Hybodus acutus
A espécie Hybodus acutus [nota 1]foi originalmente erigida por Louis Agassiz a partir de um único fragmento de espinho dorsal pertencente, ao tempo, à colecção de Sir Phil. Egerton. O espécime foi recolhido nas argilas do Jurássico Superior de Kimmeridge, mais precisamente na colina de Shotover, perto de Oxford.
Hybodus acutus | |
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Ocorrência: 160–145 Ma | |
Estado de conservação | |
Extinta | |
Classificação científica | |
Nome binomial | |
†Hybodus acutus Agassiz, 1837[nota 2] |
Caracterização e diagnose
editarSegundo o autor, este fragmento de espinho tem forma um pouco comprimida em corte de secção, arestas bem salientes, isto para além dos distintos dentículos comprimidos no seu bordo posterior, os quais são arqueados e dispostos em duas fileiras que de tão aproximadas se confundem em vista lateral, os dentículos aparentam estar bastante mais juntos do que estão na verdade sendo o intervalo existente entre dois dentículos da mesma fileira correspondente à largura da base de cada um vezes três.[2]
O espécime sujeito a estudo fazia parte, aquando a sua publicação, do catálogo[3][4] da colecção de Lord Cole e Sir Philip Grey Egerton, sendo este Membro da prestigiada Royal Sociaty(MRS). Posteriormente esta colecção foi transferida para o British Museum of Natural History.
Espinhos com estas características foram também reportados, mas não figurados, no Jurássico superior de França em Buolonnais por H.E.Sauvage,[5] que os associou a dentes encontrados no mesmo local, estes não ilustrados, referindo-se a estes e no que toca aos das fileiras anteriores da boca ,como tendo uma cúspide central elevada, com estrias na base que quase atingem o seu ápice, já nos dentes posteriores assinal a presença de cúspides acessórias e até de uma "anterior", afirmando que a cúspide central seria menos esquia e mais romba.[6] Este mesmo autor refere no virar do século, mas agora no Jurássico superior de Fumel (Lot-et-Garonne), um espinho que atribuiu a Hybodus acutus, limitando-se a assinalar inicialmente a sua presença,
[7] mas que num trabalho posterior, e voltando a esta ocorrência, o descreveu com maior detalhe, isto além de atribuir à mesma espécie dentes achados em associação que também caracterizou e ilustrou[8]
Ainda em França Gustave Lennier, descreveu três outros exemplares recolhidos no Cap de la Héve (Le Havre) localidade Bléville.
[9]
Já na Alemanha, e ainda no sec.XIX, Karl Frikle descreveu e ilustrou um espinho dorsal de 15,5 cm do jurássico superior de Hannover que atribuiu a esta mesma espécie.
[10]
Localização de ocorrências
editarHybodus acutus tem uma distribuição restrita à Europa e aparentemente unicamente ao Período/Época Jurássico Superior
Período/Época | Formação | Localidade | País | Continente |
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Jurássico Superior | Kimmeridge clay | Kimmeridge | Inglaterra | Europa |
?Formation | Fumel | França | Europa | |
?Formation | Boulonnais | França | Europa | |
?Formation | Bléville | França | Europa | |
?Formation | Hannover | Alemanha | Europa |
Espécimes em Instituições
editarBritish Museum of Natural History e Museum national d'Histoire naturelle of France:
PV P 489 |
PV P 2157 |
PV P 2157a |
PV P 6157a |
PV P 6157d |
PV OR 41400 |
PV OR 40460 |
PV OR 46461 |
F.JRE70 |
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Status
editarA esta data e apesar da descrição estar unicamente apoiada em material escasso e fragmentário, sendo muito raramente citado na literatura mais actual, esta espécie é ainda considerada válida, aguardando-se no entanto uma profunda revisão de todo o género Hybodus que neste momento engloba inúmeras espécies nestas mesmas condições. [13] O espécime holótipo encontra-se actualmente no Natural History Museum, como o n.º de catálogo BM(NH) PVP 489 (Egerton Coll.). Mais recentemente, um exemplar assignado à mesma espécie, BM(NH) P6157, foi alvo de estudo comparativo, Rieppel (1982),[12] de secções transversais com outros espinhos de diversos outros géneros portadores de espinhos dorsais. Maisey(1978),[11] também estudou o espécime BM(NH) P41400 no seu trabalho sobre o crescimento e forma do espinhos dorsais dos Hibodontiformes
Notas
- ↑ a b do Latim acutus, "Agudo, aguçado"
- ↑ a b Na verdade o ano de baptismo desta espécie, tal como em outras na obra “Poissons Fossiles” de Louis Agassiz, não é claro, pois em Julho de 1936 foi publicada a prancha n.º 10 já com a ilustração da espécie assim como a sua citação no folheto provisório nº93 do mesmo ano, estes folhetos eram precários e seriam destruídos posteriormente aquando a publicação definitiva dos cadernos, o que aconteceu neste caso em Setembro 1937, em que a espécie é formalmente descrita.[1]
Ver também
editarLigações externas
editar- «Registo em catálogo Museu Nacional de História Natural (França) do espécime Hybodus acutus MNHN JRE70» (em francês)
- «Registo em Paleobiology Database da presença de Hybodus acutus na colecção 94532» (em inglês)
- «Registo de Hybodus acutus na base dados shark-references» (em inglês)
- «Registo em catálogo do "Index of Organism names" (ION)» (em inglês)
- «Registo em catálogo BMHN de espécimes H.acutus. Inserir "Hybodus acutus" para pesquisar os exemplares catalogados» (em inglês)
Referências
- ↑ Jeannet, Alph (1928). «Les poissons fossiles originaux conservés à l'institut de géologie de l'université de Neuchâtel». Bulletin de la Société Neuchâteloise des Sciences Naturelles. Band.52,p.102-124.
- ↑ Agassiz,L. (1837–1844). «Recherches Sur Les Poissons Fossiles». 5 vols. Imprimerie de Petitpierre, Neuchâtel, 1420 pp. in T. III,(livr. 8-9),p.45, vol.3, tab.10, fig. 4-6
- ↑ Egerton,P.G. (1837). «A systematic and stratigraphical catalogue of the fossil fish in the cabinets of Lord Cole and Sir Philip Grey Egerton». 1 vol. Printed By Richard and John E. Taylor: 1-24, republicado mais tarde em Egerton (1841)
- ↑ Egerton,P.G. (1841). «A Catalogue of Fossil Fish inthe Collections of the Earl of Enniskillen,F.G.S., &c. and Sir Philip Grey Egerton, Bart., F.R.S., &c.». Annals of natural history. 7 (LII): 487-498
- ↑ H.-E. Sauvage (1867). «Poissons fossiles des formations secondaires du Boulonnais». Mémoires de la Société Académique de l'Arrondissement de Boulogne–sur–Mer. 2: 53–152
- ↑ H.-E. Sauvage (1901). «les poissons & Les reptiles du Jurassique Supérior do Boulonnais». Bulletin de la Société Géologique de Normandie. 21: 15-26
- ↑ H.-E. Sauvage (1900). «Les Poissons et les Reptiles du Jurassique supérieur de Fumel (Lot-et-Garonne)». Bulletin de la Société Géologique de France, 3e série. 28: 471-511
- ↑ a b H.-E. Sauvage (1902). «Recherches sur le Vertebrés du Kimméridgien de Fumel». Mémoires de la Société géologique de France. 25: 5-32.
- ↑ Lennier,G. (1886). «Description des Fossiles do Cap de la Héve». Bulletin de la Société géologique de Normandie. 12: 31-41
- ↑ a b Fricke, Karl (1876). «Die Fossilien aus den Oberen Juraschichten von Hannover». Palaeontographica. 22: 353-398
- ↑ a b Maisey, G.J. (julho de 1978). «Growth and Form of finspines in Hybodont Sharks». Palaeontology. 21 (3): 657-666
- ↑ a b Rieppel, O. (abril de 1982). «A new genus of shark from the Middle Triassic of Monte San Giorgio, Switzerland». Palaeontology. 25 (2): 399-412
- ↑ Léa Leuzinger, Gilles Cuny, Evgeny Popov, Jean-Paul Billon-Bruyat (agosto de 2017). «A new chondrichthyan fauna from the Late Jurassic of the Swiss Jura (Kimmeridgian) dominated by hybodonts, chimaeroids and guitarfishes». Papers in Palaeontology. 3 (4): 471-511. doi:10.1002/spp2.1085