I Hate Myself and Want to Die
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"I Hate Myself and Want to Die" é uma canção da banda americana de grunge Nirvana. Foi escrita por Kurt Cobain e lançada pela primeira vez em novembro de 1993, no álbum de compilação The Beavis and Butt-Head Experience.
"I Hate Myself and Want to Die" | |
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Capa da edição limitada em vinil lançada no Record Store Day (2015) | |
Canção de Nirvana | |
Lado A | "Pennyroyal Tea" |
Estúdio(s) | Pachyderm Studios, Cannon Falls, Minnesota |
Gênero(s) | Grunge |
Duração | 2:42 |
Gravadora(s) | Geffen Records |
Letra | Kurt Cobain |
Composição | Nirvana |
Produção | Steve Albini |
A canção havia sido programada para ser lançada no lado B do single "Pennyroyal Tea", mas seu lançamento foi cancelado após a morte de Cobain em abril de 1994. Em abril de 2014, o single foi lançado em edição limitada de vinil sob o selo da Record Store Day, e alcançou a primeira posição na parada musical Hot Singles da Billboard.[1][2]
História e gravação
editar"I Hate Myself and Want to Die" nunca foi tocada ao vivo e só existem duas versões da canção gravadas em estúdio. A primeira é uma demo gravada em janeiro de 1993 por Craig Montgomery no estúdio da BMG Ariola no Rio de Janeiro, e a segunda versão foi gravada por Steve Albini no Pachyderm Studios em 15 de fevereiro de 1993, durante as sessões de gravação do terceiro e último álbum da banda, In Utero (1993).[3] Originalmente era intitulada "2 Bass Kid",[4] e a arte da canção trazia estampado um peixe.[5]
A canção foi originalmente composta para o álbum no In Utero, que foi lançado em setembro de 1993, com a explicação de Cobain de que havia muitas canções "barulhentas" no álbum.[6] Desse modo, a canção lançada pela primeira vez em novembro de 1993, como faixa de abertura do álbum de compilação The Beavis and Butt-Head Experience, que foi certificado como platina duplo nos Estados Unidos.[7] Essa versão conta com a participação especial dos vocais de Mike Judge, que interpreta os personagens do título. A banda recebeu 60 000 dólares da gravadora Geffen Records pela canção.[4] Ainda, a canção seria incluída no lado B do single "Pennyroyal Tea" (lançado em abril de 1994), mas o lançamento foi adiado devido à morte de Cobain.[8] O single foi relançado em abril de 2014, como parte do Record Store Day.[9]
I Hate Myself and Want to Die foi um título provisório do álbum In Utero .[10][11] De acordo com Tom Mallon, da Rolling Stone, Cobain abandonou o título pelo humor negro do título que temia ser mal interpretado por alguns críticos e fãs,[12] além de ter sido convencido por Krist Novoselic, baixista do Nirvana, de que a banda poderia acabar com ações judiciais se o álbum fosse lançado com o título original.[13] Cobain mudou o título do álbum para Verse Chorus Verse e, duas semanas depois, para o título final In Utero. Em entrevista de outubro de 1993 concedida à revista Rolling Stone, Cobain disse que o título era "tão literal quanto uma piada pode ser", classificando-o como "engraçado" e alegando que era uma referência à sua percepção pública "como um esquizofrênico irritado, aborrecido e surtado que quer se matar o tempo todo."[14][15]
Composição e conteúdo lírico
editarApesar do título, a letra de "I Hate Myself and Want to Die" não contém nenhuma referência direta ao suicídio. No livro The Rough Guide to Nirvana, Gillian G. Gaar disse que a canção era "amigável e otimista" com um conteúdo lírico sem conexão com o título.[5]
O interlúdio da canção traz Cobain recitando o poema "Deep Thought", do comediante americano Jack Handey.[16]
Recepção crítica
editarEm Tome uma caminhada no lado escuro: Rock and Roll Mitos, Lendas e Maldições, R. Gary Patterson comparou com a canção de John Lennon, Yer Blues, e "como uma tentativa de explicar a introspecção [Cobain]."[17] Em 2015, a Rolling Stone colocou a canção no número 44 em uma lista de 102 canções do Nirvana, chamando-a de "uma peça contagiante de pop sujo".[12]
O próprio Cobain não gostou da música, chamando-a de "chata" e dizendo que a banda "poderia escrever aquela música durante o sono".[4] No entanto, Craig Montgomery que gravou a primeira versão demo ficou impressionado com a canção, elogiando seus riffs e ritmo.[18] A canção é creditada pela cantora americana Cat Power na canção "Hate", presente em seu álbum The Greatest (2006)[19]
Noel Gallagher, vocalista e guitarrista do Oasis, mencionou a música ao ser questionado sobre a inspiração do single "Live Forever" (1994), que foi produzido como uma resposta indireta ao pessimismo do movimento grunge:
"Lembro que o Nirvana tinha uma música chamada 'I Hate Myself and Want to Die' e eu reagi tipo 'Bem, eu não vou aceitar essa porra'. Por mais que eu goste [de Cobain] e toda essa merda, eu não vou aceitar isso... As crianças não precisam ouvir essas bobagens. Parece-me que havia um cara que tinha tudo e mesmo assim se sentia infeliz com isso."[20]
Histórico de lançamentos
editarGravação | Estúdio | Produtor | Lançamento |
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19 a 21 de janeiro de 1993 | Ariola BMG, Rio de Janeiro, Brasil | Craig Montgomery | With the Lights Out (2004) |
12 a 26 de fevereiro de 1993 | Pachyderm Studio, Cannon Falls, Minnesota, EUA | Steve Albini | The Beavis and Butt-head Experience (1993) Pennyroyal Tea (1994) In Utero (deluxe) (2013)[nota 1] |
Créditos
editarNirvana
- Kurt Cobain – vocais e guitarra
- Krist Novoselic – baixo
- Dave Grohl – bateria
Produção
- Steve Albini – produtor, engenheiro de som
- Adam Kasper - engenheiro de som
- Bob Ludwig – masterização
Notas
Bibliografia
editar- Cross, Charles R. (2002). Heavier Than Heaven: The Biography of Kurt Cobain. [S.l.]: Sceptre. ISBN 978-1-444-71389-3
Referências
- ↑ [ Hot Singles Sales] billboard.com. Retrieved December 30, 2015.
- ↑ Record Store Day Chart Recap: Vinyl Album Sales Reach Historic High billboard.com. Retrieved April 25, 2014.
- ↑ Garr, Gillian G. (2006). In Utero. United States: Continium. ISBN 0-8264-1776-0
- ↑ a b c Luerssen, John D. (2014). Nirvana FAQ: All That's Left to Know About the Most Important Band of the 1990s. [S.l.]: Hal Leonard Corporation. ISBN 978-1-61713-588-0
- ↑ a b Gaar, Gillian G. (2009). The Rough Guide to Nirvana. [S.l.]: Penguin. pp. 194–195. ISBN 978-1-4053-8119-2
- ↑ DeRogatis, Jim (2003). Milk It!: Collected Musings on the Alternative Music Explosion of the 90's. [S.l.]: Da Capo. ISBN 978-0-306-81271-2
- ↑ «User must do a search for "Beavis"». Recording Industry Association of America. Consultado em 11 de agosto de 2017
- ↑ Pennyroyal 3 - Pennyroyal Tea single. crimson-ceremony.net. Retrieved on March 10, 2013.
- ↑ http://www.recordstoreday.co.uk/exclusive-products/2014/?p=10
- ↑ Cross 2002, p. 262
- ↑ Crosbie, Lynn (27 de setembro de 2011). «Twenty years after Nevermind, Cobain's candle still burns». The Globe and Mail. Consultado em 21 de novembro de 2012
- ↑ a b Gross, Douglas Wolk,Kory Grow,Richard Bienstock,Daniel Kreps,Tom Mallon,Grayson Haver Currin,Christopher R. Weingarten,Nick Murray,Joe; Wolk, Douglas; Grow, Kory; Bienstock, Richard; Kreps, Daniel; Mallon, Tom; Currin, Grayson Haver; Weingarten, Christopher R.; Murray, Nick (5 de abril de 2019). «No Apologies: All 102 Nirvana Songs Ranked». Rolling Stone (em inglês). Consultado em 2 de abril de 2021
- ↑ Cross 2002, 268
- ↑ Fricke, David (27 de janeiro de 1994). «Kurt Cobain: The Rolling Stone Interview | Music News». Rolling Stone. p. 3. Consultado em 21 de outubro de 2012
- ↑ Bentley, Tiffany (28 de março de 2012). «David Fricke of Rolling Stone magazine tells intimate rock stories during talk at Allentown Art Museum». lehighvalleylive.com. Consultado em 21 de novembro de 2012
- ↑ «Deep Thoughts»
- ↑ Patterson, R. Gary (2008). Take a Walk on the Dark Side: Rock and Roll Myths, Legends, and Curses. [S.l.]: Simon and Schuster. ISBN 978-1-4391-0364-7
- ↑ Gaar, Gillian G. (2006). In Utero. United States: Continium. pp. 28, 29. ISBN 0-8264-1776-0
- ↑ Hoby, Hermione (18 de agosto de 2012). «Cat Power: 'I'm your worst nightmare – get your dancing shoes on'». The Guardian. Consultado em 10 de agosto de 2018
- ↑ Stop the Clocks [bonus DVD]. Columbia, 2006.