Gladiador II
Gladiator II (bra: Gladiador II ou Gladiador 2; prt: Gladiador II)[4][5][6] é um filme épico estadunidense de 2024, dirigido por Ridley Scott. Sendo sequência de Gladiador (2000), foi escrito por David Scarpa e estrelado por Paul Mescal, Denzel Washington, Connie Nielsen, Joseph Quinn e Pedro Pascal. Nielsen e Derek Jacobi reprisam seus papéis do primeiro filme.[7] O filme foi produzido pela Scott Free Productions em associação com a Red Wagon Entertainment e Parkes+MacDonald Image Nation para a Paramount Pictures. A história segue Lúcio, o antigo herdeiro do Império Romano, que se torna um gladiador após sua casa ser invadida pelo exército romano, liderado pelo general Marco Acácio, durante o reinado dos coimperadores Caracala e Geta.
Gladiador II | |||||
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Gladiator II | |||||
Cartaz promocional do filme. | |||||
No Brasil | Gladiador 2 | ||||
![]() 2024 • cor • 148 min | |||||
Gênero | épico | ||||
Direção | Ridley Scott | ||||
Produção | Ridley Scott Michael Pruss Douglas Wick Lucy Fisher | ||||
Roteiro | David Scarpa | ||||
Baseado em | Personagens de David Franzoni | ||||
Elenco | Paul Mescal Denzel Washington Connie Nielsen Derek Jacobi Djimon Hounsou Joseph Quinn Pedro Pascal | ||||
Música | Harry Gregson-Williams | ||||
Cinematografia | John Mathieson | ||||
Edição | Claire Simpson Sam Restivo | ||||
Companhia(s) produtora(s) | Scott Free Productions Lucy Fisher/Douglas Wick Productions | ||||
Distribuição | Paramount Pictures | ||||
Lançamento |
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Idioma | inglês | ||||
Orçamento | US$ 210[1] – 310 milhões[2] | ||||
Receita | US$ 461,7 milhões[3] | ||||
Cronologia | |||||
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Uma sequência de Gladiador foi discutida já em junho de 2001, com David Franzoni e John Logan definidos para retornar como roteiristas. Nos anos seguintes, Scott ofereceu atualizações ocasionais, incluindo o possível envolvimento do ator principal do filme original, Russell Crowe, juntamente com ideias de enredo sobre a vida após a morte romana e diferentes períodos históricos. O desenvolvimento foi interrompido quando a DreamWorks vendeu os direitos da propriedade para a Paramount em 2006. O filme foi finalmente anunciado em 2018, e Mescal foi escalado para o papel principal em janeiro de 2023, com um roteiro de Scarpa. O resto do elenco assinou nos meses seguintes. As filmagens ocorreram entre junho de 2023 e janeiro de 2024, com um hiato de cinco meses devido às disputas trabalhistas de Hollywood em 2023.
O filme foi lançado internacionalmente em 15 de novembro de 2024, e posteriormente na América do Norte em 22 de novembro.[8]
Sinopse
editarDezesseis anos após a morte de Marco Aurélio, Roma é governada pelos corruptos gêmeos Geta e Caracala. Na Numídia, uma província norte-africana, o refugiado Hanno vive com sua esposa Arishat. O Exército romano liderado pelo General Marcus Acacius conquista a região e assassina Arishat enquanto Hanno e outros sobreviventes do ataque são levados como prisioneiros de guerra. Os escravos são levados para Óstia pelos romanos e forçados a lutar contra babuínos enfurecidos, sinalizando que serão vendidos como gladiadores. Hanno mata um babuíno e impressiona o mestre Macrinus. Macrinus promete a Hanno uma chance de se vingar de Acacius caso ele vença muitas batalhas em Roma.
General Acacius regressa a Roma como um herói de guerra. Os Imperadores Geta e Caracala ordenam um festival de jogos no Anfiteatro Flaviano para celebrar a vitória romana sobre os africanos. Decepcionado com os horrores da guerra, Acacius pede um momento de descanso para visitar sua esposa, Lucila. Geta e Caracala recusam e insistem em novos planos de conquistar também a Pérsia e a Cuchana. O Senador Trácio oferece um banquete para os imperadores e organiza uma luta de gladiadores. Hanno vence a disputa e recita um verso de Eneida, de Virgílio, levantando a suspeita de todos sobre sua educação romana. Acacius e Lucila conspiram com os senadores Trácio e Gracchus para derrubar o governo imperial e restaurar a República Romana.
Hanno segue os passos do lendário gladiador Maximus nas lutas de gladiadores e consegue vencer cada vez mais. Lucila descobre seu Hanno é seu filho desaparecido Lucius Verus e revela que enviou seu filho para fora de Roma para protegê-lo das intrigas políticas da cidade. Lucila visita Lucius e tenta se aproximar dele, mas ele rejeita. Lucius não perdoa Lucila por ter sido forçado a deixar Roma e pela morte de sua esposa, Arishat. Lucila revela que Maximus é o pai de Lucius e o aconselha a seguir o caminho de bravura de seu pai. Os gladiadores liderados por Lucius vencem uma naumaquia no Coliseu. Lucius consegue a chance de matar Acacius, mas erra o alvo por pouco.
Ravi, o médico da arena, leva Lucius até um santuário dedicado a Maximus, contendo sua espada e armadura. Lucila e Acacius conspiram para libertar Lucius como parte de seu plano para derrubar o governo imperial. Trácio informa Macrinus sobre a conspiração e Lucila e Acacius são presos por alta traição. Macrinus exige a execução pública de Acacius como exemplo contra rebeldia e organiza uma luta entre Acacius e Lucius. No meio da luta, Acacius se rende a Lucius e declara seu amor por Lucila e seu respeito por Maximus. Lucius recusa matar Acacius, mas ele acaba morto pelos guardas pretorianos sob comando do Imperador. Macrinus confronta Lucius sobre sua recusa em matar Acacius.
O povo romano se revolta com a morte de Acacius. Macrinus manipula Caracala contra Geta sobre a culpa pela revolta. Caracala assassina Geta com ajuda de Macrinus. Lucila e Lucius se perdoam e ela lhe entrega o anel imperial de seu pai, que também foi de Maximus e Acacius. Perturbado pelos acontecimentos, Caracala nomeia seu macaco de estimação, Dondus, como cônsul ao lado de Macrinus. Macrinus convence o Senado de que ele pode restaurar a ordem pública e assume o controle da guarda imperial. Macrinus revela a Lucila seu passado como um escravo na era de Marco Aurélio e sua sede de vingança contra Roma. Macrinus convence Caracala a executar Lucila no Coliseu para incitar outra revolta ainda maior do povo romano contra o governo imperial.
Elenco
editar- Paul Mescal como Lucius Verus, neto do antigo imperador Marco Aurélio e filho de Maximus Decimus Meridius, o protagonista do primeiro filme.[9]
- Connie Nielsen como Lucila, mãe de Lucius, antiga amante de Maximus e filha de Aurélio.
- Pedro Pascal como Marcus Acacius, um general do exército romano que foi treinado por Máximo e marido de Lucila.
- Denzel Washington como Macrinus (vagamente inspirado na figura histórica Marco Opélio Macrino), um ex-escravo que planeja controlar Roma.
- Derek Jacobi como Senador Gracchus, um membro do Senado Romano que se opõe à crescente corrupção da Corte Imperial.
- Joseph Quinn como Imperador Geta, co-governante de Roma ao lado de seu irmão, Caracala.
- Fred Hechinger como Imperador Caracala, o co-governante de Roma ao lado de seu irmão, Geta.
- Lior Raz como Viggo, o treinador de gladiadores de Macrinus.
- Peter Mensah como Jugurta, um chefe númida negro que foi mentor de Lúcio depois que este foi exilado de Roma.
- Matt Lucas como mestre de cerimônias e locutor de discursos públicos do Coliseu.
A atriz egípcia-palestina May Calamawy,[10] que foi originalmente definido para interpretar um "personagem importante",[11] aparece no filme em um papel secundário não creditado e sem falas como o companheira de Macrinus.[12][13] Algumas publicações jornalisticas vincularam sua omissão à guerra em Gaza e seu apoio à Palestina no conflito israelense-palestino.[14]
Produção
editarDesenvolvimento
editarEm junho de 2001, desenvolvimento para uma sequência do filme Gladiator (2000) começaram com a conceptualização prequela ou sequência, com David Franzoni em negociações iniciais para atuar novamente como roteirista.[15] A lógica de Ridley Scott para fazer uma sequência era que, embora Maximus Decimus Meridius tenha morrido no final do filme original, o que aconteceu com Lúcio Vero foi deixado ambíguo, considerando as questões sobre seu paradeiro perfeitas para um segundo filme.[16] No ano seguinte, foi anunciada uma sequência para seguir em frente com John Logan como roteirista. O enredo, ambientado 15 anos depois, incluía os Guardas Pretorianos governando Roma, e um Lúcio mais velho — o filho de Lucila em Gladiador — buscando a verdade sobre seu pai biológico. Franzoni assinou como produtor, ao lado de Douglas Wick e Walter Parkes.[17] Em dezembro de 2002, o enredo do filme foi anunciado para incluir eventos anteriores sobre a ascendência de Lucius, bem como eventos subsequentes retratando a ressurreição de Maximus, o personagem principal do filme original. Os produtores e Russell Crowe, que interpretou Maximus, pesquisaram de forma colaborativa e extensiva as antigas crenças romanas sobre a vida após a morte.[18] Embora Crowe e Scott tenham discutido como trazer o primeiro de volta ressuscitando seu personagem, Scott concluiu que Crowe teria que retornar como dublê de Maximus ou interpretar outro personagem.[16] Em setembro de 2003, Scott anunciou que o roteiro estava concluído, ao mesmo tempo em que confirmou que a história seria centrada principalmente em Lúcio.[19]
Filmagens
editarA produção estava prevista para começar em maio de 2023, com a região de Ouarzazate, no Marrocos, sendo usado como locação.[20] A construção do cenário começou na cidade em abril.[21] As filmagens começaram em junho de 2023, com locais de filmagem adicionais realizados em Malta, que representou a Roma Antiga, e o Reino Unido nos quatro meses seguintes,[22][23] com algumas sequências iniciais sendo filmadas no Marrocos antes de voar para Malta para filmar o resto do filme. Mescal ficou um pouco nervoso ao filmar no Coliseu reunido e ao filmar cenas com Washington.[24] Scott levou Mescal propositalmente ao set do Coliseu para que ele pudesse se familiarizar com ele, já que Mescal nunca havia feito nenhum grande filme de estúdio antes.[16] Um acidente envolvendo incêndio durante as filmagens em 7 de junho feriu seis membros da equipe.[25] As filmagens foram suspensas em julho devido às disputas trabalhistas de Hollywood em 2023.[26] Para uma sequência de luta, a rinoceronte foi criado em impressão 3D controlado por rádio controle remoto, mas a filmagem da cena levou dois ou três dias e afetou a fisicalidade de Mescal devido à temperatura.[27] As filmagens foram retomadas em 4 de dezembro em Malta[28] e foi encerrada em 17 de janeiro 2024.[29] As filmagens também ocorreram em South Downs, em Devil's Dyke, Sussex, em junho de 2024.[30]
Lançamento
editarGladiador II foi lançado em 22 de novembro de 2024 nos Estados Unidos.[31]
Trilha sonora
editarEm janeiro de 2024, foi relatado que Harry Gregson-Williams estava compondo a trilha sonora do filme, substituindo Hans Zimmer e Lisa Gerrard, que compuseram a trilha sonora do primeiro filme.[32] Zimmer decidiu não retornar porque não queria repetir seu trabalho do primeiro filme. Em uma entrevista com Curzon, disse que o filme estava "em boas mãos" com Gregson-Williams, que começou sua carreira como assistente de Zimmer.[33]
Recepção
editarCrítica
editarNo site agregador de críticas Rotten Tomatoes, 71% das 380 resenhas dos críticos são positivas, com uma classificação média de 6,4/10. O consenso do site diz: "Ecoando seu antecessor, mas com mais sangue e exagero, Gladiador II é uma extravagância de ação que deriva muito de sua força e honra da atuação de Denzel Washington, que rouba a cena."[34] O Metacritic, que usa uma média ponderada, atribuiu ao filme uma pontuação de 64 em 100, baseado em 62 críticos, indicando críticas "geralmente favoráveis".[35] O público pesquisado pelo CinemaScore deu ao filme uma nota média de "B", em uma escala de A+ a F (abaixo do A do primeiro filme), enquanto aqueles pesquisados pelo PostTrak deram ao longa uma pontuação geral positiva de 77%, com 64% dizendo que "definitivamente o recomendariam".[36]
No geral, os críticos elogiaram a ação, as performances, a história e os visuais do filme, mas alguns argumentaram que "em termos de enredo, é muito parecido com seu antecessor".[37] Similarmente, o Metacritic afirmou que "a maioria dos críticos também acha que o filme vive na sombra do original, mais emocional e, em última análise, superior".[38] As primeiras reações da primeira exibição do filme no Paramount Studios em Los Angeles, em 18 de outubro de 2024, foram positivas. Os críticos elogiaram a direção de Scott, as cenas de ação, as sequências de batalha e as atuações de Mescal e Washington, mencionando que Scott e Washington poderiam ser indicados ao Óscar, mas alguns sentiram que o filme não tinha um "impacto emocional" quando comparado ao filme original.[39][40][41] O crítico de cinema Scott Menzel considerou o filme o melhor de Scott desde The Martian (2015), um "grande, sangrento e incrível espetáculo de ação" que se baseia no legado do filme original.[39]
Autenticidade histórica
editarA precisão histórica do filme foi criticada por suas inúmeras divergências em relação aos fatos. Algumas imprecisões incluem o cerco de uma cidade númida por trirremes romanas e a presença de tubarões em uma naumaquia no Coliseu de Roma.[42] A Numídia já fazia parte do Império Romano há cerca de 250 anos durante o reinado de Caracala.[43] A historiadora Shadi Bartsch, da Universidade de Chicago, descreveu o filme como "total besteirol de Hollywood".[44] Ao mesmo tempo, babuínos e um rinoceronte mostrados na arena do Coliseu são historicamente atestados,[42] embora não haja registro de gladiadores montando rinocerontes.[45] O acadêmico Ray Laurence destacou que "a admiração antiga por aqueles que desafiam a morte como gladiadores é bem apresentada pelo filme" e que "a cultura dos gladiadores é bem representada com um médico dos gladiadores."[42]
Antes da batalha naval encenada no Coliseu, o anunciante afirma que os gladiadores reencenariam a Batalha de Salamina entre os Troianos e os Persas. Na realidade, a Batalha de Salamina foi travada em 480 a.C. entre as cidades-estado gregas e os Persas, sem envolvimento troiano.[46]
O Macrino da vida real foi um prefeito pretoriano de ascendência berbere do Norte da África (não de descendência subsaariana) que se tornou imperador romano em 217 d.C., após conspirar contra Caracala e tê-lo assassinado.[47][48] Ele não era escravo de Marco Aurélio e nunca treinou gladiadores.[49] Em entrevista ao The Times, quando questionado sobre a adaptação historicamente imprecisa de Macrino como um homem negro no filme, Denzel Washington reconheceu que o verdadeiro Macrino não era negro.[50]
Os imperadores Geta e Caracala não eram gêmeos. Lúcio Vero foi imperador romano de 161 d.C. até sua morte em 169 d.C., ao lado de seu irmão adotivo Marco Aurélio.[51] A personagem de Lucilla também é baseada em uma figura histórica real. A Lucilla da vida real era filha de Marco Aurélio e esposa de Lúcio Vero. Um de seus filhos foi chamado Lúcio Vero.[45]
Não há registro histórico de um general romano chamado Marcus Acacius.[45] Os coimperadores romanos Geta e Caracala eram de ascendência mista itálica, árabe e púnica norte-africana, mas os atores que os interpretaram não compartilham essas origens.[52]
Referências
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Ligações externas
editar- Gladiador II. no IMDb.