucci.pdf
- ↑ Comitato Giù le mani dai bambini
- ↑ http://www.aepsi.it/ Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ centrogdl.org
- ↑ centerforindependentthought.org; ltmd.it
- ↑ centro-relazioni-umane.antipsichiatria-bologna.net
- ↑ https://www.opendemocracy.net/can-europe-make-it/massimo-paolini/giorgio-antonucci-life-for-liberation-of-powerless Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ http://centro-relazioni-umane.antipsichiatria-bologna.net/2017/05/27/thank-you-for-being-a-champion-of-human-rights-per-il-dottor-giorgio-antonucci/ Em falta ou vazio
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Bibliografia
editar- Alberto Bonetti, Dacia Maraini, Giuseppe Favati, Gianni Tadolini, Dossiê de Imola e a lei 180, Livros Idéia, Milão, 1979.
- Svend Bach, Antipsykiatri eller Ikke - Psykiatri, Edições Amalie de Copenhaga, 1989
- Atlas da filosofia. Pensamento anarquista. As raízes da liberdade, Edições Deméter, Colognola ai Colli.Verona, 1997. ISBN 88-440-0577-4.
- Claudia Benatti, Saúde obrigados, quando obrigatória sanitária tratamentos não respeitar as pessoas, a liberdade, com um prefácio escrito por Alex Zanotelli, Macro Edizioni, Diegaro di Cesena, 2004. ISBN 88-7507-567-0
- Chiara Gazzola, Os gritos do silêncio. O medo e as suas línguas, Entrevistas, Aliberti Editore, Reggio Emilia, 2006. ISBN 88-7424-129-1
- Giuseppe Gozzini, Exercícios de memória - 68 visto a partir da parte inferior, Asterios Editore, Trieste, 2008. ISBN 978-88-95146-17-1
- Roberta Giacometti (ed.), De dentro para Fora: depoimentos de ex-enfermeiras do hospital psiquiátrico de Imola, Bacchilega Editores, 2009. ISBN 978-88-88775-95-1
- Roberta Tatafiore, A palavra "fim". Diário de um suicídio, Rizzoli, 2010. ISBN 978-88-17-03992-5
- Donato Sage, minha mão direita, Bonfirraro Publisher, Barry-Line, de 2011. ISBN 978-88-6272-030-4
- Dacia Maraini, A grande festa, Rizzoli, de 2011. ISBN 978-88-17-05548-2
- Roberto Cestari, O engano psiquiátrico, Lib&Res editora, Milão, 2012. ISBN 978-88-97936-00-8
- Francesco Codato, que é a Igreja? - A história do nascimento do movimento de crítica psiquiatria, Ed. Psiconline, 2013. ISBN 978-88-98037-27-8
- João Pé, A república dos tolos: Franco Basaglia e a radical psiquiatria na Itália, 1961-1978, E. Feltrinelli, de 2014. ISBN 978-88-07-11137-2
- João Anjos, "A chave comum. Experiência de trabalho no hospital psiquiátrico de Luigi Lolli de Imola", ED. O Mandragola Editrice, 11/2016. ISBN 9788875865023
- O coletivo R, 44-46, de Maio de 1987 - abril de 1988, Giorgio Antonucci: suas ideias e o seu trabalho.Giuseppe Gozzini
Ligações externas
editar• Bipolari verso la consapevolezza, su bipolari.it. (archiviato dall'url originale il 4 marzo 2016).
• Intervista a Giorgio Antonucci, a cura di Michele Mezzanotte, per il vol.11 della rivista di psicologia L'Anima Fa Arte (www.animafaarte.it)
• La città del secondo rinascimento, su lacittaonline.com.
• "[ligação inativa] Premio Giorgio Antonucci", su ccdu.org.
• psychomedia.it, http://www.psychomedia.it/pm-revs/journals/psu/indgen/1974.htm.Psicoterapia e scienze umane
• "Gli occhi non li vedono", su centro-relazioni-umane.antipsichiatria-bologna.net., documentario, dur 20 min.
• Conversazione su Basaglia – Giorgio Antonucci e Maria Rosaria D’Oronzo, su centro-relazioni-umane.antipsichiatria-bologna.net.
• Entrevista con Giorgio Antonucci "El manicomio no es un espacio, es un criterio", su perspectivasanomalas.org.
• "Se mi ascolti e mi credi. Giorgio Antonucci un medico senza camice" [1] Disponível em ^ Rai Storia, Se mi ascolti mi credi, in Rai Storia. URL consultato l'8 luglio 2017.