Ieshia Evans
Ieshia Evans (nascida no Brooklyn), atualmente, trabalha como enfermeira na Pensilvânia.[1] Seu nome ganhou o mundo em 2016, durante os protestos Black Lives Matter, quando uma fotografia sua chamada Taking a Stand in Baton Rouge foi tirada pelo fotógrafo Jonathan Bachman[2] e repercutiu mundialmente.[3] A importância de sua militância foi reconhecida pela Rede AfroAmerica[4] e pela BBC.[5]
Ieshia Evans | |
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Nascimento | século XX Brooklyn |
Cidadania | Estados Unidos |
Distinções |
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Contexto histórico
editarNo ano de 2016, após Alton Sterling ser assassinado por um policial na cidade de Baton Rouge, no estado da Luisiana, Estados Unidos, que o baleou mesmo ele estando imobilizado; e após a morte de Philando Castile que foi baleado em uma blitz policial de rotina, ocorreram vários protestos contra o tratamento policial estadunidense às minorias.[2][6][7] A onde se protestos ganhou o mundo em um movimento chamado Black Lives Matter (Vidas Negras Importam ou Vidas Negras Contam).
No dia 09 de julho de 2016, o fotógrafo Jonathan Bachman foi designado para cobrir os protestos em Baton Rouge, no estado estadunidense de Luisiana.[2] Durante o seu trabalho, viu a cena de uma mulher negra, em seu protesto pacífico de se recusar a sair da via, sendo presa por policiais brancos fortemente equipados com capacetes, coletes e protetores.[8][9][1] Bachman capturou a cena em fotografia. A mulher era a enfermeira Ieshia Evans,[10][11] que tinha 35 anos na época, e estava participando de seu primeiro protesto.[11][12] Tomando uma posição em Baton Rouge (em inglêsː Taking a Stand in Baton Rouge), como é conhecida a fotografia, repercutiu nacional e internacionalmente.[2][6][7]
Impacto cultural
editarVárias organizações de mídia descreveram a imagem como "icônica". O canal de televisão alemão n-tv descreveu Ieshia Evans como o "ícone" do protesto.[13] Teju Cole, escrevendo para a New York Times Magazine, disse que "apesar de, ou por causa de sua narrativa simples, a fotografia de Bachman se tornou um ícone. Ela se juntou a um pequeno grupo de outras imagens ligadas ao movimento Black Lives Matter", incluindo imagens de um homem jogando uma bomba de gás lacrimogêneo contra a polícia durante um dos protestos em Ferguson, no estado do Missouri, após o assassinato de Michael Brown em 2014; Bree Newsome derrubando uma bandeira confederada na Casa do Estado da Carolina do Sul; e o ativista DeRay Mckesson sendo preso em Baton Rouge, também enquanto protestava contra a morte de Sterling.[3]
A fotografia fez comparações com imagens de manifestações anteriores pelos direitos civis, bem como a imagem dos "Homem do Tanque" tirada durante os protestos da Praça Tiananmen, em 1989. Yoni Appelbaum comentou para o The Atlantic:[14]
“ | Há imagens que são impossíveis de esquecer, marcando-se em nossa consciência coletiva. Um homem olhando para uma coluna de tanques na Praça da Paz Celestial. Um estudante do ensino médio atacado por cães policiais em Birmingham, Alabama. Esta é uma foto dessas. | ” |
Evans foi entrevistada por Gayle King para CBS This Morning, e o programa de rádio público Studio 360 posteriormente contratou Tracy K. Smith para escrever um poema sobre o assunto da imagem. A fotografia foi incluída no The Year in Pictures 2016 do The New York Times.[8]
Em 2017, a foto de Ieshia recebeu o primeiro prêmio para Assuntos Contemporâneos, no 60.º World Press Photo Contest.[15][16]
Após o protesto
editarApós o protesto, Ieshia Evans criticou os candidatos às eleições de 2016, Donald Trump e Hillary Clinton, bem como o ex-presidente Barack Obama. Ela era uma crítica vocal da administração Trump e afirmou que gostaria de ver mais denúncias devido ao ceticismo em torno das questões de justiça social.[17]
Ieshia Evans (musa da fotografia) e Jonathan Bachman (autor da fotografia) se encontraram para se conhecerem em dezembro de 2016, em um simpósio sobre fotografia jornalística organizado pela Reuters e pelo Centro Internacional de Fotografia.[18]
Reconhecimento
editarNo mesmo ano em que a fotografia foi tirada, Ieshia foi nomeada Mulher Negra do Ano da Rede AfroAmerica[4] e apontada pela BBC como uma das 100 Mulheres mais influentes do mundo.[5]
Referências
- ↑ a b «Unrest in Baton Rouge: Anatomy of a Photo | Studio 360». WNYC (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ a b c d Fares, Melissa (12 de julho de 2016). «Taking a stand in Baton Rouge». Reuters (em inglês). Consultado em 9 de novembro de 2022
- ↑ a b Cole, Teju (26 de julho de 2016). «The Superhero Photographs of the Black Lives Matter Movement». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ a b Karabayinga, Jerome. «Rwandan Rebels Accuse Rwandan Government of Arming and Funding Militias Responsible for Abuses Against Civilians in Eastern DRC». AroniSmart (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ a b «BBC 100 Women 2016: Who is on the list?». BBC News (em inglês). 18 de novembro de 2016. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ a b Iyengar, Rishi (11 de julho de 2016). «Everyone Is Talking About This Photo From Baton Rouge». Time (em inglês). Consultado em 9 de novembro de 2022
- ↑ a b Drainville, Raymond (março de 2018). «Iconography for the Age of Social Media». Humanities (em inglês) (1). 12 páginas. ISSN 2076-0787. doi:10.3390/h7010012. Consultado em 9 de novembro de 2022
- ↑ a b «The Year in Pictures 2016». The New York Times (em inglês). 22 de dezembro de 2016. ISSN 0362-4331. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «'Graceful in the lion's den': Photo of young woman's arrest in Baton Rouge becomes powerful symbol». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «Woman in stunning, viral Baton Rouge protest photo is nurse and mom». New York Daily News. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ a b «Baton Rouge Protester From Iconic Photo Identified as Ieshia Evans». Time (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «Revealed: Woman behind powerful pic». NZ Herald (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ NACHRICHTEN, n-tv. «Iesha Evans wird zur Ikone des Protests». n-tv.de (em alemão). Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «Taking a Stand in Baton Rouge». Wikipedia (em inglês). 17 de dezembro de 2022. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ Smyth, Diane. «The 2017 World Press Photo Contest winners are announced - 1854 Photography». www.bjp-online.com (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ Taylor, Alan. «Winners of the 2017 World Press Photo Contest - The Atlantic». www.theatlantic.com (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «2 Years After Her Iconic Photo, Ieshia Evans Wants To Be Remembered As A Revolutionary». HuffPost (em inglês). 5 de julho de 2018. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «Highlights of the Reuters and ICP event, 'Iconic in an Instant? One Trillion Images'». Reuters (em inglês). 6 de dezembro de 2016. Consultado em 17 de dezembro de 2022