Giovana Mandulão é uma ativista indígena, nutricionista e atualmente atua como Coordenadora-Geral de Gestão do Conhecimento, Informação, Avaliação e Monitoramento na Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil.

Giovana Mandulão

Nome completo Giovana Cruz Mandulão
Nascimento 1 de Agosto de 1986

Ela faz parte dos povos Macuxi e Wapichana, oriundos de Roraima, e é reconhecida por seu ativismo na defesa dos direitos dos povos indígenas, especialmente no campo da saúde e da sustentabilidade. Giovana também é mestranda em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais pela Universidade de Brasília (UnB), e tem uma ampla experiência em mobilizações indígenas, como a Tenda da Saúde em Brasília. [1][2]

Giovana Mandulão costuma discursar em eventos, como no workshop promovido pela BIREME e SESAI, onde abordou a importância do corpo-território indígena e o impacto do racismo ambiental nas comunidades indígenas. Giovana enfatiza que a luta indígena passa também pela ocupação de espaços políticos e de tomada de decisões, com o objetivo de promover políticas públicas que respeitem as especificidades culturais e territoriais dos povos indígenas.[2][3]

Publicações

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Giovana Mandulão possui publicações que refletem seu envolvimento com a saúde indígena e a resistência socioambiental, abordando saúde coletiva e interculturalidade. Em Projeto Vidas Paralelas Indígena (2012)[4], explora os desafios dos povos Macuxi e Wapixana de Roraima. Em Mulheres - Corpos-Territórios Indígenas em Resistência (2023)[5], discute a relação das mulheres indígenas com o território e a resistência cultural. Já em Aproximações do Movimento Indígena e os Conflitos Socioambientais (2012)[6], analisa conflitos ambientais e a resistência indígena.

O povo Macuxi e Wapichana

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Os povos indígenas Macuxi e Wapichana, habitantes históricos de Roraima, compartilham uma longa trajetória de luta pela preservação de sua cultura, território e identidade. Os Macuxi pertencem à família linguística Karib e possuem uma forte conexão com a região do vale do Rio Branco, enquanto os Wapichana são da família linguística Aruak, tradicionalmente situados ao longo do rio Branco. Ambos os grupos enfrentaram conflitos intensos desde o século XVIII, especialmente devido à pressão colonial e territorial dos portugueses e de outros colonizadores que adentraram suas terras, mas desenvolveram uma convivência harmoniosa ao longo do tempo. Atualmente, esses povos mantêm suas tradições e costumes culturais, muitas vezes se organizando em espaços urbanos como Boa Vista para fortalecer e revitalizar suas línguas e práticas culturais​​.[7][8][9]

Em Boa Vista, a integração desses povos indígenas ocorre tanto em espaços culturais quanto em atividades políticas, como aquelas promovidas pela Organização dos Indígenas da Cidade (ODIC). A ODIC é um importante fórum de fortalecimento identitário e de expressão de demandas socioculturais, onde os Macuxi e Wapichana reafirmam suas tradições, língua e autonomia. Essa organização representa uma resistência contra a invisibilidade histórica imposta pela sociedade dominante e atua na luta por reconhecimento e valorização de sua identidade indígena no ambiente urbano​​.[7]

Referências

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  1. «Giovana Mandulão». Consultado em 28 de outubro de 2024 
  2. a b «BIREME and SESAI hold workshop to strengthen the Indigenous Peoples' VHL – BIREME/PAHO/WHO Bulletin». boletin.bireme.org. Consultado em 28 de outubro de 2024 
  3. Flaeschen, Hara (5 de julho de 2023). «Saúde indígena: evento discutiu tomada dos espaços de decisão » Abrasco». Abrasco. Consultado em 28 de outubro de 2024 
  4. Mandulão, Giovana; Mandulão, Joicilene; Hoefel, Maria da Graça Luderitz; Hamann, Edgar Merchán; Severo, Denise Osório; Santos, Silvéria Maria dos (30 de março de 2012). «Projeto Vidas Paralelas Indígena: revelando os povos Macuxi e Wapixana de Roraima, Brasil». Tempus – Actas de Saúde Coletiva (1): 63–70. ISSN 1982-8829. doi:10.18569/tempus.v6i1.1097. Consultado em 28 de outubro de 2024 
  5. Luteranos, Portal. «Portal Luteranos | Mulheres - Corpos-territorios Indígenas em Resistência». Portal Luteranos. Consultado em 28 de outubro de 2024 
  6. Hoefel, Maria da Graça Luderitz; Severo, Denise Osório; Mérchan-Hamann, Edgar; Santos, Joanice Gonçalves dos; Silva, Tanielson Rodrigues da; Mandulão, Giovana Cruz (3 de dezembro de 2013). «Aproximações do Movimento Indígena e os conflitos socioambientais: processos de resistência e violência a partir do olhar indígena». Tempus – Actas de Saúde Coletiva (4): ág. 63–82. ISSN 1982-8829. doi:10.18569/tempus.v7i4.1418. Consultado em 28 de outubro de 2024 
  7. a b Melo, Luciana (2012). «Fluxos Culturais e os Povos da Cidade: Entre os Macuxi e Wapichana de Boa Vista – Roraima» (PDF). Consultado em 28 de outubro de 2024 
  8. «Wapichana - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 28 de outubro de 2024 
  9. «Macuxi - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 28 de outubro de 2024