HeHalutz
HeHalutz ou HeChalutz (em hebraico: הֶחָלוּץ, "O Pioneiro") foi um movimento juvenil judeu que treinou jovens para assentamentos agrícolas na Terra de Israel. Tornou-se uma organização guarda-chuva para os primeiros movimentos juvenis sionistas.
História
editarAntes da Primeira Guerra Mundial (1905-1914)
editarO HeHalutz foi fundado por Eliezer Joffe nos Estados Unidos em 1905, e quase ao mesmo tempo na Rússia.[1]
Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
editarDurante a Primeira Guerra Mundial, filiais do HeHalutz foram abertas em toda a Europa (incluindo a Rússia), América e Canadá. Os líderes da organização incluíam Yitzhak Ben-Zvi (mais tarde o segundo presidente do Estado de Israel), e David Ben-Gurion (mais tarde o primeiro primeiro-ministro de Israel) nos Estados Unidos, e Joseph Trumpeldor na Rússia.
Ben-Gurion vivia em Jerusalém no início da Primeira Guerra Mundial, onde ele e Ben-Zvi recrutaram quarenta judeus em uma milícia judaica para ajudar o exército otomano. Apesar disso, foi deportado para o Egito em março de 1915. De lá seguiu para os Estados Unidos, onde permaneceu por três anos. À sua chegada, ele e Ben-Zvi fizeram um tour por 35 cidades na tentativa de formar um "exército pioneiro" HeHalutz de 10.000 homens para lutar ao lado da Turquia.[2] Eles conseguiram recrutar 63 voluntários. Após a Declaração Balfour de novembro de 1917, a situação mudou dramaticamente e Ben-Gurion, tendo em mente o interesse do sionismo, mudou de lado e juntou-se à recém-formada Legião Judaica do Exército Britânico, partindo para combater os turcos na Palestina.
Entreguerras (1918-1939)
editarNo seu auge, entre 1930 e 1935, a HeHalutz operou em 25 países na Europa, Norte da África, Oriente Médio e Norte da América do Sul.
América do Norte
editarEm 1932-1934, Golda Meir, mais tarde primeira-ministra de Israel, foi secretária do capítulo feminino do HeHalutz nos Estados Unidos.[3]
Em 1932, a organização estabeleceu sede em Nova York e vinte filiais em cidades e vilas nos Estados Unidos e Canadá. Fazendas foram então estabelecidas para treinar membros para o trabalho agrícola na Palestina. Tais fazendas operavam em Cream Ridge e Hightstown, Nova Jersey; Poughkeepsie, Nova Iorque; Smithville, Ontário; e Colton, Califórnia.[4]
Alemanha
editarEm 1933, depois que os judeus foram expulsos do mercado de trabalho na Alemanha nazista, as fazendas HeHalutz tornaram-se a principal estrutura para a formação profissional e preparação para a emigração.[5]
1939
editarÀs vésperas da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o HeHalutz contava com 100 mil membros em todo o mundo, com aproximadamente 60 mil já tendo emigrado (aliá) para o Mandato da Palestina, e com 16 mil membros em centros de treinamento (hakhsharot) para a vida pioneira na Terra de Israel.[6]
Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
editarDurante a guerra e a ocupação alemã, os judeus em alguns guetos da Europa estabeleceram unidades HeHalutz, como no Gueto Šiauliai da Lituânia.[7]
Depois da Segunda Guerra Mundial
editarNa década de 1950, o HeHalutz "foi absorvido pelo Hashomer Hatzair, que sempre manteve um grande grau de autonomia. Entretanto, a Organização He-Halutz da América ainda existe."[8]
Referências
- ↑ Ritov & Slutsky 2007, p. 756-761.
- ↑ Teveth 1985, p. 25-26.
- ↑ Golda Meir
- ↑ Jewish Virtual Library: HeHalutz
- ↑ Lavsky 1996.
- ↑ Resistance in the Smaller Ghettos of Eastern Europe, United States Holocaust Memorial Museum
- ↑ «The Shavli Ghetto». Association of Lithuanian Jews in Israel. Consultado em 27 de abril de 2012. Arquivado do original em 30 de setembro de 2013
- ↑ Jewish Virtual Library: HeHalutz
Bibliografia
editar- Lavsky, Hagit (1996). Before Catastrophe: The Distinctive Path of German Zionism (em inglês). [S.l.]: Wayne State University Press. 292 páginas. ISBN 9780814326732
- Ritov, Israel; Slutsky, Yehuda (2007). «He-Ḥalutz». In: Michael Berenbaum and Fred Skolnik. Encyclopaedia Judaica. 8 2 ed. Detroit: Macmillan Reference USA
- Teveth, Shabtai (1985). Ben-Gurion and the Palestinian Arabs: From Peace to War (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0-19-503562-3
- Este artigo incorpora texto do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos e foi publicado sob a GFDL .