Carukia barnesi
Carukia barnesi (Southcott, 1967)[1] é uma cubomedusa, oceânica, planctônica, (Cubozoa) da família Carukiidae que inflige uma picada potencialmente fatal que causa a síndrome de Irukandji.[2] C. barnesi também é conhecida pelos nomes populares Irukandji e vespa-marinha, apelidos dados a outras espécies de cubomedusas também (e.g. Malo kingi). É uma medusa de tamanho diminuto, seu sino mede no máximo 30 mm, com tentáculos que podem se estender até 75 cm de comprimento, encontrada nas águas dos Oceanos Pacífico e Índico, principalmente na costa norte da Austrália, em clima tropical e sub-tropical.[3]
Carukia barnesi | |||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Carukia barnesi Southcott, 1967 |
Etimologia
editarO nome C. barnesi (Southcott, 1967) foi dado em homenagem a John (Jack) Handyside Barnes (1922–1985),[4] médico e toxicologista. Intrigado com as pesquisas de seu colega Hugo Flecker sobre Chironex fleckeri nas praias de North Queensland, Austrália, Barnes, em 1958, aceitou pesquisar sobre as espécies de águas-vivas possíveis causadoras da Síndrome de Irukandji para a Associação Médica Britânica.[5] Em dezembro de 1961, logo após o relato de casos de síndrome de Irukandji acontecendo na mesma área, Barnes e seus ajudantes identificaram dois espécimes de uma água-viva candidata a agente causador. Barnes só foi capaz de ver o corpo do primeiro espécime quando ele o colocou em contato com o vidro de sua máscara de mergulho. O segundo exemplar foi capturado pelo salva-vidas Don Ludbey, que só notou a água-viva porque estava presa por um único tentáculo a um peixe nadando erraticamente. Os espécimes eram uma cubomedusa do tamanho de uma unha e, para avaliar os sintomas, Barnes aplicou o veneno em si, em seu filho de 9 anos e em um salva-vidas local voluntário.[6] Todos descreveram a dor tardia, mas excruciante. R. V. Southcott, seu colaborador, descreveu e nomeou a nova espécie para a ciência.
Descrição
editarA morfologia de C. barnesi segue a morfologia básica das cubomedusas. A medusa possui um sino translúcido, de formato cúbico, coberto de verrugas de nematocistos, com 4 tentáculos que se estendem de um pedalium preso em cada canto do sino. Os tentáculos têm um padrão alternado de aglomerados de nematocistos grandes e pequenos, frequentemente referidos como anéis ou crescentes de nematocistos.[7]
Referências
- ↑ Southcott, R.V. (1967). «Revision of some Carybdeidae (Scuphozoa : Cubomedusae) including a description of the jellyfish responsible for the 'Irukandji syndrome'». Australian Journal of Zoology. 15 (3): 651-671. doi:10.1071/ZO9670651
- ↑ Fenner, P.J. (1999). «The Irukandji syndrome. A devastating syndrome caused by a north Australian jellyfish» (PDF). Aust Fam Physician. 28 (11): 1131-1137. PMID 10615756
- ↑ Gershwin, L.; et al. (2003). «Biology and Ecology of Irukandji Jellyfish (Cnidaria: Cubozoa)». In: Michael Lesser (ed). Advances in Marine Biology. 66. [S.l.]: Academic Press. p. 1-85. 328 páginas. ISBN 9780124079038. PMID 24182899. doi:10.1016/B978-0-12-408096-6.00001-8
- ↑ Baker, J. (2007). «Barnes, John Handyside (Jack) (1922–1985)». Australian Dictionary of Biography. National Centre of Biography, Australian National University
- ↑ Barnes, J.H. (1960). «Observations on jellyfish stingings in North Queensland». The Medical Journal of Australia. 2 (26): 993-999. PMID 13687108. doi:10.5694/j.1326-5377.1960.tb24003.x
- ↑ Barnes, J.H. (1964). «Cause and Effect in Irukandji Stingings». The Medical Journal of Australia. 1 (24): 897-904. PMID 14172390
- ↑ Underwood, A.H.; Seymour, J.E. (2007). «Venom ontogeny, diet and morphology in Carukia barnesi, a species of Australian box jellyfish that causes Irukandji syndrome». Toxicon. 49 (8): 1073–1082. PMID 17395227. doi:10.1016/j.toxicon.2007.01.014