Gronelândia

território autónomo do Reino da Dinamarca na América do Norte
(Redirecionado de Groelândia)

A Groenlândia (português brasileiro) ou Gronelândia (português europeu) (em gronelandês: Kalaallit Nunaat, "nossa terra"; em dinamarquês: Grønland, "terra verde") é uma região autónoma do Reino da Dinamarca. O seu território ocupa a ilha com o mesmo nome, considerada a maior do mundo, além de diversas ilhas vizinhas, ao largo da costa nordeste da América do Norte.[5][6][7][8]
As suas costas são banhadas a norte pelo oceano Glacial Ártico, a leste pelo mar da Gronelândia, a leste e sul pelo oceano Atlântico e a oeste pelo mar do Labrador e pela baía de Baffin. A terra mais próxima é a ilha Ellesmere, a mais setentrional das ilhas do Arquipélago Ártico Canadiano, da qual está separada pelo estreito de Nares. Outros territórios próximos são: no mesmo arquipélago canadiano, a oeste, a ilha de Devon e a ilha de Baffin; a sudeste a Islândia; a leste a ilha de Jan Mayen e a nordeste o arquipélago de Esvalbarda, ambos possessões da Noruega.[9][10]

Groenlândia / Gronelândia
Kalaallit Nunaat (gronelandês)
Grønland (dinamarquês)
Bandeira da Gronelândia
Bandeira da Gronelândia
Brasão da Gronelândia
Brasão da Gronelândia
Bandeira Brasão
Hino nacional: Nunarput utoqqarsuanngoravit nuna asiilasooq
("Tu, Nossa Antiga Terra")
Gentílico: gronelandês (pt) ou groenlandês (br)

Localização de Gronelândia / Groenlândia
Localização de Gronelândia / Groenlândia

Capital Nuuk
64°10′N 51°44′W
71,7069 -42,6043
Cidade mais populosa Nuuk
Língua oficial Groenlandês¹
Religião oficial Luteranismo
Governo Região autónoma da Dinamarca; Democracia parlamentar no contexto de uma monarquia constitucional
• Rei Frederico X
• Alta Comissária Julie Præst Wilche
• Primeiro-ministro Múte Bourup Egede
• Presidente do Parlamento Vivian Motzfeldt
Autonomia da Dinamarca
• Desde 1 de maio de 1979
• Autogoverno 21 de junho de 2009
Área
  • Total 2 166 086 km² (12.º)
 Fronteira Fronteira marítima com a Região de Qikiqtaaluk, Nunavut (Canadá) e com a Islândia no Oceano Atlântico Norte
População
 • Estimativa para 2015 56 898[1] hab. (186.º)
 • Densidade 0,026 hab./km² (241.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 • Total US$ 1,268 bilhões (2009)(n/a.º)
 • Per capita US$ 22 507,89 (2009) (n/a.º)
IDH (2013) 0,803[2] (n/a.º) – muito alto
Moeda Coroa dinamarquesa (DKK)
Fuso horário GMT -2 (UTC0 a -4)
Cód. ISO NA
Cód. Internet .gl
Cód. telef. +299
Website governamental naalakkersuisut.gl
1. O groenlandês é a única língua oficial da Gronelândia desde 2009.[3][4]

História

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 Ver artigo principal: História da Gronelândia

Em tempos pré-históricos, a Gronelândia foi a residência de um certo número de culturas paleoesquimós. A partir de 984 d.C., foi colonizada por noruegueses estabelecidos em dois assentamentos na costa oeste sobre os fiordes perto da ponta sudoeste da ilha. Eles prosperaram durante alguns séculos, mas, após quase quinhentos anos de habitação, desapareceram por volta do século XV.[11]

Os dados indicam que, entre 800 e 1300 d.C., as regiões em torno dos fiordes do sul da Gronelândia enfrentaram um clima relativamente ameno em comparação com o de hoje. Árvores e plantas herbáceas cresciam lá, com o clima inicialmente permitindo agricultura e criação de gado como na Noruega. Estas comunidades remotas prosperaram na agricultura, caça e comércio com a Noruega. Quando os reis noruegueses converteram seus domínios ao cristianismo, um bispo foi instalado na Gronelândia, subordinado à Arquidiocese de Nidaros (à época parte da Igreja Católica, hoje parte da Igreja Luterana da Noruega). Os assentamentos parecem ter coexistido relativamente pacificamente com os inuítes, que haviam migrado do sul do Ártico para as ilhas da América do Norte por volta de 1200. Em 1261, a Gronelândia tornou-se parte do Reino da Noruega.

Por volta dos séculos XIV e XV, os assentamentos escandinavos desapareceram, provavelmente devido à fome e conflitos crescentes com os inuítes. Outros motivos como a erosão excessiva do solo, devido à destruição da vegetação natural para a agricultura e a obtenção de relva e madeira e a uma diminuição da temperatura durante a chamada Pequena Era Glacial também favoreceram o desaparecimento dos assentamentos. A condição dos ossos humanos encontrados por arqueólogos a partir deste período indica que a população norueguesa era desnutrida. Sugeriu-se[quem?] que as práticas culturais, tais como a rejeição de peixes como fonte de alimento e a utilização exclusiva de gado mal-adaptado ao clima da Gronelândia, poderiam ter causado a fome, e a degradação ambiental levou finalmente ao abandono da colônia. Estudos deixaram claro,[carece de fontes?] porém, que o peixe era importante fonte de alimento para os noruegueses da Gronelândia desde o início do século XIV.

Em 1500, o rei D. Manuel I de Portugal enviou Gaspar Corte Real à descoberta de terras e de uma "Passagem do Noroeste para a Ásia". Corte Real chegou à Gronelândia pensando ser a Ásia, mas não desembarcou. Fez uma segunda viagem à Gronelândia em 1501, com o seu irmão Miguel Corte Real e três caravelas. Encontrando o mar gelado, mudaram a rota e rumaram para Sul, chegando à terra que se pensaram ter sido Labrador e Terra Nova.[12]

Dinamarca-Noruega reafirmou a sua reivindicação latente para a colônia em 1721. Após as Guerras Napoleônicas, separou-se a Noruega da Dinamarca por exigência do Congresso de Viena, através daquele que ficou conhecido como Tratado de Kiel (1814). A Noruega uniu-se então à Suécia, situação que perduraria até 1905. A Dinamarca manteve as colônias da Islândia, ilhas Feroé e Gronelândia. Governou também a Índia Dinamarquesa (Tranquebar) de 1620 a 1869, a Costa do Ouro Dinamarquesa (Gana) de 1658 a 1850 e as Índias Ocidentais Dinamarquesas (atuais ilhas Virgens Americanas) de 1671 a 1917.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a ligação entre Gronelândia e Dinamarca foi interrompida em 9 de abril de 1940, por ocasião da ocupação da Dinamarca pelas tropas da Alemanha Nazi. A Gronelândia foi capaz de comprar mercadorias provenientes dos Estados Unidos e do Canadá, através da venda de criolita da mina de Ivigtût. Durante a guerra o sistema de governo mudou. O governador Eske Brun governou a ilha através de uma lei de 1925 que permitia a governadores assumir o controle sob circunstâncias extremas. O outro governador, Aksel Svane, foi transferido para os Estados Unidos, para liderar uma comissão de abastecimento da Gronelândia. A Sirius Patrol, guardando a costa nordeste da Gronelândia usando trenós puxados por cachorros, detetou e destruiu várias estações meteorológicas alemãs, dando à Dinamarca uma posição melhor no tumulto pós-guerra.

A Gronelândia foi uma sociedade protegida e muito isolada até 1940. O governo dinamarquês, que governava a sua colônia, acreditava que a sociedade iria enfrentar exploração do mundo exterior ou até mesmo extinção se o país fosse aberto. Porém, durante a Segunda Guerra Mundial, a Gronelândia desenvolveu um senso de autoconfiança através do seu autogoverno e comunicação independente com o mundo exterior.

Entretanto, uma comissão em 1946 (com o maior conselho Gronelandês, o Landsrådet, como participante) recomendou paciência e nenhuma reforma radical do sistema. Dois anos mais tarde o primeiro passo em direção à mudança de governo foi dado, quando uma grande comissão foi fundada. Em 1950 o relatório (G-50) foi apresentado. A Gronelândia deveria ser uma afluente sociedade moderna com a Dinamarca como patrono e exemplo. Em 1953, a Gronelândia foi feita parte do reino dinamarquês. A autonomia foi concedida em 1979. A Gronelândia possui grupos que almejam sua independência.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Gronelândia se separou de fato, tanto social como economicamente, da Dinamarca, aproximando-se mais dos Estados Unidos e Canadá. Depois da guerra, o controle da ilha voltou à Dinamarca, retirando-se seu status colonial, e, apesar da Gronelândia continuar sendo parte do Reino da Dinamarca, é autônoma desde 1979. A ilha foi o primeiro território que deixou a União Europeia, se bem que possua o status de estado associado.

Geografia

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 Ver artigo principal: Geografia da Gronelândia
 
Costa sudeste da Gronelândia

A Gronelândia é uma região autónoma dinamarquesa que ocupa a ilha do mesmo nome e ilhas adjacentes, ao largo da costa nordeste da América do Norte.

As costas gronelandesas dão, a norte, para o oceano Glacial Árctico, a leste para o mar da Gronelândia, a leste e sul para o oceano Atlântico e a oeste para o mar do Labrador e baía de Baffin. A terra mais próxima é a ilha Ellesmere, a mais setentrional das ilhas do Arquipélago Árctico Canadiano, da qual está separada pelo estreito de Nares. Outros territórios próximos são: no mesmo arquipélago do Canadá, a oeste, a ilha de Devon e a ilha de Baffin; a sueste, a Islândia; a leste, a ilha de Jan Mayen, e a nordeste o arquipélago de Spitzbergen, ambos possessões da Noruega.

A Gronelândia é a maior ilha do mundo e tem mais de 44 000 km de linha de costa. A população é escassa, confinada a pequenos povoados na costa. A ilha tem a segunda maior reserva de gelo do mundo, apenas ultrapassada pela Antártida.

A vegetação é em geral esparsa, com uma pequena zona de floresta no município de Nanortalik no extremo sul, perto do cabo Farvel. O vale Qinngua é notável por ser a única floresta natural da Gronelândia. Ele possui aproximadamente 15 km de norte a sul, terminando no lago Tasersuag.

O clima é ártico a subártico com verões frescos e invernos muito frios. O território é geralmente pouco montanhoso, existindo uma camada de gelo de declive gradual que cobre quase toda a ilha. A costa é maioritariamente rochosa e com falésias. O ponto de menor altitude é o nível do mar e o mais alto é o Gunnbjørn (3 700 m). O extremo norte da ilha é o cabo Morris Jesup, descoberto pelo almirante Robert Peary em 1909.

Uma nova expedição da Gronelândia descobriu uma porção de terra, com 30 m de largura, próxima a Oodaaq. A pequena ilha apareceu por conta de uma movimentação na camada de gelo do ártico. Ela tem um pequeno pico de 3 m de altura e é formada pelo acúmulo de lama e sedimentos que se desprenderam das geleiras.[13]

Demografia

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Mãe e filho inuítes (c. 1901)

A Gronelândia tem uma população de 57 564 (2008)[1] dos quais 88% são inuit ou mestiços de dinamarqueses e inuit. Os 12% restantes são de origem europeia, principalmente dinamarqueses. A maioria da população é luterana. Quase todos os groenlandeses vivem ao longo de fiordes, no sudoeste da ilha principal, que possuem um clima relativamente ameno.[14]

Religião

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religião porcentagem
Cristianismo
  
96,6%
Sem religião
  
2,2%
Religiões étnicas
  
0,7%
Outras religiões
  
0,5%

A principal religião é o cristianismo, praticado por 96,6% dos habitantes. O luteranismo é a maior denominação cristã praticada no território. 2,2% da população constituem-se por não religiosos, enquanto as religiões étnicas e outras religiões constituem 0,7% e 0,5% da população, respetivamente.

A parte bíblica do Novo Testamento foi traduzido para o gronelandês de 1766 a 1893. A primeira tradução da Bíblia inteira foi concluída em 1900. Uma nova tradução foi concluída em 2000.

Os habitantes da Gronelândia foram cristianizados pelos missionários noruegueses e dinamarqueses entre os séculos XVII e XIX. Ainda há missionários cristãos lá, principalmente dos movimentos carismáticos.

Língua

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 Ver artigo principal: Língua groenlandesa

O groenlandês é a língua oficial da Gronelândia. O dinamarquês é ensinado na escola a partir do primeiro ano como segunda língua, para a maior parte dos alunos. Hoje em dia há um uso crescente do inglês.[15]

Tanto o gronelandês quanto o dinamarquês foram utilizados em assuntos públicos desde o estabelecimento do governo autônomo em 1979, e a maioria da população fala ambas as línguas. O gronelandês, falado por cerca de 50 000 pessoas, algumas das quais são monolíngues, tornou-se a única língua oficial em junho de 2009.[16] Uma minoria dinamarquesa de migrantes sem ancestrais inuit falam o dinamarquês como sua primeira ou única língua, e o dinamarquês, que previamente era uma das línguas oficiais, permanecerá como uma língua de educação mais alta. O inglês é vastamente falado como um terceiro idioma.[17] A Gronelândia tem 100% de taxa de alfabetismo.[18]

O gronelandês é a língua mais popular da família de línguas esquimo-aleútes e possui mais falantes que todas as outras línguas da família juntas. Dentro da Gronelândia, três principais dialetos são reconhecidos: o dialeto do norte Inuktun ou Avanersuarmiutut falado por cerca de 1 000 pessoas na região de Qaanaaq, o gronelandês ocidental ou Kalaallisut que serve de padrão à língua oficial, e o dialeto do leste Tunumiit oraasiat ou Tunumiutut falado na parte oriental da Gronelândia.

Política

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 Ver artigo principal: Política da Gronelândia

O Chefe de Estado da Gronelândia é a rainha Margarida II da Dinamarca. Um alto-comissário representa a monarquia e o governo dinamarquês, nomeado por este último.

A Gronelândia conta com um parlamento (Inatsisartut) eleito de trinta e um membros. O Chefe de governo (Naalakkersuisut siulittaasuat) é o Primeiro-Ministro do governo regional (Naalakkersuisut), que costuma ser o líder do partido com maioria no parlamento.

Em 1985, a Gronelândia deixou a Comunidade Europeia, embora a Dinamarca continue a integrar aquela união.

Em 25 de novembro de 2008, os eleitores gronelandeses aprovaram, em referendo, uma ampliação da autonomia da ilha frente ao governo dinamarquês.

Subdivisões

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 Ver artigo principal: Subdivisões da Gronelândia

Administrativamente, a Gronelândia está dividida desde 2009 em quatro municípios: Kujalleq, Qaasuitsup, Qeqqata e Sermersooq.

Até 2009, a Gronelândia era composta por três condados (Amt): Kitaa/Vestgrønland (Gronelândia Ocidental), Tunu/Østgrønland (Gronelândia Oriental) e Avannaa/Nordgrønland (Gronelândia Setentrional).

Urbanização

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Economia

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 Ver artigo principal: Economia da Gronelândia

Recursos minerais (zinco, chumbo, minério de ferro, carvão, molibdénio, ouro, platina e urânio) são abundantes. A descoberta de petróleo, zinco e ouro, em 1994, promete mudar a economia, ainda bastante dependente da Dinamarca, que também responde por sua defesa e relações externas.

Uma pequena atividade industrial é desenvolvida, principalmente o processamento de peixes e crustáceos (camarão e alabote da Gronelândia); indústria de mineração de anortosito e rubi; produção de artesanato, couros e peles; indústria de conserva e pequenos estaleiros navais, além de produção de energia elétrica.

A caça de foca e baleias marca a vida dos habitantes do norte. A Gronelândia hoje é criticamente dependentes da pesca e do processamento e exportações de pescado, sendo que a indústria da pesca de camarões é de longe a mais rentável.

A agricultura é praticada em assentamentos rurais no município de Kujalleq em estufas e supre 10% do consumo local, sendo produtos principais: batata, maçã, morango, brócolis, couve-flor, repolho e cenoura.

A pecuária consiste principalmente na criação de ovinos, que fornecem 340 t de carne para consumo local e lã destinada a exportação. A estatal Neqi A/S é responsável pelos abates em Nassaq, município de Kujalleq. O rebanho de ovinos somava 19,5 mil cabeças em 2012. Há também criação de cavalos, bovinos e renas.

Apesar de uma promissora retomada das atividades de exploração de hidrocarbonetos e minerais, ainda serão necessários vários anos antes que a produção de hidrocarbonetos seja iniciada. Foi criada a companhia petrolífera estatal NUNAOIL a fim de estimular a indústria de hidrocarbonetos. Foram lançadas ações da empresa estatal Nunamineral na bolsa de valores de Copenhague, a fim de reunir os capitais necessários ao aumento da produção de ouro, iniciada em 2007.

A exploração de depósitos de rubi também começou em 2007. Registra-se também a prospecção de outros minerais (urânio, alumínio, níquel, platina, tungstênio, titânio e cobre). Em 2008, o governo da Gronelândia decidiu revigorar as atividades de mineração em Maarmorilik, com o objetivo de fornecer uma linha de vida econômica às comunidades da região de Uummannaq, mantendo aberto o relativamente novo Aeroporto de Qaarsut. Os recursos provenientes da exploração de recursos minerais fornecerão à Gronelândia um contrapeso aos subsídios de montante fixo da Dinamarca. As operações são realizadas pela Angel Mining PLC, empresa registrada no Reino Unido. A partir de abril de 2010, foi o alargamento da entrada da mina para os 300 m necessários (980'). A mina conta com reservas de zinco e minério de ferro que devem durar 50 anos.

O turismo é o único setor com maior potencial de crescimento a curto prazo mas é limitado, devido à curta temporada e aos custos elevados.

O setor público, incluindo empresas públicas e municípios, desempenha um papel predominante na economia da Gronelândia. Cerca de metade das receitas governamentais vêm de subsídios do governo dinamarquês — um importante complemento ao produto interno bruto (PIB). O PIB per capita é equivalente ao das economias mais pobres da Europa, ainda que o IDH seja elevadíssimo.

Infraestrutura

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Saúde

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A assistência médica na Gronelândia está condicionada pelas grandes distâncias entre os centros populacionais. Conta com hospitais nas maiores localidades e postos de enfermagem na maior parte das restantes localidades. O maior hospital está na capital Nuuk. Tanto a assistência médica como dentária e os medicamentos são gratuitos para todos. Existem igualmente computadores públicos para a telemedicina nas pequenas localidades com mais de 50 habitantes.[20][21]

Hospitais

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  • Dronning Ingridip Napparsimmavissua (Nuuk)
  • Qaqortoq Sygehus (Qaqortoq)

Transportes e comunicações

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Cães da Gronelândia com trenó

Dado a maior parte da ilha estar coberta por gelo e glaciares que chegam ao mar, e as distâncias entre as localidades serem enormes, não existem grandes estradas nem vias férreas, porem as principais cidades são urbanizadas, contam com transporte urbano feito por ônibus e a maioria das vias asfaltadas, havendo ainda pequenos trechos de estradas rurais ligando assentamentos e pequenos povoados, principalmente em Kujalleq. Há também algumas estradas asfaltadas ligando portos, aeroportos e cidades, como por exemplo a estrada que liga o porto de Umiarsualiviup Aqq a Kangerlussuaq e arredores e outra de Kangilinnguit ao assentamento abandonado de Ivittuut. A maior parte dos transportes de cargas e passageiros são feitos por avião, helicópteros e por barco, assim como por motos de neve e trenós puxados por cães.

Há 15 aeroportos, sendo 10 de pistas pavimentadas nas localidade de maior dimensão, havendo ligações por avião ou helicóptero. Os dois maiores aeroportos — com capacidade para receber grandes aviões — estão em Kangerlussuaq (na costa ocidental) e Narsarsuaq (na costa do sul). Uma companhia groenlandesa — a Air Greenland — assegura as ligações aéreas.
As ligações marítimas são efetuadas por algumas companhias de navegação, com destaque para a Arctic Umiaq Line e a Royal Arctic Line, entre os vários portos disponíveis — Ilulissat, Sisimiut, Nuuk, Qaqortoq, etc..

O porto parcialmente livre de gelo mais ao norte do país fica em Sisimiut.
Nos 150 km entre Sisimiut e Kangerlussuaq existe uma trilha de pedestres muito apreciada pelos turistas.[22]

Aeroportos

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Heliportos

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Portos

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Telefonia e Internet

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  • Telefonia Fixa: 18 900 linhas em uso (2012)
  • Telefonia Móvel: 59 455 números de celular em uso (2012)
  • Usuário da Internet: 36 mil usuários (62% da população em 2012)

Rádio e TV

A Greenland Broadcasting Company fornece serviços públicos de rádio e TV em toda a ilha, com uma estação de transmissão e uma série de repetidores; existem algumas estações de rádio e TV locais privadas; e Estão disponíveis retransmissões de rádio públicas dinamarquesas (2015).

Energia

A Usina Hidrelétrica Buksefjord é a primeira e maior hidrelétrica na Gronelândia. Foi construída por Nuuk-Kraft e é operada por Nukissiorfiit — empresa da Gronelândia energética nacional. A construção da usina foi aprovada pelo parlamento da Gronelândia em 1990. Foi encomendada em 1993 e hoje abastece Nuuk.

A Gronelândia vem passando pro um processo de migração para energia renovável. Em 2010, uma nova usina hidrelétrica de 15 MW foi inaugurada para abastecer Sisimiut, segunda maior cidade da ilha, com energia elétrica limpa. Antes disso, em 2007, ocorreu o comissionamento do sistema de comunicação e de controle para a usina hidrelétrica de 9 MW em Qorlortorsuaq Dam, no município de Kujalleq.

O mais recente desses projetos de energias renováveis é uma usina hidrelétrica de 22,5 MW para a cidade de Ilulissat, na costa oeste — a terceira maior comunidade na Gronelândia. A usina não é tripulada e está localizada em um fiorde isolado a 45 km de Ilulissat e substitui uma usina de energia existente acionada a diesel e irá fornecer eletricidade para a cidade e a rede de aquecimento local.

Como resultado destes e de outros projetos hidrelétricos, quase 70% da eletricidade da Gronelândia agora é gerada por energia hidrelétrica livre de emissões.

Cultura

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O Museu Nacional da Gronelândia (em gronelandês: Nunatta katersugaasivia allagaateqarfialu) é um museu localizado em Nuuk, capital da Gronelândia, que exibe a arte e história do país. Foi um dos primeiros museus estabelecidos no país, inaugurado no meio da década de 1960. O museu está estreitamente ligado com o Museu Nacional da Dinamarca, do qual expandiu as suas coleções. O museu tem muitos artefatos relacionados com arqueologia, história, arte, artesanato e também tem informações sobre ruínas, cemitérios, edifícios, etc. O museu possui um amplo e bem apresentado acervo com sessões que contam a história do país, mas que consequentemente refletem a história mundial, como por exemplo, a exibição que mostra as mudanças sociais que ocorreram na década de 1950, ou a rocha mais antiga do mundo (3 800 milhões de anos) que foi encontrada na região de Nuuk. O museu apresenta peças que remetem os tempos primários da humanidade, como por exemplo, réplicas de caiaques e barcos a remo que eram utilizados, principalmente, por mulheres. O destaque do museu são as múmias Qilakitsoq que datam do século XV. Foram encontradas por dois irmãos em 1972, porém, foram deixadas lá até 1977 quando o museu ouviu falar da história e as recuperou. As múmias são um trio de mulheres e uma criança de seis meses. Elas são expostas utilizando suas roupas de pele e botas tradicionais. Ainda não se sabe a razão de suas mortes.

O museu de arte de Nuuk (em dinamarquês: Nuuk Kunstmuseum) é um museu de arte em Nuuk. O museu é possui aproximadamente 650 m2, é localizado no bairro de Kissarneqqortuunnguaq, em Nuuk. O museu possui uma coleção vasta de itens coletados pelo empresário e empreiteiro Svend Junge e sua mulher, Helene. Ao todo, a coleção no museu conta com mais de 700 peças, contendo figuras em pedra sabão, marfim e madeira, gráficos, desenhos, aquarelas e pinturas. Além disso, em particular, o espaço contém uma coleção de mais de 150 pinturas, feitas com tinta a óleo e quadros de ouro de Emanuel A. Pedersen, penduradas pelas paredes.

Com relação à culinária da Gronelândia, destaque para seus ingredientes raros e exóticos. A comida tradicional é feita com os ingredientes locais preparados de maneira simples. Legumes e frutas são pouco comuns no cardápio diário, uma vez que, por serem importados, são muito caros. Especiarias não são muito utilizadas e os acompanhamentos são apenas arroz, batata e cebolas. Carne de baleia, carne de rena, carne de foca e aves são muito populares no país. Um prato clássico, uma sopa chamada suaasat, é feita, normalmente, com carne de foca (pode também ser feita com peixe, ave, carne de baleia ou renas). A sopa é rica e nutritiva e leva também arroz, cebolas e batatas. Sal e pimenta fazem o acabamento final. Outra guloseima muito apreciada é o mattak, que é pele de baleia com uma fina camada de gordura, que é normalmente comida crua cortada em pequenos cubos, sempre acompanhada com muitas xícaras de gaffi (café forte). A carne de rena é considerada uma fina iguaria.

A cultura popular dos nativos possui características bem peculiares. Groenlandeses acreditam que seus filhos nascem com uma personalidade completa e que são dotados com a sabedoria, instinto de sobrevivência, magia e inteligência de seus antepassados. Portanto, de acordo com esta perspectiva tradicional, punir as crianças por mau comportamento é um insulto aos seus antepassados.

A sociedade inuit, até hoje, dá normalmente mais valor aos meninos do que às meninas. As famílias, normalmente, são pequenas (em média dois filhos por casal) e o núcleo familiar é muito importante nas comunidades gronelandesas. Os grupos familiares consideram os recursos como propriedades comunitárias. Por exemplo, os alimentos obtidos através da caça e pesca, geralmente, são divididos igualmente entre os parentes do grupo familiar.[23]

Desportos

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O futebol é o desporto nacional, mas a sua federação não é reconhecida pela FIFA. Como a Gronelândia não é membro da FIFA ou de qualquer outra confederação continental, não está apta a participar da Copa do Mundo FIFA ou de quaisquer outros torneios oficiais; a maior parte dos jogos que disputou foram contra as Ilhas Faroe e a Islândia, porém nenhum dos dois países consideraram estas partidas como amistosos oficiais.[24]

Entre todas as federações internacionais desportivas, apenas a Federação Internacional de Handebol reconhece a Gronelândia como uma federação independente,[25] fazendo parte da Confederação Norte-Americana de Handebol, uma das três subdivisões da Federação Pan-Americana de Handebol.[26]

A equipe nacional masculina conseguiu se classificar para o Campeonato Mundial de Handebol nas edições de 2001,[27] 2003,[28] e 2007.[29]

Em 16 de junho de 2018, iniciou o Pan-Americano de Handebol Masculino em Nuuk. Foi a primeira vez que a Gronelândia sediou um campeonato continental de handebol dessa magnitude. Ao todo, 12 seleções entraram em quadra em busca do título e das três vagas, destinadas ao continente, ao Mundial da Alemanha-Dinamarca, em janeiro de 2019.

Foram sete dias de competição no frio do começo de verão groenlandês. A temperatura máxima no dia da estreia do Pan chegou a marca dos 8 °C. Além do frio, o idioma dificultou a vida dos atletas e torcedores/turistas. A língua oficial é o groenlandês e o dinamarquês, porém havia muitos voluntários que dominavam a língua inglesa para auxiliar os estrangeiros.

As 33 partidas da primeira fase mais as 10 da fase final e por posições no quadro geral foram disputadas na Godthåbhallen, principal centro esportivo de handebol e outros esportes de quadra da capital, que tem espaço para abrigar até mil torcedores.

A ilha também é membro da Associação Internacional dos Jogos das Ilhas, o que lhe dá direitos de participação nos bianuais Jogos das Ilhas;[30] e também nos Jogos de Inverno do Ártico. Em 2002, Nuuk sediou junto com Iqaluit, na província canadense de Nunavut a edição daquele ano.[31] A ilha ganhou, então, o troféu de "fair play" que também ganhara em 1994.[32]

Ver também

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Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
  Guia turístico no Wikivoyage
  Base de dados no Wikidata

Referências

  1. a b «CIA - The World Factbook - Greenland» 
  2. «Greenland (Denmark)». Appears to be simply Denmark's HDI published on the 1997 report. United Nations Environment Programme. 2 de março de 1998. Consultado em 26 de março de 2009 
  3. (em dinamarquês) TV 2 Nyhederne – "Grønland går over til selvstyre" TV 2 Nyhederne (TV 2 News) – Ved overgangen til selvstyre, er grønlandsk nu det officielle sprog. Acessado em 22 de janeiro de 2012.
  4. (em dinamarquês) Law of Greenlandic Selfrule Arquivado em 2012-02-08 no Wayback Machine (see chapter 7)
  5. «Groelândia - Embaixada da Dinamarca Brasil». web.archive.org. Consultado em 27 de abril de 2012. Arquivado do original em 13 de outubro de 2008 
  6. «Greenland in Figures 2017» (PDF) (em inglês). Statistics Greenland. Consultado em 12 de maio de 2018 
  7. «Grønland» (em dinamarquês). Den Store Danske Encyklopædi – Grande Enciclopédia Dinamarquesa. Consultado em 12 de maio de 2018 
  8. «Grønland» (em norueguês). Store norske leksikon - Grande Enciclopédia Norueguesa. Consultado em 12 de maio de 2018 
  9. «Oceano Glacial Ártico - Geografia». InfoEscola. Consultado em 25 de junho de 2021 
  10. «Groenlândia - História e Geografia». InfoEscola. Consultado em 25 de junho de 2021 
  11. «Invandrarland - koloni - hjemmestyre"». Grönland mer än isberg (em sueco). Estocolmo: Arena/Norden Föreningen. 2004. p. 29. 227 páginas. ISBN 9789185276776 
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