Grupo de cidadãos eleitores

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Um Grupo de Cidadãos Eleitores representa uma lista que é apresentada às eleições autárquicas de Portugal, podendo-se candidatar, em simultâneo, às câmaras e assembleias municipais, assim como assembleias de freguesia. Em alguns casos, como o "Porto, o Nosso Movimento", de Rui Moreira,[1] ou o "MAIS", de Sines, de Gonçalo Naves,[2] podem-se constituir como associações cívicas.

Rui Moreira, o primeiro presidente de câmara de um dos cinco concelhos mais populosos de Portugal a ser eleito através de um Grupo de Cidadãos Eleitores

As listas precisam de ser subscritas por "um número de cidadãos eleitores correspondente a 3% dos eleitores inscritos no respetivo recenseamento eleitoral", de acordo com a Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais. No entanto, tem em caso de candidaturas a assembleias de freguesia, o número de proponentes não pode ser inferior a 50, nem superior a 2 mil, assim como, para as câmaras e assembleias municipais com menos de mil eleitores, não pode ser subscrito por menos de 50 eleitores. No caso das candidaturas às câmaras e assembleias municipais com mil eleitores ou mais, não podem ter menos do que 250 nem mais de 4 mil proponentes.[3]

História

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Após a promulgação da Constituição portuguesa de 1976, e com a Lei Eleitoral para os órgãos das Autarquias Locais,[4] grupos de cidadãos eleitores eram permitidos participar nas eleições autárquicas, para a eleição das assembleias de freguesia. Participaram 466 listas de cidadãos, oscilando entre os 97,94% em Sobral do Campo, e os 0% em São Silvestre, Foz do Douro e Miragaia. Venceram em 82 freguesias, com 36 autarquias a terem duas listas concorrentes. Nalguns casos, como em Caires, Lapas, Mira de Aire, Ribeira Branca - excluindo os que apenas se apresentaram a eleição uma lista -, apenas concorreram grupos de cidadãos.[5]

Foi a partir da Revisão Constitucional de 1997 que passou a ser permitida a participação de grupos de cidadãos em todos os órgãos autárquicos, tendo, nas eleições autárquicas de 2001, saído vencedores três grupos de cidadãos eleitores (Alcanena, Penamacor, e Ponte de Lima),[6] com o número a ascender aos 19 em 2021.[7]

Devido ao sucesso de vários movimentos independentes (como o "Porto, o Nosso Movimento", de Rui Moreira, ou o Juntos pelo Povo, que se viria a tornar partido), foi criada a Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes, que pretende apoiar candidaturas de grupos de cidadãos a órgãos autárquicos.[8]

Exemplos

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Ligações externas

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Referências

  1. a b «Porto, o Nosso Movimento». Porto, o Nosso Movimento. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  2. a b «Movimento MAIS apresentou a nova imagem pública e confirmou a candidatura a todos os órgãos autárquicosacessodata=2024-12-22». Rádio Sines 
  3. «Lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais» (PDF). Comissão Nacional de Eleições. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  4. «Lei Eleitoral para os Orgãos das Autarquias Locais» (PDF). Comissão Nacional de Eleições. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  5. «Eleições Autárquicas 1976». www.cne.pt. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  6. «Eleições Autárquicas 2001». www.cne.pt. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  7. «Eleições Autárquicas 2021 | Comissão Nacional de Eleições». www.cne.pt. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  8. «Associação Nacional de Movimentos Autárquicos Independentes». www.amai.pt. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  9. «Inovar Oeiras – Associação INOV – Inovar Oeiras». Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  10. Lusa, Agência. «Tribunal Constitucional valida candidatura de Santana Lopes à Figueira da Foz». Observador.pt. Consultado em 22 de dezembro de 2024 
  11. Almeida, João Alves e (13 de setembro de 2024). «Elvas: Movimento reuniu em plenário». Linhas de Elvas/Norte Alentejo. Consultado em 22 de dezembro de 2024