Grupo do Extremo Leste
O Grupo do Extremo Leste consistiu num grupo de homens da Expedição Antártica Australasiática (1911-14), que investigou as regiões costeiras inexploradas da Antárctida a oeste do cabo Adare. Liderado pelo comandante de expedição Douglas Mawson, o grupo tinha como objectivo explorar a área mais a leste da sua base principal na Terra Adélia, num percurso com cerca de 500 milhas (800 km) em direcção à Terra de Vitória. Acompanhando Mawson estavam Belgrave Edward Sutton Ninnis, um tenente dos Royal Fusiliers, e o especialista suíço em esqui Xavier Mertz; o grupo utilizou cães de trenó para aumentar sua velocidade através do gelo. Inicialmente, fizeram um bom progresso, atravessando dois grandes glaciares na sua rota de sul para leste.
A 14 de Dezembro de 1912, com o grupo a mais de 311 milhas (501 km) da segurança da base principal em cabo Denison, Ninnis e o seu trenó caíram numa fenda na neve provocado a morte do tenente. Com os suprimentos gravemente comprometidos, Mawson e Mertz mudaram de direcção para o oeste, e começaram a matar os cães remanescentes para obter alimentos para complementar as suas escassas rações. Ao atravessarem o primeiro glaciar na viagem de regresso, Mertz ficou doente, dificultando o progresso. Depois de quase uma semana de pouco progresso, Mertz morreu, deixando Mawson sozinho.
Durante quase um mês, Mawson puxou o seu trenó pela Antárctida, atravessando o segundo glaciar, apesar de uma doença que o enfraqueceu. Mawson alcançou a segurança relativa de Aladdin's Cave - um depósito de alimentos a 8,5 km (8,9 km) da base principal - em 1 de Fevereiro de 1913, ficando, no entanto, preso ali por uma semana devido a uma forte tempestade de neve no exterior. Como resultado, perdeu o navio de volta para a Austrália; o SY Aurora tinha partido no dia 8 de Fevereiro, algumas horas antes de regressar ao cabo Denison, depois de ter esperado mais de três semanas. Juntamente com um grupo de resgate, Mawson permaneceu em cabo Denison até o Aurora regressar no Verão seguinte, em Dezembro de 1913.
As causas da morte de Mertz e da doença relacionada com Mawson continuam incertas; um estudo de 1969 sugeriu hipervitaminose A, presumivelmente causado pelos fígados dos Huskies da Gronelândia que os homens comeram, e que agora se sabe serem anormalmente elevado em vitamina A. Embora esta seja considerada a teoria mais provável, outras opiniões sugerem exposição prolongada ao frio ou stress psicológico. Em 1976, o explorador e montanhista Sir Edmund Hillary considerou a viagem de um mês de Mawson como "provavelmente a maior história de sobrevivência solitária na exploração polar".[1]
Notas
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Far Eastern Party», especificamente desta versão.
Referências
- ↑ Edmund Hillary (1976) in Bickel (2000), p. x
Bibliografia
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- Bickel, Lennard (2000) [1977], Mawson's Will: The Greatest Polar Survival Story Ever Written, ISBN 978-1-58642-000-0, Hanover, New Hampshire: Steerforth Press
- Carrington-Smith, Denise (5–19 de Dezembro de 2005), «Mawson and Mertz: a re-evaluation of their ill-fated mapping journey during the 1911–1914 Australasian Antarctic Expedition», The Medical Journal of Australia, 183 (11/12): 638–641, PMID 16336159
- Hall, Lincoln; Scanlan, Barbara (research) (2000), Douglas Mawson: The Life of an Explorer, ISBN 978-1-86436-670-9, Sydney: New Holland
- Mawson, Douglas (1915), The Home of the Blizzard: the story of the Australasian Antarctic Expedition, 1911–1914, London: William Heinemann
- Mawson, Douglas (1996) [1915], The Home of the Blizzard: the story of the Australasian Antarctic Expedition, 1911–1914, ISBN 978-1-86254-377-5, Kent Town, South Australia: Wakefield Press
- Mawson, Douglas (1988), Jacka, Fred; Jacka, Eleanor, eds., Mawson's Antarctic diaries, ISBN 978-0-04-320209-8, North Sydney: Allen & Unwin
- Mill, Hugh Robert (Maio de 1915), «The Australian Antarctic Expedition», The Geographical Journal, 45 (5): 419–426, doi:10.2307/1779731
- Riffenburgh, Beau (2009) [2008], Racing with death: Douglas Mawson—Antarctic Explorer, ISBN 978-0-7475-9671-4, London, New York and Berlin: Bloomsbury Publishing