Ipomoea pes-caprae

Ipomea pes-caprae, conhecido popularmente como salsa-da-praia e pé-de-cabra, é uma espécie de planta bastante comum no litoral[1] de regiões tropicais e subtropicais. São plantas herbáceas, reptantes e halófitas da família taxonômica Convolvulaceae. Seu caule estende-se pelo terreno arenoso, emitindo raízes pivotantes em série, de modo que é possível erguer partes do corpo do organismo que permanecem "soltas", sendo considerada responsável pela fixação de dunas e areias litorâneas.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaIpomoea pes-caprae
Flores da Ipomoea pes-caprae numa praia da Ilha de Reunião
Flores da Ipomoea pes-caprae
numa praia da Ilha de Reunião
Classificação científica
Reino: Plantae
(sem classif.) Eudicots
(sem classif.) Asterids
Família: Convolvulaceae
Género: Ipomoea
Subgénero: Eriospermum
Secção: Erpipomoea
Nome binomial
Ipomoea pes-caprae
(L.) R.Br.

Seu nome em latim pes-caprae vem de "pé de cabra", devido à forma que suas folhas apresentam - os folíolos bilobados formam um "V", lembrando a ponta do pé de cabra. Apresenta vistosas flores azuladas ou albas e fruto capsular.[2] Possui látex.[1]

Uso medicinal

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Também conhecida como "salsa-da-praia", cujo nome pode indicar sua semelhança à salsaparrilha febrífuga (Smilax officinalis L.) ou à salsa(o), chorão, o salgueiro-branco (Salix alba). É também usada na medicina popular por suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e cicatrizantes. Em análise por cromatografia, há indicação da presença de isoquercitrina concentrada em suas folhas, não sendo identificada a quercetina em todas as amostras. A análise química para compostos polifenólicos, revelou que as folhas, caules, bem como a planta inteira possuem composição semelhante, porém indicou que, nas folhas, são quantitativamente superiores as concentrações da isoquercitrina. Quanto aos flavonoides totais, a presença é abundante nas folhas.[3]

O isolamento, identificação e delimitação de efeitos antinociceptivos de diversos constituintes de I. pes-caprae, como a glochidona, ácido betulínico, acetato de α- e β-amirina, a referida isoquercitrina, foram obtidas de extrato metanólico e das frações acetato de etila e aquosa, das partes aéreas da planta, que exibem efeitos antinociceptivos significantes em dois modelos clássicos de dor em camundongo confirmando, pelo menos em parte, o seu uso popular no tratamento de processos dolorosos e inflamatórios.[4]

Entre outras espécies do gênero (Ipomoea), podem, ainda, ser citadas, por seu efeito farmacológico no sistema nervoso, a jalapa ou batata-de-purga Ipomoea purga (analgésica, anti-inflamatória, depurativa, laxante e purgativa)[5] e a Ipomoea purpurea, que se confunde com a Ipomoea tricolor ou violácea, ambas conhecidas como Glória-da-Manhã (Morning Glory) na busca de identificação com a planta considerada mágico-medicinal conhecida na cultura asteca como badoh negro, tlitlitzin e/ou ololiuhqui segundo Shultes e Hofmann (2010) [6]. Atualmente, da I. purpúrea e/ou I. violácea, se prepara uma essência floral que, entre outras indicações, auxilia no controle da dependência de drogas e desorganização de hábitos.

Galeria

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Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 541.
  2. MENEZES, Inácio. A flora da Bahia (Brasiliana) . RJ, Melhoramentos, 1949
  3. BARNI, Samyra T.; CECHINEL FILHO, Valdir; COUTO, Angélica G. Caracterização química e tecnológica das folhas, caules e planta inteira da Ipomoea pes-caprae (L.) R. Br., Convolvulaceae, como matéria-prima farmacêutica. Rev. bras. farmacogn. João Pessoa. v. 19, n. 4, Dec. 2009. Disponível em access on 05 Oct. 2013.
  4. KROGH, Renata. Identificação Química e Estudos Farmacológicos dos Constituintes da Espécie Ipomoea pes-caprae (Convolvulaceae). Estudos em Química Medicinal de Análogos do Ácido Gálico. Curso De Pós-Graduação Em Química. Universidade Federal De Santa Catarina, Tese Doutorado. Florianópolis, 2001. PDF Consulta em Out. 2013
  5. Plantas que Curam - do abacate até zimbro BATATA DE PURGA Arquivado em 7 de outubro de 2013, no Wayback Machine. Texto on line, consulta em out.2013
  6. Shultes, Richard E.; Hofmann, Albert. Plantas de los Dioses: orígenes del uso de los alucinógenos. México, Fundo de Cultura Económica, 2010

Ligações externas

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