Incallajta
Incallajta, também encontrado na grafia Inkallajta, é um sítio arqueológico de um assentamento inca, localizado na cidade boliviana de Pocona.[1][2][3]
Incallajta | |
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Localização atual | |
Localização de Incallajta na Bolívia | |
Coordenadas | 17° 36′ 18″ S, 65° 24′ 57″ O |
País | Bolívia |
Departamento | Cochabamba |
Província | Carrasco |
Município | Pocona |
Altitude | 2,950 m.s.n. m |
Área | 0,30 km² |
Notas | |
Acesso público |
História
editarA cidade tem origem por volta de 1470, construída por mitimaes a mando do governante inca Tupac Yupanqui, com características de uma fortificação e voltada para funções militares, com intuito de proteger de ataques dos chiriguanos e garantir a expansão do império inca na região de Pocona. A cidade foi reedificada pelo filho de Tupac Yapanqui, Huayna Capac, e passou a possuir funções econômicas.[1][4]
A cidade passou por um período de abandono; saqueadores usaram dinamites no sítio, na tentativa de encontrar artefatos para a venda ilegal, e moradores locais utilizaram pedras das ruínas para construções de suas residências próximo ao sítio.[1]
A primeira menção sobre o sítio, ocorreu em 1901, no Dicionário Geográfico da Bolívia, escrito por Federico Blanco; e os primeiros estudos arqueológicos ocorreram entre 1913 e 1914, por Erland Nordenskiold, durante sua viagem pela Bolívia.[3]
Em 1929, o sítio foi declarado Monumento Nacional Boliviano.[1]
Características
editarO sítio abrange uma área de 30 hectares, a 2.950 metros acima do nível do mar. Possui estruturas construídas em pedras não polidas, obtidas localmente. Entre as estruturas, encontram-se muros, torre, edificações monumentais, edificações menores, colcas, praças e escadas. Acredita-se que todas as paredes das edificações foram rebocadas e algumas foram pintadas de vermelho, proveniente de argila vermelha.[1][2][3]
A edificação denominada Kallanka, localizada no centro do sítio, é a maior estrutura do assentamento, possuindo 26 metros de largura, 78 metros de comprimento e, atualmente, 12 metros de altura. As paredes da edificação possuem nichos, exceto a parede sul, que possui 12 entradas. A Kallanka se abre para uma grande praça com uma parede que divide a praça em dois níveis. Através de estudos, foi avaliado que a edificação servia para funções públicas.[1][2]
Em frente a porta principal, na parede sul do Kallanka, há uma parte de um ushnu, estrutura que servia para funções ritualísticas. O ushnu está sobre uma plataforma de cruz média andina.[1][2]
Na colina, acima do Kallanka, há uma parede com duas portas de acesso; e após essa parede, há uma segunda parede, construída em zigue-zague, com altura variando entre 4 e 5 metros, e com uma única porta que dá acesso ao topo da colina.[2]
Há ruínas de edificações habitacionais, sendo apenas uma delas com dois pavimentos, acreditando-se ser uma residência de um membro da elite. Outra edificação habitacional possuía um complexo método de acesso, e foi encontrado fornos, lixos, cerâmicas usadas com frequência e indicadores de atividades têxtis, acredita-se que essa edificação servia como acllahuasi. Em outra habitação, encontraram um artefato de prata, em forma de anel com dois laços e contas de turquesa, e uma agulha de bronze.[4]
Há uma torre, de forma semicircular, que servia para observação astronômica e calendário agrícola.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h Rioja, Greby. (2017). The Inca citadel of Incallajta Architecture and communication in the Andean - Amazon limit (Cochabamba - Bolivia). Universitat Politècnica de València. (em espanhol).
- ↑ a b c d e Coben, Larry (1 de junho de 2010). «Some roads do lead to Incallajta: the Inca double road from Vacas». Ñawpa Pacha, Journal of Andean Studies, Volume 30, Number 1, pp. 53–64 (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2024
- ↑ a b c Gonzalez, Alberto; Cravotto, Antonio (1977). «Estudio arqueológico e inventario de las ruinas de Inkallajta». UNESCO (em espanhol). Consultado em 31 de maio de 2024
- ↑ a b Collazos, María de los Angeles Muñoz (1 de janeiro de 2018). «2018 El Rol y la organización del Imperio Inka en Pocona, a través de Inkallajta». El Imperio Inka. Consultado em 31 de maio de 2024