Ibrahim Abi-Ackel
Ibrahim Abi-Ackel GCC (Manhumirim, 2 de março de 1926) é um político brasileiro filiado ao Progressistas.
Ibrahim Abi-Ackel | |
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Ministro da Justiça do Brasil | |
Período | 9 de janeiro de 1980 até 15 de março de 1985 |
Presidente | João Figueiredo |
Antecessor(a) | Golbery do Couto e Silva |
Sucessor(a) | Fernando Lyra |
Vereador de Manhuaçu | |
Período | 1955 até 1959 |
Deputado Estadual de Minas Gerais | |
Período | 1963 até 1975 |
Deputado Federal por Minas Gerais | |
Período | 19 de março de 1975 até 9 de janeiro de 1980 |
Período | 3 de janeiro de 1989 até 31 de janeiro de 2007 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 2 de março de 1926 (98 anos) Manhumirim, Minas Gerais |
Progenitores | Mãe: Maria Bracks Abi-Ackel Pai: Melhim Abi-Ackel |
Cônjuge | Jacéa Cahú Abi-Ackel |
Filhos(as) | Paulo Abi-Ackel
Eliane Abi-Ackel |
Partido | PSD (1962-1965) ARENA (1966-1979) PDS (1980-1993) PPR (1993-1995) PP (1995-presente) |
Profissão | Advogado e professor |
Biografia
editarPrimogênito de uma família de sete filhos do casal de ascendência libanesa, Melhim Abi-Ackel e Maria Bracks Abi-Ackel,[1] Ibrahim foi ministro da justiça entre 1980 e 1985, durante o governo de João Figueiredo.
Cursou a Faculdade Nacional de Direito da UFRJ entre 1946 a 1950, na qual graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais e depois doutorou-se em Direito Público. Foi Técnico em Assuntos Educacionais do MEC e Procurador de Belo Horizonte.
Aderiu ao Integralismo, de Plínio Salgado,[2] tendo militado ativamente no Movimento Águia Branca por alguns anos e colaborado nos jornais integralistas Idade Nova e A Marcha.
Iniciou sua vida pública em 1955, como vereador na cidade de Manhuaçu, estado de Minas Gerais e foi deputado estadual em Minas Gerais entre os anos 1963 e 1975.[3]
Exerceu sete mandatos eletivos como deputado federal por Minas Gerais, da legislatura 1975-1979 à legislatura 2003-2007.
A 22 de Setembro de 1981 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal.[4]
Em março de 1985, como ministro da justiça foi envolvido no "escândalo do contrabando de pedras preciosas". A alfândega do aeroporto de Miami apreendeu um carregamento de águas-marinhas, esmeraldas, topázios e turmalinas. O portador das pedras, o americano que morava no Brasil, Mark Lewis, não conseguiu documentar ser dono do carregamento. Lewis era apenas uma Mula (tráfico) . As pedras pertenciam em verdade a Antônio Carlos Calvares, dono da Embraima (Empresa Brasileira de Mineração, Importação e Exportação), em Goiânia. Hayes alegou, sem qualquer evidência, que Calvares e Abi-Ackel eram sócios no contrabando em entrevista no Jornal Nacional da TV Globo. O inquérito foi arquivado e Abi-Ackel inocentado.[5] O general João Figueiredo, em entrevista ao site Pampa Livre, em 2000, disse que o envolvimento do ex-ministro Abi-Ackel no contrabando de pedras preciosas foi uma resposta da TV Globo. Na época, segundo o general, a Polícia Federal estava investigando contrabando de drogas em malotes de empresas privadas. A notícia vazou de que a próxima empresa a ser investigada seria a TV Globo.[6] A letra da música "Alvorada Voraz" da banda RPM faz menção ao caso.[7]
Durante os anos 90 enfrentou pedido para abertura de processo por peculato, por conta de acusação contra seu filho, Paulo Abi-Ackel. O filho teria mantido escritório de advocacia em que protelava extradições ou obtinha vistos de residente para estrangeiros que dependiam de decisões do pai, ministro da justiça.[5]
Em 2005, filiado ao Partido Progressista, foi nomeado relator da CPI do mensalão.
É pai do deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB) e avô do desembargador Henrique Abi-Ackel Torres, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
É o atual ocupante da cadeira nº 17 da Academia Mineira de Letras.[1]
Obras publicadas
editar- Rui e o civilismo (1959)
- O Código Tributário em face da Constituição (1960)
- A imunidade tributária das autarquias federais (1961)
- A questão do Iate Golfe Clube de Minas Gerais (1961)
- Poder exercido por particular em bem público dominial (1961)
- O tombamento da Serra do Curral (1962)
- Bernardo Pereira de Vasconcelos e seu tempo (1980)
- A questão da violência e da criminalidade (1981)
- As diretrizes básicas da reforma eleitoral (1981)
- Criminalidade e violência (1981)
- Reforma penal (1981)
- Projetos de reforma penal (1983)
- A história de Minas revisitada (1985)[3]
Referências
- ↑ a b Maakaroun, Bertha (2 de maio de 2022). «Ibrahim Abi-Ackel é o mais novo imortal da Academia Mineira de Letras». Estado de Minas. Consultado em 18 de janeiro de 2024
- ↑ OLIVEIRA GOMES, Rodrigo (2011). «OLHOS VERDES: O OLHAR DE EX-DIRIGENTES INTEGRALISTAS SOBRE O GOVERNO MILITAR BRASILEIRO DE 1964 A 1970.» (PDF). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultado em 16 de setembro de 2024
- ↑ a b «Biografia do(a) Deputado(a) Federal IBRAHIM ABI-ACKEL». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 16 de setembro de 2024
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Ibrahim Abi Ackel". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de março de 2016
- ↑ a b «Ackel é inocente no caso das turmalinas». Folha de S.Paulo. Folha de S.Paulo de 31 de dezembro de 1998. Consultado em 29 de julho de 2024
- ↑ «Jornalismo pré-Internet: como a Globo crucificou Abi-Ackel». Jornal GGN. Jornal GGN de 31 de dezembro de 1998. Consultado em 29 de julho de 2024
- ↑ «O que nos revela o escândalo das joias». Exame (revista brasileira). Revista Exame de 15 de agosto de 2023. Consultado em 29 de julho de 2024
Ligações externas
editar- Biografia de Ibrahim Abi-Ackel - Câmara dos Deputados do Brasil
- Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, Fundação Getúlio Vargas
Precedido por Golbery do Couto e Silva |
Ministro da Justiça do Brasil 1980–1985 |
Sucedido por Fernando Lyra |