Igreja Ortodoxa Albanesa

A Igreja Ortodoxa Autocéfala da Albânia (em albanês: Kisha Ortodokse Autoqefale e Shqipërisë) é uma jurisdição autocéfala da Igreja Ortodoxa na Albânia. Declarada autocéfala subsequentemente à independência do país, faz hoje a maioria de seus ofícios em albanês, mas em regiões com muitos falantes de grego, usa-se a língua local, de forma que é a única liturgia ortodoxa canônica que usa o grego moderno, diferentemente do koiné, preferido no restante do mundo helênico. Também há ofícios em macedônio para esta minoria linguística.[3]

Igreja Ortodoxa Albanesa

Emblema alternativo da Igreja
Fundador Paulo de Tarso, Fan Noli
Independência 1922
Reconhecimento 1937
Primaz Anastácio da Albânia
Sede Primaz Catedral da Ressurreição de Cristo, Tirana,  Albânia
Território  Albânia
Posses Nenhuma
Língua Albanês (oficial), grego (secundário)
Adeptos 500,000[1]-700,000[2]
Site Igreja Ortodoxa Albanesa

História

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O cristianismo chegou ao país no século I, tendo São Paulo afirmado pregar em Ilírico[4] e lendas locais afirmando que pregou em Durrës. A Albânia ficou dividida entre o cristianismo latino e bizantino, e durante o jugo otomano ainda passou por conversões massivas ao Islã, até que os ortodoxos a sul do Rio Drin foram postos sob a autoridade do Patriarcado Ecumênico.

Tensões entre os ortodoxos albaneses e Constantinopla mostraram-se latentes após o Incidente Hudson de 1907, quando Krishnaq Dishnica, um imigrante albanês em Hudson (Massachusetts) que fora excomungado por atividades patrióticas, faleceu e teve ritos fúnebres negados pelos padres gregos da região, enfurecendo a comunidade albanesa.[5] O cantor Fan Noli viu no incidente uma oportunidade para a emancipação eclesial de seu povo, sendo ordenado pelo Arcebispo Platão (Rozhdestvensky), primaz da Igreja Ortodoxa Russa nos Estados Unidos, e feito chefe da Missão Ortodoxa Albanesa na América, hoje parte da Igreja Ortodoxa Americana. Pouco após sua declaração de independência do Império Otomano, Fan viajou para a Albânia, onde se tornou o primeiro hierarca da igreja local, que em 1922 finalmente declarou sua autocefalia em um concílio realizado em Berati, o que apenas foi reconhecido em 1937 pelo Patriarca Benjamim I de Constantinopla. Fan ainda se tornaria primeiro-ministro de seu país.

A Igreja foi fechada em 1967 no regime de ateísmo de Estado de Enver Hoxha. Ao fim do regime comunista, havia apenas 22 padres ortodoxos vivos, mas o patriarcado foi restaurado pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu I de Constantinopla, que elegeu Anastácio, e a instituição foi revitalizada desde então. No momento, existem cerca de 135 presbíteros servindo 909 paróquias.

Organização

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Além de Tirana, onde fica sediado o arcebispo primaz, o Santo Sínodo albanês conta com metropolitas de Gjirokastër, Korçë e Berati, bispos titulares de Apolônia, Amantia e Búlis e um protopresbítero.[6] Em Krujë, há uma situação de sede vacante.

Referências

  1. John Anthony McGuckin (28 de dezembro de 2010). The Orthodox Church: An Introduction to Its History, Doctrine, and Spiritual Culture. [S.l.]: John Wiley & Sons. p. 72. ISBN 978-1-4443-3731-0. Consultado em 8 de junho de 2012. The Orthodox currently represent about half a million faithful, worshipping in 909 parishes. 
  2. CNEWA - Autocephalous Orthodox Church of Albania Arquivado em 26 de janeiro de 2008, no Wayback Machine. (em inglês)
  3. Estatuto da Igreja Ortodoxa Autocéfala da Albânia, Artigo 7, p.2 Arquivado em 18 de junho de 2006, no Wayback Machine. (em albanês)
  4. Romanos 15:19
  5. «The 90th Anniversary Historical Trilogy by Denise Lymperis». Saint George Cathedral 
  6. The Holy Synod of Albania Arquivado em 29 de maio de 2008, no Wayback Machine., Orthodox Autocephalous Church of Albania, accessed on 2008-06-16