Hierarquia do candomblé
Hierarquia no Culto de Ifá
editar- Babalaô ou Ianifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá.
Após duas iniciações ("Mãos"), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o babalaô recebe o direito de utilizar o opelé-ifá (ou Rosário de Ifá) e os iquins (sementes de dendezeiro). O merindilogum (Jogo de búzios) é franqueado somente aos Obaoriates e os Auofacãs (Aqueles que receberam a "primeira mão")são chamados também de Oluós. Às Iapetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) usam o jogo de búzios chamados Ekuró. As omoifás também usam. Os Babaifás, que são da rama brasileira, onde as cores são o azul claro e branco.
Hierarquia no culto aos egunguns
editarMasculinos:
- Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alabás),
- Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro),
- Ojê (iniciado com ritos completos),
- Ojê agbá (ojê ancião),
- Atocum (ojê que guia de Egum),
- Amuixã (iniciado com ritos incompletos),
- Alabê (tocador de atabaque).
Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.
Femininos:
- Ialodê (responde pelo grupo feminino perante os homens), [1]
- Iá egbé (líder de todas as mulheres),
- Iá monde (comanda as ató e fala com os Babá),
- Iá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora),
- Iá agã (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).
Outros oiê: Ialé Alabá, Iaquequerê, Iá Monioiô, Iá Elemaxó, Iamorô.
- Açobá Supremo sacerdote do culto de Obaluaiê
- Babalossaim: Responsável pela colheita das folhas.
Hierarquia no candomblé Queto
editar- Iá / Babá: significado das palavras iá do iorubá significa mãe, babá significa pai.
- Ialorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
- Iaquequerê (mulher): mãe-pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Babaquequerê (homem): pai-pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Ialaxé ou Babalaxé: Mãe(pai) do axé, também sacerdote (a)do axé ou da comunidade e responsável por distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
- Alabá: Cargo masculino, chefe dos Oiês. Em algumas casas é também chamado de Ogã. Pode desempenhar diversas tarefas de cunho espiritual e civil e não entra em transe.
- Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro de Xangô.
- Tojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos do Rei.
- Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
- Agibonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
- Iamorô: Responsável pelo Ipadê de Exu.
- Iaefum ou Babaefum: Responsável pela pintura branca das Iaôs.
- Iadagã e Ossidagã: Auxiliam a Iamorô.
- Axogum: Sacerdote responsável pelo sacrifício dos animais. Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode assumir outro cargo, ja que axogum é um ogã.
- Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô.
- Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxóssi.
- Iabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
- Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
- Iatebexê: Mulher Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
- Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
- Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogum, depois Odé e Obaluaiê.
- Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oiá.
- Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala.
- Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do axé.
- Pejigã: O responsável pelos axés da casa, do terreiro.
- Alabê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro axé chegar ao terreiro, o Alabê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Queto, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogãs como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrou, Arrontodé, etc.
- Ebomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
- Ogã: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
- Ajoiê ou equede: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de equedes. No Terreiro do Gantois, de "Iarobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "equede" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
- Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um ebomi.
- Abiã: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
- Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do ebê (similar a relações públicas).
- Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogum
- Apokan responsável pelo culto de Oluaiê e o Olubajé
Hierarquia do candomblé Jeje
editarOs vodunces da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Caviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
No Jeje-Maí
- Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sobô
- Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos gaiacú e Mejitó. similar à Ialorixá
No Jeje-Mina Casa das Minas
- Toivoduno
- Noche
Os cargos de Ogã na nação Jeje são assim classificados: Pejigã que é o primeiro Ogã da casa Jeje. A palavra Pejigã quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.
Hierarquia do Candomblé Banto
editarTítulos Hierárquicos Banto, Angola, Congo
- Tata-de-inquice - Zelador.
- mameto-de-inquice - Zeladora.
- Tata Ndenge - pai-pequeno.
- Mametu Ndenge - mãe-pequena (há quem chame de Cota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
- Tata Inganga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
- Kambondos - Ogãs.
- Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
- Tata Kivanda - Ogã responsável pelas imolações (mesmo que axogum).
- Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
- Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
- Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de preferência ser uma senhora de idade e que não menstrue mais.
- Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
- Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
- Tata Inganga Muzambo - babalaô - pessoa preparada para jogar búzios.
- Kutala - Herdeiro da casa.
- Mona inquice - Filho de santo.
- Mona muatu uá inquice - Filha de santo (mulher).
- Mona diala uá inquice - Filho de santo(homem).
- Tata numbi - Não rodante que trata de babá Egum (Ojé).
Sacerdotes na África
editarBanto (Angola-Congo).
Cubama | adivinhador de 1a categoria |
Tabi | adivinhador de 2a categoria |
Inganga-a-ingombo | adivinhador de 3a categoria |
Quimbanda | feiticeiro ou curandeiro |
Inganga-a-muquixi | sacerdote do culto de possessão (Angola) |
Niganga-a-inquice | sacerdote do culto de possessão (Congo) |
Mucua-umbanda | sacerdote do culto de possessão (Angola-Congo) |
Divisão Sacerdotais no Brasil
editarAngola - língua quimbundo - Congo - língua quicongo
- Mam’etu ria mukixi......sacerdotisa no Angola.
- Tat’etu ria mukixi......sacerdote no Angola.
- Nengua-a-inquice..........sacerdotisa no Congo.
- Inganga-a-inquice.........sacerdote no Congo.
- Mam’etu ndenge..........mãe-pequena no Angola.
- Tat’etu ndenge..........Pai-pequeno no Angola.
- Nengua ndumba...........mãe-pequena no Congo.
- Inganga dumba...........pai-pequeno no Congo.
- Kambundo ou Kambondo....todos os homens confirmados.
- Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro.
- Tat'a Ngunzo............responsável pelo ngunzo (axé) da casa. E segredos dos orôs.
- Kisaba.................pai das sagradas folhas.
- Tata utala..............pai do altar.
- Kivonda.................Sacrificador de animais (Congo).
- Kambondo poko...........sacrificador de animais (Angola).
- Kuxika ia ngombe........Tocador (Congo).
- Muxiki..................tocador( Angola).
- Njimbidi................cantador.
- Kambondo mabaia.........responsável pelo barracão.
- Kota....................todas as mulheres confirmadas.
- Kota mbakisi............responsável pelas divindades.
- Hongolo matona..........especialista nas pinturas corporais.
- Kota ambelai............toma conta e atende aos iniciados.
- Kota kididi............toma conta de tudo e mantém a paz.
- Kota rifula.............responsável em preparar as comidas sagradas.
- Mosoioio................as (os) mais antigas.
- Kota manganza............título alcançado após a obrigação de 7 anos.
- Manganza.................título dado aos iniciados.
- Uandumba................designa a pessoa durante a fase iniciatória.
- Ndumbe..................designa a pessoa não iniciada.
Referências
bibliografia
editar- «Ialodê». Michaelis
- Faraimará, o caçador traz alegria: Mãe Stella, 60 anos de iniciação, Raul Giovanni da Motta Lody, Stella (de Oxóssi, Mãe.), Pallas, 1999
- Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira, Marco Aurélio Luz, Editora da Universidade Federal da Bahia, 2000
- A familia de santo nos canbombles Jejes-Nagos de Bahia, Vivaldo da Costa Lima, Bahia, 2003
- Diáspora africana Por Nei Lopes
- História e ritual da nação jeje na Bahia, Luis Nicolau Parés, Editora Unicamp, 2006
- Candomblé: agora é Angola Por Ivete Miranda Previtall
- Ancestralidade Africana no Brasil: Mestre Didi, 80 anos, Juana Elbein dos Santos, SECNEB, Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil, 1997
- Um vento sagrado: história de vida de um adivinho da tradição nagô-kêtu ... Por Muniz Sodré, Luís Filipe de Lima, 1942
- O candomblé da Bahia: (rito nagô), Roger Bastide, Companhia Editora Nacional/MEC, 1978