Júlio Asclepiodoto
Júlio Asclepiodoto (em latim: Julius Asclepiodotus) foi um prefeito pretoriano romano que, de acordo com a História Augusta, serviu sob Aureliano (r. 270–275), Probo (r. 276–282) e Diocleciano (r. 284–305) e foi cônsul em 292. Em 296, ajudou o césar ocidental Constâncio Cloro no restabelecimento da autoridade romana na Britânia após o governo ilegal de Caráusio e Alecto.
Júlio Asclepiodoto | |
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Conhecido(a) por | |
Ocupação | Oficial militar |
Título |
História
editarSegundo a História Augusta, uma obra do século IV, Asclepiodoto foi um dos duques (generais) dos imperadores Aureliano, Probo e Diocleciano e sob o césar ocidental Constâncio Cloro. De 290 a 296 foi prefeito pretoriano. Em 292, ocupou o consulado com Afrânio Hanibaliano. Em 296, acompanhou Constâncio Cloro na campanha vitoriosa contra Alecto, um usurpador que controlava a Britânia.[1]
Enquanto Constâncio partiu da Bolonha, Asclepiodoto tomou uma seção da frota e as legiões de Sandouville e dum ópido próximo de Le Havre, passou pela frota de Alecto na ilha de Wight ao abrigo da neblina e aportou nas cercanias de Southampton ou Chichester, onde incendiou seus navios. Alecto tentou fugir da costa, mas foi cortado pelas tropas de Constâncio e derrotado. Algumas das tropas de Constâncio, que foram separadas do corpo principal pelo nevoeiro durante a travessia do canal, apanharam o resto dos homens de Alecto em Londínio e massacraram-as.[2][3][4][5][6]
Lenda
editarAsclepiodoto também é mencionado na semi-lendária "História dos Reis da Bretanha" de Godofredo de Monmouth (ca. 1136), onde é o duque da Cornualha que se opôs ao usurpador Alecto, que oprimiu a Bretanha.[7] Derrotou e matou Alecto perto de Londres e fez com que seus aliados venédotos matassem por engano o restante das tropas de Alecto, que haviam se refugiado dentro da cidade. Suas cabeças decepadas foram jogadas no rio Galobroc.[nt 1] Asclepiodoto foi então oficialmente coroado rei, e governa por 10 anos. Contudo, seu reinado é contemporâneo com a perseguição dos Cristãos sob Diocleciano, e Godofredo coloca o martírio de Santo Albano neste momento. Em resposta a estas atrocidades, Coel, duque de Colchester, liderou uma revolta contra ele, matou-o, e tomou a coroa.[9]
Ver também
editarCônsul do Império Romano | ||
Precedido por: Caio Júnio Tiberiano II com Dião Cássio |
Júlio Asclepiodoto 292 |
Sucedido por: Diocleciano V com Maximiano IV |
Notas
- ↑ Nos anos 1860, Augustus Pitt Rivers desenterrou um número de crânios humanos, e quase nenhum outro osso, do leito do rio Walbrook em Londres.[8]
Referências
- ↑ Martindale 1971, p. 115.
- ↑ Eutrópio século IV, IX.22.
- ↑ Victor século IV, XXXIX.42.
- ↑ Orósio século IV/V, VII.25.
- ↑ Beda 731, p. I.6.
- ↑ Panegéricos latinos, 6-17
- ↑ Godofredo de Monmouth 1136, V.4-6.
- ↑ Thorpe 1966, p. 19.
- ↑ Thorpe 1966, p. 17; 131.
Bibliografia
editar- Beda (731). História Eclesiástica do Povo Inglês
- Eutrópio (século IV). Breviário. Constantinopla
- Godofredo de Monmouth (1136). História dos reis da Bretanha
- Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1971). The prosopography of the later Roman Empire - Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press
- Orósio (século IV/V). Sete Livros das Histórias contra os Pagãos
- Thorpe, Lewis (1966). The History of the Kings of Britain. Nova Iorque: Penguin Books
- Victor, Sexto Aurélio (século IV). Livro dos Césares